Penso não ser muito controverso se mais uma vez disser que não me revejo nestas manifestações do suposto orgulho GAY. Acho-as tão ridículas quanto uma marcha de orgulho HETERO. Todos, independentemente da nossa orientação sexual, devemos ter orgulho no que somos, na nossa personalidade, na nossa pessoa, nos nossos gostos. Fazer disso uma bandeira pode fazer sentido quando um grande número de pessoas partilha um mesmo gosto, uma mesma vontade de lutar por algo. Já o disse muitas vezes, e volto a repeti-lo, que na minha opinião estas marchas não são a forma mais acertada de fazer passar a mensagem de que somos iguais, e que por isso devemos ser tratados de forma igual. E respeitando todos quanto pensam de outra forma, misturar gays, lésbicas, transsexuais e bissexuais todos num mesmo bolo, com uma mesma bandeira parece-me por vezes inadequado e ineficiente. Embora todos possam possivelmente ser vítimas de discriminação, acredito piamente que o que um transsexual reclama para si direitos que eu, gay, não preciso reclamar. A mesma coisa com os bissexuais... E embora respeite a maneira de cada um estar na vida, acho que é abuso, considerar que as travecas/transsexuais acabem por ser sempre a face visível destes acontecimentos. Não seria melhor repensar a forma como são organizadas estas manifestações? Porquê misturar tudo? Se é uma manifestação para lutar por direitos iguais, então deve ser participada por toda a comunidade que partilhe da mesma opinião. Mas se chamam a essa manifestação "Orgulho gay" acredito que essa mesma comunidade não vá juntar a sua voz à nossa voz, porque eles não devem ter orgulho em que eu seja gay, nem eu orgulho em que eles sejam hetero. E para além disso, andar na rua vestido de mulher ou de outras formas bastante exibicionistas não faz propriamente parte do (meu) orguho gay. Bem sei que a comunicação social é (quase sempre) a responsável por fazer passar uma mensagem desfazada da realidade. Quase que me atreveria a apostar, que se fosse organizada uma manifestação GAY, e não uma manifestação da comunidade GLBT, provavelmente teriamos nas ruas um grande número de pessoas iguais às manifestações que vemos com objectivos semelhantes (luta por direitos), sem floreados, sem exibições despropositadas, mas focando-se no que interessa: luta pelos mesmos direitos, contra a discriminação!!! Aí sim, seria fácil de ver que a maioria dos gays somos todos iguais e todos diferentes, cada um com as suas taras, com as suas manias, como qualquer hetero!
Aí sim a comunidade poderia de uma vez deixar também ela de misturar as coisas e ver que nós, por sermos gays, não temos que andar por aí de plumas e salto alto.
Fica a reportagem mostrada na SIC a propósito da marcha, e confiram o que acabo de dizer, ou seja, para além dos representantes das associações, quem mais foi entrevistado?! Pois...