Ao ler a terceira edição da "nossa" revista com'OUT (já nas bancas), que continua séria e muito interessante, vi um comentário de um leitor da mesma que contava a sua experiência lá na vilazinha onde mora, no quiosque onde quem vende é amiga da família e onde os familiares vão também comprar as suas revistas e jornais. O comentário fez-me pensar nesse facto, ou seja, quem ainda está no armário, que faz para comprar, ler e passear com a revista! Eu leio a revista nos transportes públicos e parece-me que quem não é gay nem sequer reconhece a revista, mas é facilmente detectável o teor da revista com um olhar mais atento, vendo algumas fotos que acompanham os artigos. Dei hoje por mim a pensar, que se calhar muitos compram a revista às escondidas, lêem na casa de banho e guardam-na debaixo do colchão para não haver hipótese de alguém perceber que está a ler uma revista gay e tirar ilacções erradas (errdas não, certas digo eu!). Será mesmo assim? Ou será que este pequeno gesto da compra da revista, o facto de a ler em público, não poderá ser o princípio para uma saída do armário, ou para um assumir com naturalidade que está a ler uma revista gay? Ou será quem muitos não compram porque não querem correr qualquer risco? Seria interessante "ouvir" experiências desta nova "fase" do país e dos gays portugueses, que têm uma revista dedicada a si...