Este fim de semana teve na Sexta-feira o dia de S. Valentim conhecido pelo dia em que todos os namorados mostram a sua paixão pelos respectivos e se faz (quiçá!) um programa diferente.
Sinceramente não ligo muito a estas datas, elas são na sua essência mais viradas para o consumo do que qualquer outra coisa, e como tal, eu e o lindo não trocamos presentes... Ou melhor, eu pensava que não, mas o meu lindo desta vez surpreendeu-me com um presente, e muito especial!!!!
Para além de um livro que eu amei, deu-me um peça artesanal feita por ele para eu poder andar com um milhão de chaves comigo, como normalmente ando sempre! Sim porque o lindo costura e muito bem! Adorei, para além de ser único é muito prático! Mas o que mais gostei foi uma carta que ele me escreveu com palavras muito sentidas e que me emocionaram de tal forma que não consegui conter o choro e ficamos ali agarrados um bom tempo comigo quase a soluçar...
Passados quase 12 anos depois de nos conhecermos é difícil imaginar a minha sem ele ao meu lado... Não sei como seria... Somos muito cúmplices e amamo-nos muito... Somos também bons companheiros e amigos... Enfim estou feliz hoje como há doze anos, com um sentimento diferente, muito mais maduro, mas feliz e a querer que venham muitos e muitos mais! :)
Sim, mais pareciam as noivas (e noivos!) de Santo António, a iniciativa levada a cabo no decorrer da cerimónia de entrega dos Grammy, ontem!
Uma homenagem ao amor, ao respeito e à tolerância que deve ter deixado (como me deixou a mim) muita gente emocionada! Eu cá gostei e muito!
Não resisto a partilhar este abraço muito especial... Especialíssimo!!! É impossível não ficar emocionado...
Ao ler este artigo no Público sobre o "The Pansy Project" lembrei-me inevitavelmente de outro projecto, este português, e criado por alguém que respeito muito, o Sinal de Alarme (que o José recomeçou este ano)... Ambos falam de Amor e ambos usam as flores como veículo para dar e espalhar Amor.
Por partes, o The Pansy Project foi criado por Paul Harfleet em 2005, e a ideia surgiu na sequência de ele e o seu companheiro terem no mesmo dia sido três vezes vítimas de homofobia. O Paul lembrou-se então de plantar um amor perfeito - ["perfeito" para os seus objectivos: "pansy" é, em calão inglês, um homem efeminado] - em cada local onde alguém tenha sido vítima de homofobia, por actos verbais ou físicos. Poderão ler todos os pormenores deste projecto no link acima. E assim como aderi ao Sinal de Alarme fiquei com uma vontade enorme de ir plantar um amor perfeito ao único local em Lisboa onde fui e me senti vítima de discriminação: no IPS (Instituto Português do Sangue). Foi aqui que me foi negada a possibilidade de dar sangue a pretexto de uma operação da minha mãe, por causa da minha orientação sexual. E acho que vou fazê-lo mesmo, seguindo as instruções do autor do projecto (que podem ler aqui). Penso aliás que não devo ter sido o único e portanto se alguém se quiser juntar a mim, teria todo o gosto em combinar uma ida ao IPS plantar um amor perfeito para sinalizar o local onde se pratica a homofobia de forma deliberada e consentida.
Uma crónica que encontrei no jornal Público e que aproveito para partilhar... Leiam AQUI
Na verdade estamos juntos há 11 anos, mas hoje comemoramos o segundo aniversário de casamento... É mais um pretexto de comemoração, mas no nosso caso, foi mesmo um dia muito especial... Não só por aquilo que todos os noivos sentem e vivenciam nesse dia, mas no nosso caso em concreto foi mais do que isso... Houve demonstrações de amor muito fortes, demonstrações de amor incondicional e que vence todas as barreiras, mesmo as do preconceito por vezes tão difícieis, nomeadamente para os menos novos... Não esqueço que estivemos rodeados de amigos, bons amigos, mas também de toda a família mais próxima e que sentimos o amor sincero e a felicidade por aquilo que estava a acontecer ali... Foi provavelmente o dia da minha vida em que mais chorei, mas foi um chorar tão bom... Abracei a maioria das pessoas sempre a chorar, pois senti-me de facto muito emocionado por termos chegado ali...
Hoje, passados dois anos, perguntarão "o que mudou?".... Nada! Já viviamos juntos... Penso que passamos a ser mais um casal para os que convivem connosco, e sentimos essa normalidade, principalmente da família...
E agora é sempre a somar!
O AMOR esse continua presente, e só assim faz sentido... Venham muitos mais anos (que valham a pena!) juntos!
Amo-te lindo!
O lindo desafiou-me no passado fim de semana a darmos um salto a uma herdade no Alentejo, para eu poder repousar a cabeça e o corpo, e ele também claro... A escolha recaiu na Herdade dos Montes Bastos e foi... Excelente!
Uma herdade perto de Ourique, inaugurada há pouco mais que um mês, com uma piscina linda e uma envolvente mais bonita ainda... A Herdade tem vários hectares, e podemos visitar porcos pretos, as vinhas, as vacas, as ovelhas usando as bicicletas disponíveis... Para matar o apetite, têm lá uma cozinheira alentejana que é TOP! Pelo menos agradou-nos todas as refeições... Sem dúvida um lugar ideal para descansar, a uma hora e meia de Lisboa, e a 70€/Noite que para as condições oferecidas é muito bom (inclui pequeno almoço). Acho que a foto em baixo dá uma ideia da coisa...
Não há bela sem senão, e infelizmente a internet wifi está apenas disponível na sala comum (o que, digo eu, por estes dias já não se justifica!) e falta ainda algum charme (mas isso penso que é por ser recém inaugurada) e alguns elementos alentejanos na decoração...
Aconselho vivamente!!!
http://www.herdadedosmontesbastos.com/
Felizmente os últimos tempos têm sido frutuosos em encontros familiares, nomeadamente com a família do lindo, nem sempre pelas melhores razões. Mas os encontros familiares trazem sempre as apresentações a pessoas que não conhecemos... "Este é o amigo do ..." ou "Este é o ..." é o que mais ouço, não só na família dele mas também na minha... E nós já somos casados e a maioria terá ido ao nosso casamento... Mas custa sempre dizer que eu sou o companheiro ou marido. Não levo a mal, obviamente, mas gostava que fosse diferente!
Quiçá um dia... :)
Infelizmente o meu pai, há uns 4 meses atrás, numa consulta de rotina no Algarve num dermatologista, ao ir mostrar umas escoriações na cabeça, acabou por mostrar uma mancha que já tem há varios anos entre dois dedos do pé, que trouxe como notícia um melanoma maligno... A mancha tinha crescido os últimos tempos, e felizmente o meu pai lembrou-se de mostrar aquilo ao médico... Foi operado de urgência no IPO aqui em Lisboa, e acabou por ser operado novamente ha duas semanas atrás para fazer um vazamento linfático na verilha. Segundo o médico, e segundo os exames e análises, o mal está eliminado e agora é seguir em frente! Em termos médicos e de saúde penso que a coisa não podia ter corrido melhor, tanto pelas instalações que o meu pai tem conhecido, assim como pela equipa médica e de enfermagem que foram sempre muito gentis e profissionais. Mas... Há sempre um "mas" ($#!$#!$"#), os meus pais ficaram obviamente alojados em nossa casa. Isso nem sequer se pôs em causa, nem por nós nem por eles! Seria uma temporada que obviamente teriamos de dar todo o apoio... O que não esperávamos, nem nós nem eles é que o processo se prolongasse durante já 4 meses, em que os meus pais sempre estiveram na nossa casa... Para tornar a coisa mais complicada coincidiu com a nossa mudança de casa! Conclusão: ainda não estivemos sozinhos aqui em casa... Não temos obviamente privacidade, e têm escasseado os momentos a dois, e compreensivelmente o lindo começou a stressar com a situação. Tanto ele, como eu, estivemos aqui entre a espada e parede, tendo os meus pais de um lado e eu e o lindo respectivamente do outro. Tivemos alguns momentos muito stressantes, e eu não sabia bem como fazer para resolver a situação, pois não tinha coragem para convidar os meus pais a irem embora e o lindo também não estava a aguentar mais estar aqui. Não que se deiam mal, nada disso, mas porque obviamente a forma de estar e de viver dos meus pais é um pouco diferente da nossa... A minha mãe tem-se desdobrado em esforços para nos agradar e manter as coisas serenas, pois ela própria percebeu e percebe a situação. Obviamente que este sentimento surgiu entre as duas operações, em que os meus pais poderiam a meu ver poder estar na casa deles... Mas bem, mais uma vez, numa situação crítica, para além de ter tido o apoio de alguns familiares, o meu irmão teve um papel crucial tendo tido a conversa com o meu pai e a minha mãe sobre o assunto... Com a minha mãe seria pacífico, mas com o meu pai, como suspeitavamos, a conversa deixou-o transtornado... Não é difícil perceber o porquê! Depois dessa conversa, a coisa serenou de ambos os lados, e aqui por casa não se falou mais no assunto. Entretanto foi marcada a segunda operação, e agora, ao que parece, está prestes a normalizar-se a situação clínica do meu pai, e provavelmente, na próxima semana eles irão voltar ao seu cantinho, e nós iremos finalmente gozar a 100% a nossa nova casa... O lindo, mesmo com este stress, tem sido incansável e tem tido uma paciência surpreendente! É com certeza uma prova de amor para mim e para os meus pais que não poderei esquecer! :))
Faleceu o meu sogro há algum tempo atrás... Foi a primeira pessoa com quem convivi e que faz parte directamente da vida do lindo, que faleceu... Foram momentos muitos tristes, até porque o lindo não estava preparado, pois fomos apanhados completamente de surpresa pelo sucedido, mas aconteceu... O lindo nunca teve uma relação muito próxima do pai, mas talvez por terem tanto em comum nos seus feitios, que os levava a chocarem um com o outro... E depois o orgulho tratava de complicar tudo! Nos últimos anos, por razões de saúde, o pai aproximou-se do lindo, e até começou a procurar o lindo para desabafar com ele... E dando um grande passo, o pai do lindo aceitou vir ao nosso casamento, mesmo nós sabendo que aquilo lhe fazia confusão e que provavelmente até seria um dia triste para ele... Mas ele veio, e esteve ao nosso lado! Foi a prova de amor que vi o pai João dar ao lindo que mais me sensibilizou e que me marcou! Infelizmente o destino quis que ele fosse embora um pouco precocemente, e vi, naqueles dias que se seguiram à sua morte, o lindo sofrer... Ele não me disse tudo o que sentiu mas eu percebi a dor que sentiu, talvez mais por aquilo que não disse ao pai do que aquilo que lhe disse, talvez mais por aquilo que não lhe fez do que por aquilo que lhe fez... Mas a vida é assim, e continua! Foi um episódio triste da nossa vida conjunta, mas que ultrapassamos juntos...
Hoje a minha mãe faz anos... 66 anos mais precisamente! Hoje tenho a felicidade de a ter a meu lado, não pelas melhores razões, mas está! Os últimos tempos têm-me feito pensar muito sobre as distâncias físicas, as relações que mantemos com as pessoas, o que faz sentido, o que não faz sentido, até porque eu o lindo temos neste plano visões completamente distintas. Aceito com alguma facilidade que possamos manter relações fortes com pessoas que pouco vemos durante o decorrer da vida, mas que o laço criado entre ambos, nalgum período da nossa vida, tenha sido tão forte que permanecerá até ao final dos nossos dias. Pessoalmente tenho exemplos disso... Mas depois, há outras pessoas em que a distância física é um pouco angustiante, principalmente das pessoas com as quais queremos ser parte activa no crescimento, na sua vida pessoal, na participação das alegrias e das tristezas... Refugiarmo-nos em frases como "Nós sabemos o que sentimos um pelo outro e não precisamos de estar sempre em contacto" faz sentido para muita gente, e para mim em certos casos tenho de aceitar (até porque não há alternativa!), mas para outros casos recuso-me a aceitar isso, pois quero partilhar momentos... E se sinto isso com algumas pessoas, com a minha mãe sinto-o muito mais, pois queiramos ou não a idade vai avançando e não é difícil vislumbrar que o possível fim está cada vez mais perto! Falava a semana passada com ela e dizia-lhe que queria que ela tivesse mais perto de nós, e ela sorriu... Pela vontade do meu pai já cá estariam, mas por ela, e ao contrário do que aconteceu em outros tempos, está agora muito agarrada (e diga-se que legitimamente) à sua casinha e não pondera a hipótese de vir!
Posto isto, hoje, exijo que a minha mãe mude de ideias rapidamente, que dure muitos e bons anos, e que possamos partilhar muitos momentos que a vida ainda tem para nos oferecer!
Espero que alguém ouça o meu pedido e faça alguma coisa nesse sentido! :))
PARABÉNS MAMÃ!!!!
«Não há razões convincentes que mostrem que tal diferença de tratamento seja necessária para a proteção da família ou dos interesses da criança»
Foi esta a decisão há uma semana atrás do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem que abriu caminho à adopção de um casal de mulheres a adoptarem o filho de uma delas. A decisão foi acompanhada de valentes críticas a legislações europeias, como a de Portugal, que discriminam a adopção conforme os pais são hetero ou homossexuais.
O TEDH considerou que a decisão judicial da Áustria violou o artigo 14.º da Convenção Europeia dos Direitos Humanos (que proíbe a discriminação com base na orientação sexual), em conjunto com o artigo 8.º (que protege o direito à privacidade e à vida familiar), condenando o governo austríaco ao pagamento de uma indemnização de dez mil euros às queixosas, bem como de mais de 28 mil euros por custos judiciais.
Esta decisão, no meu entender, que não percebo muito de legislações e (i)legalidades, abre caminho a que casais portugueses de homossexuais possam recorrer para o mesmo tribunal para conseguir a adopção de um filho...
Pelo menos eu gostava que assim fosse, até porque, não sei explicar bem o porquê, talvez pelo facto de que a futura casa ter um infantário bem pertinho, e o ouvir das crianças a brincar, tenha despertado em mim um sonho adiado de ter um filho... :))
Para quem quer ler toda a notícia pode fazê-lo aqui: http://www.tvi24.iol.pt/internacional/adocao-criancas-homossexuais-gays-tvi24/1421449-4073.html
Dizia há alguns dias um amigo meu: "O teu blog anda muito parado"... Respondi-lhe que a actividade do blog é inversamente proporcional à actividade da minha vida! O blog é e será sempre a primeira vítima dos momentos mais atarefados e agitados da minha vida, mas confesso, que por vezes, dou comigo com saudades de escrever no blog... Faz bem vir aqui partilhar um pouco da minha vida, e outras coisas com mais ou menos graça, com mais ou menos interesse.
Estas últimas semanas têm sido de uma agitação muito intensa, com boas e más notícias, e com picos de emoção tanto de felicidade como de tristeza...
Estivemos de férias em Istambul, quatro noites por lá, que deram para conhecer um pouco daquela cidade e cultura, até porque o nosso anfitrião (um amigo nosso que está lá a trabalho) nos proporcionou isso mesmo! Voltaremos com certeza, para ver algumas coisas que ainda não vimos e que ficamos curiosos, e também para fazer o circuito pela Turquia! Quanto à vida gay esqueçam! Nada! :)
Esta viagem foi feita na altura em que decidimos mudar-nos definitavemente para Lisboa, e deixar a "aldeia" onde de há cinco anos para cá temos habitado. A casa é óptima, e sabemos que faremos um downgrade no que respeita a conforto, mas estamos certos que teremos níveis de satisfação e conforto noutras áreas que compensarão essa suposta perda. Escolhemos um bairro histórico, no caso, o Bairro Alto, e tudo indica que no início de Março nos mudaremos para lá...
Para além disto, a minha mãe pregou-me um valente susto na semana passada, quando desmaiou ao meu lado e do lindo, o que me deixou em pânico. Valeu o lindo para segurar as pontas, e tudo acabou em bem, mas fez-me pensar muito, e chorar muito... Por segundos pensei que estava a perder a minha mãe e isso deixou-me fora de mim. Felizmente já está tudo ok com ela, mas...Há sempre um "mas"... Ontem fomos surpreendidos por notícias menos boas sobre a saúde do meu pai que nos deixou um pouco abatidos e confusos... Mas a vida continua e aproximam-se tempos de mudança (no sentido figurado e no sentido literal da coisa)!
Não podemos passar todos os anos a dizer que o Ano Novo nos traga uma vida nova, até porque a maioria das vezes não corresponde à verdade... Cá por casa, e mesmo com os nossos amigos, fala-se muitas vezes na mudança, no fugir a esta crise e ir palrear para outras paradas... E também em mudar de vida cá dentro, arriscar em algo novo, procurar alcançar objectivos e concretizar sonhos... E na teoria tudo é lindo e bonito mas na verdade as coisas não são assim... Eu sou um tipo que não me sinto concretizado com a minha actividade profissional, cada vez menos, e 2012 serviu (penso eu) para começar a preparar o caminho para que um dia no futuro possa levantar-me e pensar "Que bom, vou trabalhar no que sempre quis fazer!"... E 2012 ficará na minha vida com um ano de concretização de mais projectos, tanto a nível profissional como noutras áreas, o teatro por exemplo. Houve (como há sempre) viagens com o lindo, a Paris, a Viena e a Budapeste! Houve muitas saídas com amigos e com o lindo, muitos jantares com amigos, e houve mais uns "sobrinhos" que nasceram, e mais importante que tudo, houve saúde! Houve manifestações em que participei (nunca tinha participado tanto), houve muito stress no trabalho, houve algumas discussões com o lindo, houve separações, não houve o dinheiro que esperava, houve crise, e fiquei sem a minha "avó" Pires... Mesmo assim o saldo é positivo, e como sou um tipo que preza muito a vida e a oportunidade de andarmos por aqui, tudo o que vem é bem vindo!
2013 promete ser complicado para o País, mas felizmente aqui por casa até temos boas perspectivas: nova "barraquinha" a caminho, viagens (Istambul e mais?), aumento dos negócios, mudança profissional positiva para o lindo, um prémio no trabalho e a oportunidade de continuar a partilhar a vida com o lindo, com os amigos e com a família.
Para os descrentes (por serem naturalmente pessimistas, ou porque a realidade não lhes dá margem para ser de outra forma) acreditem que o facto de estarmos vivos já é bom. Ter saúde será o principal e tudo o resto vem por acréscimo. Faço votos para que eu e todos, tenhamos perante cada dia a postura de agradecer o que temos, e ao invés de pormos as culpas a mil e uma pessoas pela situação em que nos encontramos, procurarmos alcançar pelos nossos meios e com as ferramentas que temos (às vezes, muitas vezes, não é preciso muito e a solução está diante dos nossos olhos) aquilo que ambicionamos... É preciso bater às portas (às certas), é preciso informarmo-nos, estudarmos e planear o que devemos fazer, é preciso sermos ambiciosos (mesmo que pareça loucura!), é preciso sermos audazes, sermos activos (e menos reactivos!), sermos respeitadores do outro, sermos persistentes e não desistir! Bom, esses são os meus votos, para mim e para todos!
UM BOM ANO!!!
E se a frase "A tradição já não é o que era" se aplica a tantas coisas, desta vez, posso dizer que a tradição se cumpriu! Eu e o lindo passamos o Natal na minha aldeia, na companhia da família! Visto que a família está espalhada pelo país nem sempre é fácil conciliar tudo para isto acontecer, mas este ano, aconteceu! E ainda bem! Ri muito, brinquei muito, descansei, curti a família, e foi excelente! Foi tão bom que penso que consegui que as minhas sobrinhas guardem para elas o carinho e amor partilhado e as prendas sejam apenas um pequeno pormenor... E na realidade é isso mesmo, esta coisa desenfreada de oferecer prendas, uma, duas, três ou mais não faz qualquer sentido... Da nossa parte 90% das prendas foram feitas por nós e são por isso personalizadas e simbolizam para cada um dos nossos amigos e família o nosso reconhecimento pela amizade e amor que nos une. E tento sempre que se mantenha assim durante todo o ano, pelo menos partilhando momentos bons com quem gostamos, pois isso é o que realmente vale a pena, na minha opinião! Porém não esqueço a Anabela que tem o sonho de arranjar os dentes e ter uns óculos novos, ou a Ana que quase implorou para lhe trazer umas couves da terra e que teria tanto para pedir, ou do Manuel que sofre e sofre com a sua doença... Enfim, eles e muitos mais não tiveram a sorte que tive este Natal, ou as condições para curtir esta quadra como gostariam, e eles (que infelizmente são cada vez mais) devem estar sempre na nossa mente, tanto para agradecermos todos os dias aquilo que temos como para todos os dias contribuirmos de alguma forma para mudar a vida de alguém...
FELIZ NATAL! :))
Esta semana ficará marcada como a semana em que recebi (mais) uma (má) notícia que me deixou chocado! Não consegui deixar de pensar no assunto... Mesmo não sendo a primeira vez que fui surpreendido com uma notícia do género, custa sempre muito quando nutrimos muita amizade e carinho pelas pessoas envolvidas. Este era um daqueles casais que o amor parecia transbordar, pelo menos quando estamos por perto... E (desculpem-me a falta de modéstia) eu, normalmente consigo captar estas cenas... Mas as excepções confirmam a regra e neste caso, era um daqueles casais que ninguém imaginaria que se iriam separar, pelo menos nos próximos anos... De repente, um deles, que não andava tão bem na relação como aparentava andar, e sem falar com o companheiro sobre isso, troca olhares com alguém... Esse alguém retribui e solta-se uma paixão que de um momento para o outro vira um verdadeiro tornado que leva tudo e todos na frente, levando à separação! Dirão "há tantos casos assim", e eu concordo, mas quando toca aos que estão perto dói muito... Isso levou-me a pensar nas relações que me rodeiam... E pensando bem... Pensando bem... Não é muito animadora a conclusão... Por uns e por outros motivos, a grande maioria, tem desentendimentos e já pensou na separação... Eu próprio também já pensei nisso... E sabem porquê? Porque é muitoooooooooooo mais fácil estar sozinho, decidir sozinho, não ter que engolir sapos, não ter que fazer o que não apetece, etc etc etc... Por isso digo, como sempre disse, o grande desafio nesta vida é criar os laços, mas principalmente mantê-los, principalmente os de amor...
Espero e quero muito que estes dois amigos que agora seguem caminhos diferentes consigam ser felizes no futuro, pois ambos merecem muito... O tempo irá tratar de tudo e com toda a certeza é o que irá acontecer...
:))
Assumo, sou fã da série! Obviamente que na passada Segunda-feira assisti à história de Ivo e Helder apresentada na nova série documental da SIC, chamada "Momentos de Mudança" que tenta retratar aquilo que mudou no nosso país nos últimos 20 anos. O casamento homossexual tinha que obrigatoriamente ser abordado, e a história destes dois companheiros foi a escolhida pela equipa. Sendo suspeito, porque sou gay e também porque já casei, achei a reportagem muito realista, querida e muito respeitadora da intimidade dos noivos. Para além disso, e penso que não terá sido por mero acaso, a história é de dois homens comuns, que vivem numa localidade mais pacata, sem grandes possos e sem muito gosto estético (isto é a minha opinião!), e confesso que gostei disso... Até para a comunidade gay serviu para mostrar que não há só bichas fashions, e gays com papel a viver bem e tal... Está também bem presente o preconceito, inclusivamente dos próprios noivos, que na hora do cumprimento após o acto consumado se cumprimentaram com um aperto de mão... Não tem mal é certo, mas o riso que todos fizeram depois dava para notar que não tinham o à vontade necessário para o fazer... E até nisso a reportagem conseguiu captar, em que pessoas acedem a participar numa celebração mas nem eles nem os próprios noivos estão plenamente bem consigo próprios e com os que os rodeiam... Aliás a reportagem termina informando que o casal foi convidado a saír do Rancho a que pertenciam há já alguns anos!
Por isto e por muitas outras coisas sugiro que vejam a reportagem!
Partilho o vídeo e felicito o IVO e o HELDER pela coragem e disponibilidade, e pelo excelente trabalho produzido pela SIC
As últimas semanas já nos indicavam que poderia ser a qualquer momento, mas não por ter 96 anos, não por estar doente, não por estar debilitada, mas apenas porque foi para o lar onde não se conseguiu integrar. A sua energia e lucidez incomodava... Incomodava outros utentes e principalmente os donos do lar. Onde já se viu uma senhora querer ir fazer chichi ao seu quarto (e para isso ter de subir no elevador) em vez de fazer no WC onde todos os outros fazem? Onde já se viu a senhora querer ir a casa, à sua casa - de onde saiu há tão pouco tempo em resultado de uma queda que a deixou coxa - que ainda por cima fica a 5 min. de carro? Onde já se viu uma senhora ficar com a pancada do elevador e gostar de andar nele (se calhar um pouco mais do que devia)?
A Avó Pires era uma mulher fora de vulgar! Não era minha avó de sangue mas era-o afectivamente... "Ainda me chamas de avó Pires?" perguntava-me ela de vez em quando... "Claro avó, que outra coisa lhe podia chamar, você é a minha avó Pires!". E era-o de facto... Recebi muito carinho e apoio dela, que mesmo com 96 anos mostrava uma energia e lucidez impressionantes... Até aos seus 95 fez crochet e soube tratar de si, mas uma infeliz queda em casa forçou-a a saír de casa... Para sempre!
Já aqui falei dela no blog quando ela disse à minha mãe (há uns dois anos atrás): "Diga lá ao Cristóvão que quando ele vier cá à aldeia que me vá visitar, e pode trazer o amigo que eu não me importo nada com isso!". E assim foi, o lindo passou a acompanhar-me a ser recebido com o mesmo carinho com que ao longo da minha vida também eu recebi dela. Há algum tempo atrás deu-nos um jarrinho de água como lembrança e duas chávenas com pires do seu casamento. Disse-nos "Não é nada de jeito, mas gostava muito que ficassem com esta lembrança minha". Ficamos, obviamente, comovidos com o gesto e lá está guardadinho em casa, com muito carinho, as lembranças da Avó Pires.
Hoje é um dia triste para mim, não só pelo facto de ela se ter ido embora, mas também pela forma como foi... Ela, mais do que ninguém, merecia ter descansado em paz e ter vivido os últimos tempos da sua vida em paz, conforto e carinho. Temo que não tenha sido assim...
Até sempre Avó Pires e obrigado pelo carinho... Sempre...