Desde que este blog foi criado tanta coisa mudou em Portugal no que toca à comunidade gay!
Portanto desde 2004 passaram quase 20 anos. Lembro-me nessa altura estar acabadinho de saír do armário, apaixonado pelo lindo, e a descobrir um mundo novo para mim e a sentir o sabor da felicidade por completo. Criei o blog porque achava que podia ser um local de partilha e que pudesse ajudar outros como eu que, pelas mais diversas razões, precisassem de ajuda ou apenas desabafar. Naquela altura ainda não havia facebook... As redes sociais estavam longe de ser aquilo que são hoje e não se imaginava que pudessem ser o que são hoje. Eu conheci o lindo no Gaydar (a propósito fui agora ver se existe ainda, e existe, mas eu já não consigo fazer login) e era um dos sites de engates na altura mais populares. Ainda não havia smartphones! Cameras e etc só no PC, nada nos telemóveis. Havia saunas (mais do que há agora) e havia na zona do Príncipe Real mais bares gay do que há hoje. Havia menos gays visíveis na rua, e agora é frequente ver duas pessoas do mesmo sexo de mãos dadas. Não podíamos casar nem adoptar, e agora já podemos. Não podíamos dar sangue e agora... não sei! Raras eram as figuras públicas assumidas e agora felizmente há cada vez mais figuras públicas a assumirem a sua homossexualidade! A Madonna nunca tinha vindo a Portugal, e agora tem casa em Lisboa! O arraial pride tinha pouco mais que uma centena de pessoas e agora enche metade da Praça do Comércio! O turismo gay quase não se dava por ele e este ano "Portugal está no primeiro lugar de destinos mais hospitaleiros para a comunidade LGBTI em 2019, de acordo com o índice do Spartacus International Gay Guide.". A sigla LGBT evoluiu e tem agora mais umas quantas letras sendo agora LGBTQIAP+ para se tornar mais inclusiva dentro da comunidade Queer (hei-de voltar a este tema!). Não se falava de homossexualidade na escola e em 2009 o tema foi incluído na educação sexual escolar. Antes o conhecimento em lugares de diversão era o local previligiado para conhecer pessoas, hoje as redes sociais e as app's de engate são usadas diariamente dispensando muitas vezes a socialização. Raramente encontrava relacionamentos gays na altura que criei o blog, e este ano apercebi-me que existe um muita relação gay por aí e duradouras o que me deixa muito feliz!
E é isto! Estas deverá ser o que mudou nos últimos quase 20 anos, e tenho que dizer que acho que evoluiu no sentido positivo. Ainda existe discriminação? Sim! Ainda muita gente fechada dentro do armário com medo de assumir-se? Sim! Mas aos poucos a coisa vai mudando e isso é ótimo! :)
A primeira Gala de Travestis que ocorre sem a organização de Carlos Castro pelos motivos que todos conhecemos, está a gerar polémica. Isto porque o nome passou para "Gala Abraço". Estranha esta mudança de nome... Pelo menos se querem manter a mesma gala, porquê a mudança de nome? Preconceito? Então e quando o Carlos estava vivo eram tão hipócritas ao ponto de não sugerirem a mudança de nome? A Margarida Martins (Presidente da Abraço) decide agora pela alteração do nome, devido a quê? Se a "Gala dos Travestis" lhe deu bastante ajuda para a Associação, agora há vergonha em usar o mesmo nome??? Ficam as perguntas... Se alguém souber responder que o faça! Fica também a notícia na íntegra (retirada da Dezanove). Já agora, vejam as diferenças entre a promoção do evento no Teatro São Luiz de 2010 (http://www.teatrosaoluiz.pt/catalogo/detalhes_produto.php?id=83) e de 2011 (http://www.teatrosaoluiz.pt/catalogo/detalhes_produto.php?id=257).
A gala de angariação de fundos para a associação Abraço, que decorre a 1 de Dezembro no Teatro São Luiz e que era organizada por Carlos Castro, está a levantar polémica. Em causa está a mudança de perfil do evento.
A AMPLOS (Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual) pretende ser um ponto de encontro de pais com filhos LGBT, de forma a juntos discutirem e conversarem sobre a "novidade" com que muitos pais são brindados quando os seus filhos assumem a sua orientação sexual. Ontem o encontro foi em Lisboa, e como há muito que tinha curiosidade de presenciar um destes encontros, não perdi esta oportunidade. O tema da sessão aberta era sobre o Bullying. Gostei muito da simplicidade com que tudo decorreu. Sem formalismos, o Paulo e a Margarida - pais de filhas lésbicas, foram os impulsionadores da criação da AMPLOS, e são a cara da mesma - conduziram os participantes para a sala onde os convidados a falar foram tomando a palavra ao longo de duas horas. Uma psicóloga, a rede ex-aequo, a ILGA e a OPUS GAY estavam representados e todos deram algumas palavras ou depoimentos aos quase 15 pais presentes. Alguns pais intervieram também... A AMPLOS é sem dúvida uma excelente iniciativa, mas pelo que ouvi, estão com alguma dificuldade em chegar e fazer passar a sua mensagem junto de pais com filhos LGBT. Percebeu-se que o Paulo e a Margarida têm imensa vontade e gostaria de ter uma forma de encontrar os pais... Quanto ao bullying, foram adiantados alguns sintomas a que os pais devem estar atentos, e apresentados alguns casos concretos. Refiro um, que uma mãe presente deu eco: "O meu filho tem 16 anos. Assumiu a sua homossexualidade. Desde esse dia as aulas de educação física começaram a ser um problema, pois os colegas não querem que ele entre no balneário dos homens, é mandado para o das mulheres. Ele nunca tinha tido problemas em Educação Física e agora as notas estão a baixar. Contactei com o director de turma e a professora, e disseram que iam tratar do assunto...". Certo é que a situação não se alterou, e uma das conclusões que se tirou é que os próprios professores não sabem como lidar com este tipo de situações. Deveriam ter formação ou ter alguém a quem recorrer. Outro dos intervenientes, foi um agente da polícia representante da associação de polícias gay, que desafiou a rede ex-aequo a incorporar nas suas acções de formação pelas escolas do país a convidarem o Projecto Escola Segura a estar presente. Percebeu-se do testemunho do agente, que o bullying está também presente no trabalho, e que é muito complicado por vezes lidar com isso!
Bom, posto isto, desafio os leitores que informem os pais que existe esta Associação, a AMPLOS, e que se tiverem oportunidade devem entrar em contacto e participar.
Temos de apoiar as (boas) iniciativas que vão surgindo!
Associação AMPLOS: http://amplosbo.wordpress.com/
Ontem, estava a almoçar no restaurante, e sem querer ouvi uma conversa que estava a decorrer na mesa ao lado... O tema interessa-me, pois tratava-se dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo e da adopção. A senhora que participava nessa conversa (com mais dois senhores) disse de forma entusiástica: "E já viram o novo anúncio com dois homens, por causa do uso do preservativo? Está tão giro...!".
Eu por acaso já tinha este post começado para publicar assim que houvesse oportunidade, até porque também eu fiquei surpreendido pela nova publicidade feita pela Agência Omdesign para a Coordenação Nacional para a Infecção VIH/sida. Para além de (tentar) abordar a homossexualidade de uma forma natural apresentando um casal com uma relação (supostamente) estável, o anúncio passa em horário nobre na televisão. Existem dos filmes distintos, um para relações estáveis ou para relações ocasionais. Em ambos se podem apresentar alguns argumentos que podem por em causa o objectivo que se pretende, mas eu acho que o que deve ser mesmo salientado, é o essencial: Apresentar um casal gay , numa relação estável, sem "bonecos", e em horário nobre. Algo está a mudar, e ainda bem! :))
Ficam os vídeos para quem ainda não viu e aproveito a ocasião para fazer publicidade ao novo canal do youtube do Blog Ser Gay. Podem (e devem!) visitar! Tem lá todos os vídeos que foram publicados até ao momento e outros mais, divididos em categorias. Acreditem que vale a pena dar uma espreitadela: http://www.youtube.com/blogsergay#g/p
... Atrevemo-nos a pedir aos caros deputados do Parlamento, que no próximo dia 8 de Janeiro (SIM! ESTÁ QUASE!!!) votem a favor da igualdade, a favor de termos os mesmos direitos que os heterossexuais! Que atrevidos que somos!!! A ILGA está a incentivar ao envio de um email a todos os deputados incentivando-os a votar a favor da igualdade. Faço eco desse pedido dando o link disponibilizado pela ILGA onde podem copiar os contactos e o texto (se quiserem) e enviarem... Não custa nada, é apenas dispensar 1 minuto e pode (quiçá!) fazer a diferença!
Acedam a www.ilga-portugal.pt/noticias/20091226.htm
Faltam 12 dias para a votação!
:))
O casamento gay está definivamente na agenda política e nacional. As reportagens nos média sobre o tema multiplicam-se e amanhã, o Conselho de Ministros irá aprovar o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. É, ou melhor, será um marco na luta pela igualdade dos homossexuais em Portugal e será o primeiro passo para a legalização dos mesmos após aprovação em Assembleia da República lá para meados de Janeiro.
Ficam alguns links do que se vai dizendo por aí:
Casamento gay: «Ganhámos uma batalha, mas não a guerra»
Casamento gay: «É preciso coragem para marcar o referendo»
Casamento gay começa a ganhar forma
Casamento gay: ILGA quer aprovação sem esquecer parentalidade
Casamento gay aprovado amanhã pelo Governo
Governo vai aprovar casamento homossexual
Consenso à esquerda para legalizar mas divergências quanto à adopção
Chega??
:))
Esta semana a revista VISÃO traz na sua edição uma reportagem sobre a Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual, a AMPLOS que já referi aqui no blog. A partilha de experiências entre pais é muitas vezes a melhor forma de compreender, respeitar, aceitar a homossexualidade do filho. Obviamente que a maioria dos pais não está preparado para ter um filho gay, mas cada vez mais o assunto deixa de ser tabu, e mesmo estando nós (aidna) longe da não discriminação, do não preconceito, a verdade é que com o tema cada vez mais abordado na imprensa, o assunto vai perdendo a sua carga dramática e negativa...
Deixo-vos o relato na primeira pessoa, de uma mãe, a Margarida (Presidente da AMPLOS), que tem uma filha lésbica.
Adicionalmente, a mesma revista, dá a conhecer esta semana, as principais recomendações para os pais que descobrem que têm um filho homossexual. O terapeuta familiar Pedro Frazão, 33 anos, é o autor de um estudo sobre este tema, e partilho as conclusões a que ele chegou:
Manual: quando o seu filho lhe diz que é gay
O QUE NÃO DEVE FAZER:
*Transmitir ao adolescente/jovem adulto de que se trata apenas de uma fase e que com o tempo vai voltar a ser heterossexual, desvalorizando todo o trabalho de preparação que o jovem fez para partilhar com os pais o que sentia
*Criar um pacto de silêncio sobre as questões relacionadas com os afectos e sexualidade dos jovens
*Criar um clima de confrontação e hostilidade que faça o adolescente/jovem adulto sentir-se ainda mais isolado do que já se sentia antes do coming out ("sair do armário")
*Fazer ameaças de que ou o adolescente muda a sua orientação sexual ou é afastado da família ou expulso de casa
*Proibir o adolescente ou jovem adulto de se encontrar com os seus amigos ou namorados(as) que muitas vezes são apontados pelos pais mais intolerantes como responsáveis pela situação
*Fazer formulações culpabilizantes de que os filhos são gays ou lésbicas porque os pais falharam ou porque a orientação sexual dos filhos resulta de experiências infantis (ex: a mãe estava demasiado próxima e o pai era distante)
*Fazer comentários homofóbicos e que ridicularizam pessoas gays ou lésbicas
*Procurar psiquiatras e psicólogos com o objectivo de mudar a orientação sexual dos filhos
O QUE DEVE FAZER:
*Criar um contexto seguro para que o adolescente ou o jovem adulto fale abertamente sobre os seus sentimentos
*Assumir que, à semelhança do que foi vivido pelos filhos, os pais também necessitam de tempo para se adaptar à nova realidade
*Procurar informação especializada sobre questões relacionadas com a orientação sexual
*Se necessário, procurar um profissional de saúde mental especializado em questões de sexualidade
*Conhecer gays e lésbicas que lhe possam assegurar que uma orientação sexual minoritária não é um problema e que lhe mostrem que essas pessoas podem ter vidas completas como homens e mulheres a todos os níveis
*Procurar outros pais que têm filhos gays e lésbicas e que viveram situações semelhantes
Hoje, neste dia triste de inverno, dei um saltinho à entrega dos prémios média 2009 da rede ex-aequo, tal como já tinha feito o ano passado, para dar alguma côr a este dia cinzento. Fiz bem! Não me arrependi! A presença anunciada dos homenageados não se concretizou em alguns casos (Ana Zanatti, Filipe La Féria, e as actrizes Diana Chaves e Ana Guiomar fizeram-se representar por outras pessoas), mas mesmo assim, a presença de outros foi enriquecedora para o evento. Falo especificamente do jornalista Nuno Ropio, o autor de algumas novelas Rui Vilhena e o actor Nuno Távora. Com o jardim de Inverno do Teatro São Luiz bem composto, à semelhança do ano passado, o evento começou com a actuação de um grupo musical, que correu muito bem! De seguida foram as homenagens e as respectivas entregas de prémios, e por fim o habitual espaço de perguntas e respostas.
Destaco deste espaço - de perguntas e respostas - a intervenção do jornalista Nuno Ropio, que contou algumas histórias pessoais e profissionais, relacionadas com o processo de preparação das suas reportagens... Mas houve uma principalmente, que foi realçada, que se tratava de uma amiga sua - também presente no evento, embora não identificada -, que há coisa de sete anos foi despedida devido à sua orientação sexual. Ela entrou numa batalha jurídica da qual o jornalista foi também participante como testemunha. O Ropio, depois do desenrolar que levou à saída da amiga da empresa, não aguentou a pressão e saiu também passados dois meses. Mas, interessante na história foi a referência ao então responsável lá no emprego, que segundo o jornalista se trata de uma pessoa conceituada e bastante conhecida do panorama nacional. Mas porque raio é que nunca se tratam as pessoas pelos nomes????? O Nuno Ropio acabou por não identificar a pessoa em questão e temos de respeitar isso, mas penso que esses "manda-chuva" deste país, hipócritas, que entram muitas vezes pela nossa casa adentro através da televisão apregoando boas maneiras e liberdades, e que na verdade escondem por atitudes verdadeiramente deplorantes e discriminatórias. E o que acontece quando um jornalista (não me refiro apenas ao Nuno Ropio, mas a muitos, a maioria com certeza) sabe de um podre que se prende com liberdades e/ou discriminação, por alguém com responsabilidades neste país? Não se denuncia... Mas o Nuno Ropio é dos poucos jornalistas que aborda com regularidade as questões da discriminação e foi por isso mesmo que foi homenageado.
E pronto, deixo o texto acerca da escolha dos homenageados disponibilizado pela rede ex-aequeo e para o ano há mais!
Ana Zanatti, Actriz e autora, pela abordagem de temas extremamente relevantes para a juventude LGBT no programa “Sete Palmos de Testa”, numa atmosfera de respeito por todas as pessoas e por diferentes pontos de vista aliada a uma grande franqueza e a uma intenção clara de auscultar a juventude.
Rui Vilhena, autor, e Nuno Távora, actor, pela novela “Olhos nos Olhos” (TVI).
Filipe La Féria pela encenação da peça “A Gaiola das Loucas”, onde foram abordadas as temáticas do transformismo e homossexualidade.
Ana Guiomar e Diana Chaves, actrizes, pela novela “Podia Acabar o Mundo” (SIC).
O programa “Prós e Contras” (RTP1), pela inclusão do casamento entre pessoas do mesmo sexo nos seus temas de debate.
Nuno Ropio pelas várias reportagens realizadas ao longo deste ano onde abordou os temas da Homossexualidade e Transsexualidade. “Polícias homossexuais discriminados pelo Ministério da Administração Interna”, “Filhos de lésbicas regem-se pela normalidade”, “Casas de abrigo para jovens gays e lésbicas expulsos pelas famílias”, etc.
Passado que está o mês do Orgulho Gay(Junho), as festividades não pararam... As marchas do Orgulho Gay aconteceram em imensas cidades por esse mundo fora. Por cá, em Lisboa, tivemos a marcha com maior participação de sempre, perto de 2000 pessoas ao que parece. Este ano que estava decidido a ir, tive teatro e portanto não foi possível...
Mesmo assim foram milhões de pessoas que sairam à rua em defesa dos direitos da comunidade LGBT...
Deixo alguns títulos que vi na net:
O DN mostrou no fim de semana passado o rosto do polícia com mais tomates da polícia portuguesa! De seu nome Belmiro Pimentel (na foto), tomou a iniciativa de criar e coodernar o Grupo de Trabalho de Identidade XY, o primeiro movimento de defesa dos polícias homossexuais portugueses.
LIGADO ao Sindicato Unificado da Polícia (SUP), o IXY (o X é do cromossoma que determina o sexo feminino e o Y o masculino) emergiu após um trabalho de investigação de Ricardo Gouveia, agente do Comando da PSP do Porto, no âmbito da licenciatura em Sociologia que está a terminar na Universidade do Minho.
Cabe a João Paulo, activista da causa LGBT e editor do site Portugalgay, a ponte entre a sociedade civil e o IXY.
«Como estava a pensar na apresentação do meu trabalho e desconfiava que Pimentel era homossexual, decidi convidá-lo a estar presente. E ele aceitou.» O agente/estudante universitário obteve 17 valores e o coordenador do IXY o aplauso dos trezentos alunos que assistiam à apresentação.
APESAR de os polícias homossexuais optarem por se manter na sombra, a verdade é que ao endereço de e-mail do movimento têm chegado relatos de histórias dramáticas e diversos pedidos de ajuda, até mesmo de profissionais de outras forças de segurança e militarizadas.
«Há uma semana recebi no meu local de trabalho a visita de uma mãe que desconfiava de que o filho de 17 anos era gay, devido a uma série de comportamentos que ele adoptava nos últimos tempos, entre eles falar de um “amigo” com o qual queria ir viver», descreve Belmiro Pimentel. Mãe e filho conversaram com o agente. «Tentei mostrar ao jovem que apesar da informação que nos chega diariamente, no que toca à homossexualidade, temos de ser capazes de dar tempo às pessoas que amamos para se adaptarem. Penso que consegui resolver o problema», conta, satisfeito.
«É este tipo de preparação dos agentes que defendemos. Profissionais que, além de não serem discriminados e de terem uma posição de respeito entre camaradas, possam ser bem formados para atender a sociedade civil homossexual. E que não pensem que ser gay é algo que está na moda», diz João Paulo.
Quanto a mim, parece-me óptimo e felicito este rapaz pela coragem! Tanto por assumir publicamente a sua orientação, mas por fazer parte de uma classe que suponho (e penso que não há dúvidas disso) deverá estar muito latente os espíritos homofóbicos...
Viva ao Belmiro!
:))
Toda a notícia AQUI
Poucas vezes temos lançamentos de livros de autores portugueses de temática gay. O mês de Junho de 2009, ao que parece trouxe-nos ao mesmo tempo dois livros: "A CHAVE DO ARMÁRIO" de Miguel Vale de Almeida e PARTILHA-TE, resultado da partilha de histórias partilhadas por pessoas homossexuais.
É motivo de congratulação estas duas edições, mostra que algo está a mudar, mas por outro lado, achei estranho, bastante estranho, que os respectivos lançamentos coincidissem no dia e na hora! Pergunto eu: porquê?! Eu até gostaria de ter ido ao lançamento de ambos, mas como não me consegui dividir em dois (estranho não é?) optei por ir ao que me calhava mais em caminho... Já ouvi várias vezes falar da pouca união entre as várias associações LGBT mas nunca dei muita importância, mas esta coincidência de datas parece-me estranha, até porque o lançamento do PARTILHA-TE estava inicialmente programado para outro dia e acabou por ser alterado para o dia 24... Enfim, talvez possa ser apenas uma infeliz coincidência mas penso que no futuro poderiam e deveriam tentar fazer com que isto não se repetisse. Somos tão poucos a ter coragem e a dar voz e corpo, que só juntos, todos juntos, poderemos conseguir esse objectivo. Já agora, porque é que a OPUS GAY não participou nas festividades? Hein??
Relativamente aos livros, devido ao atraso da jornalista Fernanda Câncio (segundo ela "já é normal eu chegar atrasada!") não pude ficar até ao final do lançamento do A CHAVE DO ARMÁRIO e ouvir o autor falar... No entanto, com a intervenção da Fernanda pareceu-me que deve ser um livro interessante... Comprei e já está em fila de espera para leitura!
Quanto ao PARTILHA-TE que comecei hoje a ler, acho que qualquer homossexual gostará de ler as histórias partilhadas, tão diferentes, e ao mesmo tempo tão iguais... Um livro fruto da boa vontade dos leitores, na blogosfera, e que só por isso demonstra que algo está a mudar no nosso país...
Ficam as sugestões!
Boas leituras!!!
Todos os posts do blog sobre LIVROS podem ser lidos AQUI
PS: Queria partilhar que no lançamento do livro no Centro LGBT, foi muitooooo giro ver um casal de lésbicas e um outro casal de gays, cada um com o seu filhote... Que inveja que senti!!! :))
Aplaudo a iniciativa e espero que haja muita aderência!!!
Qualquer coisa, eu posso participar... Mesmo sem filhos! eheheh!
AMPLOS – Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual
“BRING-OUT”
Quem somos:
Somos um grupo de pais que se propõe lutar por uma sociedade mais justa, opondo-nos a todas as formas de discriminação. Pela forma como nos toca enquanto pais, concentrar-nos-emos preferencialmente no combate às formas de discriminação relacionadas com a orientação sexual.
O que sabemos e sentimos:
Sentimos que muito falta fazer para que os homossexuais sejam aceites, possam assumir abertamente a sua identidade, exprimir os seus afectos, casar, ter igualdade de tratamento jurídico; em suma serem pessoas de pleno direito, serem cidadãos de plena cidadania.
Sabemos que a aceitação da sua orientação pelos pais é um dos momentos mais marcantes, e fundamentais, na sua própria aceitação como pessoas. É um momento intenso para ambos. Na maioria das vezes sofrido, por ambos.
Sabemos que muitos pais reagem de forma brutal a essa situação pelas expectativas que criaram em relação aos filhos, pelos preconceitos que circulam, e abundam, na sociedade, pela falta de informação resultante dos tabus que se têm perpetuado em torno da discussão aberta do tema.
Sabemos que para os pais é difícil falar d@ seu filh@ homossexual; falar das suas relações amorosas, dos seus projectos de vida.
Sabemos como são forçados a usar diferentes “histórias” para os seus diferentes filhos e quão dura lhes é essa discriminação. Fazem-no pelas reacções que essa abertura provoca nos outros; fazem-no pelo respeito que os filhos merecem, deixando-os decidir quando e a quem o fazer, dando por vezes um empurrãozinho, na abertura da porta desse tal “armário”. Toda esta situação exige dos pais uma atenção especial, difícil, paciente, cuidadosa.
Também sabemos que os pais estão muito sózinhos, nem sempre sabem como agir da melhor forma. Andam eles próprios a aprender a ser pais, a como sair do seu “armário” de pais reprimindo o desejo de escancarar a porta toda, e celebrar todo o amor que sentem por esses filhos.
O que queremos:
Queremos ser um grupo de pais que se oiçam, esclareçam, acompanhem.
Queremos ser um grupo de apoio a jovens homossexuais que tenham dificuldade na sua relação com os pais.
Queremos constituir um grupo de acção cívica ao lado dos nossos filhos e de todas as organizações que defendem os seus direitos.
Como pensamos fazê-lo:
Procuraremos locais e momentos de encontro periódico, à medida da dimensão e situações que forem surgindo. Destes contactos se seguirão outras formas de acção dependendo das ideias que nascerem no interior do próprio grupo.
Procuraremos marcar de alguma forma presença em todas as formas de encontro que digam respeito a esta causa.
Contacte-nos através de: amplos.bo@gmail.com
Achei o vídeo no youtube... Trata-se de um convite à participação na Marcha do Orgulho Gay em Lisboa, no próximo dia 20 de Junho de 2009, pelas 17:30 no Príncipe Real em Lisboa. Como adoro a música usada e como a montagem está interessante, aqui fica o vídeo de divulgação:
Vem a propósito... tinha pensado falar sobre a jornada de lutra contra a homofobia, mas fui "abordado" por um contacto do msn, de uma jovem rapariga com quem já tinha falado há algum tempo, e que hoje veio falar de um obstáculo que lhe apareceu na escola dela... Será homofobia? Será que ainda existe esse medo dos homossexuais? Ou de falar da homossexualidade? Um dia depois da repressão da polícia russa ao manifestantes que alertavam junto ao espectáculo Eurovisão 2009 em Moscovo, para os direitos dos homossexuais, deixo-vos a conversa do msn (devidamente autorizada obviamente) e cada um que responda às perguntas que fiz anteriormente....
ELA says says (22:38):
não me leve a mal... mas o senhor e' alvo de discriminação por parte de muitas pessoas?
EU says (22:38):
???
ELA says says (22:41):
eu passo a explicar. quero fazer uma palestra sobre direitos homossexuais, e não me foi concedido espaço por parte da direcçao, por ser uma palestra de "foror intimo, que pode levar a interpretações abusivas" e depois compararam o meu trabalho ao uso de drogas e comunismo. o que foi sempre bom
tava agora a pensar nisso, e lembrei-me de perguntar
EU says (22:42):
pois.. é portanto (ainda) um assunto tabu
ELA says says (22:44):
que estupidez sinceramente
EU says (22:44):
pois
felizmente so fui uma vez discriminado
ELA says says (22:44):
ha' alguem a quem eu me possa dirigir?
como reagiu?
EU says (22:45):
eu?
reclamei a meio mundo!
ELA says says (22:46):
tou a pensar fazer isso. Vou tentar fazer o pedido mais uma vez, se me vier recusado, vou falar com alguem superior a mim...
EU says (22:47):
mas quem recusou foi a direcção da escola?
ELA says says (22:47):
yes...
EU says (22:47):
posso saber que escola é?
ELA says says (22:48):
Escola Secundária (...) - Leiria
EU says (22:49):
e tu tas em q ano?
ELA says says (22:50):
12º ano.
ELA says says (22:51):
ha' alguem a quem eu me possa dirigir?
EU says (22:51):
e a palestra era para alunos do 12ºano?
ELA says says (22:52):
nao, era para toda a comunidade escolar.
alias seriam dois oradores especializados a falar (rede ex aquo - nao sei se conhece)
ELA says says (22:53):
a direcção pediu o programa da palestra, e nos fornecemos, tudo pormenorizado, e disseram que teria que ser ainda mais promenorizado (deduzo que queiram palavra a palavra o que for dito)
EU says (22:55):
lol
é pena
ELA says says (22:55):
" Tratando-se de assunto, comportamento sexual, de foro íntimo, estas abordagens podem conduzir a interpretações abusivas. Para o conselho executivo poder autorizar teria que ter um conhecimento mais exaustivo do conteúdo da actividade. "
EU says (22:56):
olha que tal contactares com um destes numeros http://www.rea.pt/numapoio.html
ELA says says (22:58):
antes ou depois de falar com a senhora que recusou o nosso pedido?
EU says (22:58):
antes
para te dizerem como deves proceder
ELA says says (23:00):
tem razao... é isso mesmo que vou fazer. Obrigada!
Ontem recebi um pedido de divulgação por parte da rede ex-aequo, da qual já falei aqui várias vezes, da "inauguração" de um novo grupo regional em Beja.
Acho muito importante o trabalho que esta associação tem feito, e como recebo cada vez mais contactos para esclarecimentos de dúvidas, desabafos, nunca é demais divulgar os vários grupos regionais que esta associação tem nas seguintes cidades: Aveiro, Beja, Braga, Coimbra, Faro, Lisboa, Viseu e agora Beja. Nas reuniões destes grupos conversa-se sobre temas variados, que estão de algum modo total ou parcialmente ligados à temática LGBT, geralmente através de dinâmicas de grupo/exercícios pedagógicos divertidos que pretendem justamente ajudar a falar sobre assuntos onde se calhar muitos não terão outro espaço ou com quem falar noutros locais. Existe ainda o forum, bastante frequentado e boa onda, e que aconselho também a visitarem! Deixo agora os links:
- o forum
Fica a contribuição espero que ajude!!!
Volto a esta rubrica (ver posts anteriores AQUI), lamentavelmente um pouco esquecida, para continuar a apresentar as várias associações que existem no nosso país de apoio à comunidade LGBT.
A ILGA PORTUGAL (Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual e Transgénero) é a mais antiga, maior, e talvez a mais reconhecida e importante associação portuguesa de solidariedade nacional de defesa dos direitos da comunidade LGBT. Membro de várias associações europeias, focam a sua actividade no desenvolvimento de actividades políticas e sociais, nomeadamente, na realização de debates/conferências, campanhas publicitárias, eventos e publicações, tendo à sua responsabilidade a realização de duas iniciativas anuais de maior visibilidade: a Marcha do Orgulho Gay e a entrega dos Prémios Arco Íris. Entre outras coisas, disponibilizam também o Centro de Documentação Gonçalo Diniz, o Serviço de Aconselhamento e Psicoterapia e a Linha telefónica de Apoio e Informação Sobre Homossexualidade. Com sede em Lisboa (MAPA), tem acessível um sítio online, onde se pode encontrar entre outras coisas, sondagens, notícias, documentação, informação sobre projectos em curso, etc, etc... Para inscrição, existe um formulário disponível em formato pdf, com o custo mínimo de quota trimestral de 9 euros.
Lanço o repto a visitarem o site!
PS: Encontram-se disponíveis duas vagas para emprego na associação. Ver AQUI
Acabo de chegar deste evento, que por muito acaso, acabei por decidir ir... Cruzei-me com um email da associação rede ex-aequo, a convidar, e como não tinha nada de interessante para fazer, decidi dar um pulo lá... Não foi tempo perdido, bem pelo contrário, para além de ter sido a minha primeira experiência num evento deste tipo, houve muita interacção entre os homenageados e o público. Interessante foi eu me sentir dos mais velhos daquela sala, não sei se por esta associação ser mais indicada para juventude ou se por o pessoal da minha idade não participar neste tipo de iniciativas! Penso que foram passadas mensagens interessantes para quem lá estava, e concordo com a jornalista Fernanda Câncio (jornalista homenageada, pelas suas recorrentes abordagens de assuntos relacionados com discriminação sexual, do jornal DN), que é pena que ainda seja assim, se premeie os profissionais que falam sobre assuntos que deveriam ser já "normais" e por isso não merecer qualquer tipo de distinção. Infelizmente a realidade é (ainda) diferente, mas ficamos a aguardar por esses tempos, em que a normalidade das orientações sexuais de cada indivíduo são o que menos interessa!
Os homenageados foram:
Aurélio Gomes e Teresa Gonçalves – Pivots do programa "Janela Aberta" do Rádio Clube Português que conduzem, semanalmente, uma rubrica onde se discutem notícias afectas a questões LGBT.
Bernardo Mendonça, Tiago Miranda e Solange F – Bernardo Mendonça e Tiago Miranda foram responsáveis pela reportagem "Lésbicas e muito mulheres", que contando com o testemunho pessoal da apresentadora Solange F, contribuiu para desconstrução de estereótipos associados à orientação sexual.
Elisabeth Barnard – Directora executiva da revista Com'Out, que com a criação desta revista tem dado espaço e visibilidade à discussão de muitos temas relacionados com a orientação sexual e identidade de género.
Fernanda Câncio – Jornalista responsável pela reportagem "Não vejo nada de fracturante em mim" e diversas crónicas publicadas no jornal Diário de Notícias que permitiu dar visibilidade às discriminações sentidas por muitos homo ou bissexuais.
Fernanda Freitas – Apresentadora do programa "Sociedade Civil", emitido pela RTP 2, que dedicou um programa à discussão do acesso ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.
Teresa Botelheiro – Jornalista responsável pela reportagem "Dois pais, Duas mães", emitida pela RTP 1, onde abordou a parentalidade por casais do mesmo sexo.
A festa continua mais logo, na discoteca Maria Lisboa.
:)
Penso não ser muito controverso se mais uma vez disser que não me revejo nestas manifestações do suposto orgulho GAY. Acho-as tão ridículas quanto uma marcha de orgulho HETERO. Todos, independentemente da nossa orientação sexual, devemos ter orgulho no que somos, na nossa personalidade, na nossa pessoa, nos nossos gostos. Fazer disso uma bandeira pode fazer sentido quando um grande número de pessoas partilha um mesmo gosto, uma mesma vontade de lutar por algo. Já o disse muitas vezes, e volto a repeti-lo, que na minha opinião estas marchas não são a forma mais acertada de fazer passar a mensagem de que somos iguais, e que por isso devemos ser tratados de forma igual. E respeitando todos quanto pensam de outra forma, misturar gays, lésbicas, transsexuais e bissexuais todos num mesmo bolo, com uma mesma bandeira parece-me por vezes inadequado e ineficiente. Embora todos possam possivelmente ser vítimas de discriminação, acredito piamente que o que um transsexual reclama para si direitos que eu, gay, não preciso reclamar. A mesma coisa com os bissexuais... E embora respeite a maneira de cada um estar na vida, acho que é abuso, considerar que as travecas/transsexuais acabem por ser sempre a face visível destes acontecimentos. Não seria melhor repensar a forma como são organizadas estas manifestações? Porquê misturar tudo? Se é uma manifestação para lutar por direitos iguais, então deve ser participada por toda a comunidade que partilhe da mesma opinião. Mas se chamam a essa manifestação "Orgulho gay" acredito que essa mesma comunidade não vá juntar a sua voz à nossa voz, porque eles não devem ter orgulho em que eu seja gay, nem eu orgulho em que eles sejam hetero. E para além disso, andar na rua vestido de mulher ou de outras formas bastante exibicionistas não faz propriamente parte do (meu) orguho gay. Bem sei que a comunicação social é (quase sempre) a responsável por fazer passar uma mensagem desfazada da realidade. Quase que me atreveria a apostar, que se fosse organizada uma manifestação GAY, e não uma manifestação da comunidade GLBT, provavelmente teriamos nas ruas um grande número de pessoas iguais às manifestações que vemos com objectivos semelhantes (luta por direitos), sem floreados, sem exibições despropositadas, mas focando-se no que interessa: luta pelos mesmos direitos, contra a discriminação!!! Aí sim, seria fácil de ver que a maioria dos gays somos todos iguais e todos diferentes, cada um com as suas taras, com as suas manias, como qualquer hetero!
Aí sim a comunidade poderia de uma vez deixar também ela de misturar as coisas e ver que nós, por sermos gays, não temos que andar por aí de plumas e salto alto.
Fica a reportagem mostrada na SIC a propósito da marcha, e confiram o que acabo de dizer, ou seja, para além dos representantes das associações, quem mais foi entrevistado?! Pois...
Amanhã - Faz seis anos que conheci o lindoooo!!!! AMO-TE!!!
Sábado - Arraial Pride, na Praça do Comércio em Lisboa, organizado pela ILGA
De 27Jun. a 29 Agosto- Festival Sete Sóis Sete Luas, com entrada livre, todas as Sextas-feiras, na fábrica da pólvora de Barcarena, com grupos de todo o Mediterrâneo. Vale a pena!
Dia 19 Jul. - Mariza e Adriana Calcanhoto no Festival Delta Tejo. A não perder!