Estamos num período bastante conturbado...
A "CRISE" está a tomar conta do país e da vida das pessoas...
Já fui a mais manifestações este ano do que fui em toda a minha vida... E não será por necessidade directa, porque embora seja afectado com as medidas propostas e já tomadas, considero-me um previligiado quando comparado com muito boa gente por este país fora. Mas o sentimento de injustiça invade-me todos os dias e não me permite que assista impávido e sereno ao que se está a tentar fazer ao país e ao seu povo. Vou para a rua, por mim, pelo lindo, pelas minhas sobrinhas, enfim, por um futuro melhor. Muitas vezes defendi que o povo também tinha (e tem de facto) muitas culpas no cartório, porém, o que se está agora a fazer não é devido aos xicos espertos que não passam factura, ou que não declaram alguns rendimentos... Isso são migalhas no oceano de milhões que ao longo dos últimos anos têm sido desviados para muitos bolsos daqueles que têm poder, entre políticos e empresários! E é isso que me indigna: eu trabalho há doze anos, sempre paguei os meus impostos, e cumpri com as minhas obrigações (aqui e ali utilizo a economia paralela, porque também acho injusto o que cobram de impostos e o (pouco ou nada) retorno que obtemos do estado), e eles, os que nos governaram e os que tomaram decisões danosas para o país têm como retributo subvenções vitalícias, altos cargos em empresas públicas e público-privadas, ou então cargos no estrangeiro de elevado reconhecimento... Como é que é possível que pessoas como o Durão Barroso, Vítor Constâncio, José Sócrates ou Guterres podem andar lá por fora a mandar postas de pescada cá para dentro quando eles são culpados desta situação?! Eles, os políticos,foram e são (muito bem) pagos para tomar decisões, procurar soluções e formas de defenderem o interesse público... E foram eles que não fizeram o seu papel... E sabem porquê? Porque se estão a cagar, porque independentemente do resultado das suas decisões sabem que nada lhes acontecerá e que daí a uns anos já estarão fora daqui a curtir todos os direitos então adquiridos com muito ou pouco tempo nos cargos públicos. A minha solução, se é que há solução (e sinceramente eu não sou pago para dar soluções, isso é da responsabilidade deles!), é simples: Responsabilizar os políticos pelas suas decisões. E como? Mudando a classe política! E como? Eles não se auto regeneram, portanto teremos de ser nós a fazer isso e a forçar uma alteração das leis de forma a que se deixe de usar o dinheiro e poder público para lesar o país...
Há minha volta, felizmente, nenhuma das pessoas que me são mais próximas vivem com dificuldades, e isso leva a que, caso andemos muito distraídos, a não perceber o quanto são gravosas estas medidas que estão prestes a ser aprovadas... E penso que é isso que acontece muito, as pessoas esquecem-se que hoje estão bem mas que não sabemos o dia de amanhã... É certo que se calhar a maioria tem situações em que dificilmente lhes permitirá ficar numa má situação, mas penso que isso não pode ser argumento para se alienar da luta e da contestação (seja lá de que forma estas forem feitas) por melhores condições para todos.
Continuarei a ir a manifestações em que acredite valer a pena, mesmo que vá sozinho, como ontem por exemplo. Vou lá, dou largas à minha indignação gritando palavras de ordem, e regresso para casa, com a sensação que estive a fazer algo pelo bem de todos!
O futuro o dirá se sim ou não!
BASTA!
A "Geração à Rasca", movimento que nasce da música ainda não editada mas já apresentada ao vivo pelos Deolinda e que virou um hino da geração à rasca, irá para a rua no próximo Sábado. Muito se ouve falar da manifestação, ninguém quem sabe quem está a organizar e teme-se o resultado da mesma. Tenho nos meus planos participar na manifestação, não porque concorde na íntegra no manifesto apresentado, mas simplesmente que nós, jovens e menos jovens portugueses, devemos demonstrar à nossa classe política que algo tem mesmo que mudar! Sendo certo que a culpa de todos os males de que este país sofre advém dos nossos políticos, a verdade é que (na minha opinião) a maioria deles vem sim! Queremos sempre parecer o que não somos, ou seja, mostrar que estamos bem e que somos bons mas na verdade, neste momento, os números não deixam margem para dúvidas... Mesmo assim vejo todos os dias Sócrates dizer que não precisamos de ajuda... Será por estes dias o único a dizê-lo (não sei se a pensá-lo) por cá e no estrangeiro... E lá fora, começam a perceber o que a casa (Portugal) gasta, e os mais poderosos (Alemanha) exigem agora que os país mais pequenos demonstrem que estão a tomar medidas para que num futuro próximo não precisem de ajuda (leia-se "dinheiro") dos países mais ricos (leia-se "Alemanha"). E esta saga da crise, longe de chegar ao fim, todos os dias tem novos episódio, todos a ajudar ao afundamento do país, ou são os combustíveis que vão batendo recordes, ou são os juros da nossa dívida a atingir recordes, ou são confrontos na Líbia onde se luta pela liberdade e o seu governante (como dinheiro que tirou do seu povo) lança aviões sobre os inocentes, ou são os homens da luta a ganhar a Festival da Canção! Ehehehe! Até isso, essa vitória dos Homens da Luta é um sinal de que algo se passa... Penso que esta vitória irá pelo menos fazer com que se fale de Portugal e se tente perceber o que se passa por cá! Ganhar a Eurovisão nunca ganhamos, e este ano não seria excepção... E assim sendo, não há mal nenhum em ser-se controverso como foram há dois anos (salvo erro) que ganharam uns metaleiros XXL. A verdade é que eu tenho achado muito interessante estes movimentos rápidos e inesperados, que nascem das redes sociais... O poder está cada vez mais do lado das pessoas e isso é positivo... Digo eu!
Posto isto, no Sábado lá estarei pedindo mais responsabilidade aos políticos (para mim, fazer com que os políticos assumam as responsabilidades das decisões que tomam, é das coisas mais importantes) e a juntar-me aos milhares que por uma ou outra razão irão mostrar o seu desagrado... Ou não! Mesmo que seja um movimento demagógico acho (muito) melhor não nos acomodarmos, até porque dessa nossa característica (um povo tranquilo e acomodado) que chegamos a este ponto!!!
Manifesto:http://geracaoenrascada.wordpress.com/2011/02/12/manifesto/
Vídeo Promocional:http://www.youtube.com/watch?v=LDFAI0vDgWM
Música "Luta é alegria": http://www.youtube.com/watch?v=hweM1Gsy1fA
Quem segue este blog sabe que de vez em quando falo, em jeito de desabafo, de outras matérias que não estão relacionadas com a temática do blog, mas que me corroem por dentro por este ou aquele motivo. Chegou-me ao email, um artigo do Miguel Sousa Tavares, que embora um pouco extenso, está extraordinariamente bem escrito e reflecte na sua grande maioria o que sinto muitas vezes por este país e que me apetece gritar aos quatro cantos do mundo. Este artigo, resume tudo isso de uma forma muito inteligente e que convido todos a ler. Penso que não darão o tempo como perdido.
Esta noite sonhei com Mário Lino
Miguel Sousa Tavares
8:00 Segunda-feira, 29 de Jun de 2009
Segunda-feira passada, a meio da tarde, faço a A-6, em direcção a Espanha e na companhia de uma amiga estrangeira; quarta-feira de manhã, refaço o mesmo percurso, em sentido inverso, rumo a Lisboa. Tanto para lá como para cá, é uma auto-estrada luxuosa e fantasma. Em contrapartida, numa breve incursão pela estrada nacional, entre Arraiolos e Borba, vamos encontrar um trânsito cerrado, composto esmagadoramente por camiões de mercadorias espanhóis. Vinda de um país onde as auto-estradas estão sempre cheias, ela está espantada com o que vê:
- É sempre assim, esta auto-estrada?
- Assim, como?
- Deserta, magnífica, sem trânsito?
- É, é sempre assim.
- Todos os dias?
- Todos, menos ao domingo, que sempre tem mais gente.
- Mas, se não há trânsito, porque a fizeram?
- Porque havia dinheiro para gastar dos Fundos Europeus, e porque diziam que o desenvolvimento era isto.
- E têm mais auto-estradas destas?
- Várias e ainda temos outras em construção: só de Lisboa para o Porto, vamos ficar com três. Entre S. Paulo e o Rio de Janeiro, por exemplo, não há nenhuma: só uns quilómetros à saída de S. Paulo e outros à chegada ao Rio. Nós vamos ter três entre o Porto e Lisboa: é a aposta no automóvel, na poupança de energia, nos acordos de Quioto, etc. - respondi, rindo-me.
- E, já agora, porque é que a auto-estrada está deserta e a estrada nacional está cheia de camiões?
- Porque assim não pagam portagem.
- E porque são quase todos espanhóis?
- Vêm trazer-nos comida.
- Mas vocês não têm agricultura?
- Não: a Europa paga-nos para não ter. E os nossos agricultores dizem que produzir não é rentável.
- Mas para os espanhóis é?
- Pelos vistos...
Ela ficou a pensar um pouco e voltou à carga:
- Mas porque não investem antes no comboio?
- Investimos, mas não resultou.
- Não resultou, como?
- Houve aí uns experts que gastaram uma fortuna a modernizar a linha Lisboa-Porto, com comboios pendulares e tudo, mas não resultou.
- Mas porquê?
- Olha, é assim: a maior parte do tempo, o comboio não 'pendula'; e, quando 'pendula', enjoa de morte. Não há sinal de telemóvel nem Internet, não há restaurante, há apenas um bar infecto e, de facto, o único sinal de 'modernidade' foi proibirem de fumar em qualquer espaço do comboio. Por isso, as pessoas preferem ir de carro e a companhia ferroviária do Estado perde centenas de milhões todos os anos.
- E gastaram nisso uma fortuna?
- Gastámos. E a única coisa que se conseguiu foi tirar 25 minutos às três horas e meia que demorava a viagem há cinquenta anos...
- Estás a brincar comigo!
- Não, estou a falar a sério!
- E o que fizeram a esses incompetentes?
- Nada. Ou melhor, agora vão dar-lhes uma nova oportunidade, que é encherem o país de TGV: Porto-Lisboa, Porto-Vigo, Madrid-Lisboa... e ainda há umas ameaças de fazerem outro no Algarve e outro no Centro.
- Mas que tamanho tem Portugal, de cima a baixo?
- Do ponto mais a norte ao ponto mais a sul, 561 km.
Ela ficou a olhar para mim, sem saber se era para acreditar ou não.
- Mas, ao menos, o TGV vai directo de Lisboa ao Porto?
- Não, pára em várias estações: de cima para baixo e se a memória não me falha, pára em Aveiro, para os compensar por não arrancarmos já com o TGV deles para Salamanca; depois, pára em Coimbra para não ofender o prof. Vital Moreira, que é muito importante lá; a seguir, pára numa aldeia chamada Ota, para os compensar por não terem feito lá o novo aeroporto de Lisboa; depois, pára em Alcochete, a sul de Lisboa, onde ficará o futuro aeroporto; e, finalmente, pára em Lisboa, em duas estações.
- Como: então o TGV vem do Norte, ultrapassa Lisboa pelo sul, e depois volta para trás e entra em Lisboa?
- Isso mesmo.
- E como entra em Lisboa?
- Por uma nova ponte que vão fazer.
- Uma ponte ferroviária?
- E rodoviária também: vai trazer mais uns vinte ou trinta mil carros todos os dias para Lisboa.
- Mas isso é o caos, Lisboa já está congestionada de carros!
- Pois é.
- E, então?
- Então, nada. São os especialistas que decidiram assim.
Ela ficou pensativa outra vez. Manifestamente, o assunto estava a fasciná-la.
- E, desculpa lá, esse TGV para Madrid vai ter passageiros? Se a auto-estrada está deserta...
- Não, não vai ter.
- Não vai? Então, vai ser uma ruína!
- Não, é preciso distinguir: para as empresas que o vão construir e para os bancos que o vão capitalizar, vai ser um negócio fantástico! A exploração é que vai ser uma ruína - aliás, já admitida pelo Governo - porque, de facto, nem os especialistas conseguem encontrar passageiros que cheguem para o justificar.
- E quem paga os prejuízos da exploração: as empresas construtoras?
- Naaaão! Quem paga são os contribuintes! Aqui a regra é essa!
- E vocês não despedem o Governo?
- Talvez, mas não serve de muito: quem assinou os acordos para o TGV com Espanha foi a oposição, quando era governo...
- Que país o vosso! Mas qual é o argumento dos governos para fazerem um TGV que já sabem que vai perder dinheiro?
- Dizem que não podemos ficar fora da Rede Europeia de Alta Velocidade.
- O que é isso? Ir em TGV de Lisboa a Helsínquia?
- A Helsínquia, não, porque os países escandinavos não têm TGV.
- Como? Então, os países mais evoluídos da Europa não têm TGV e vocês têm de ter?
- É, dizem que assim entramos mais depressa na modernidade.
Fizemos mais uns quilómetros de deserto rodoviário de luxo, até que ela pareceu lembrar-se de qualquer coisa que tinha ficado para trás:
- E esse novo aeroporto de que falaste, é o quê?
- O novo aeroporto internacional de Lisboa, do lado de lá do rio e a uns 50 quilómetros de Lisboa.
- Mas vocês vão fechar este aeroporto que é um luxo, quase no centro da cidade, e fazer um novo?
- É isso mesmo. Dizem que este está saturado.
- Não me pareceu nada...
- Porque não está: cada vez tem menos voos e só este ano a TAP vai cancelar cerca de 20.000. O que está a crescer são os voos das low-cost, que, aliás, estão a liquidar a TAP.
- Mas, então, porque não fazem como se faz em todo o lado, que é deixar as companhias de linha no aeroporto principal e chutar as low-cost para um pequeno aeroporto de periferia? Não têm nenhum disponível?
- Temos vários. Mas os especialistas dizem que o novo aeroporto vai ser um hub ibérico, fazendo a trasfega de todos os voos da América do Sul para a Europa: um sucesso garantido.
- E tu acreditas nisso?
- Eu acredito em tudo e não acredito em nada. Olha ali ao fundo: sabes o que é aquilo?
- Um lago enorme! Extraordinário!
- Não: é a barragem de Alqueva, a maior da Europa.
- Ena! Deve produzir energia para meio país!
- Praticamente zero.
- A sério? Mas, ao menos, não vos faltará água para beber!
- A água não é potável: já vem contaminada de Espanha.
- Já não sei se estás a gozar comigo ou não, mas, se não serve para beber, serve para regar - ou nem isso?
- Servir, serve, mas vai demorar vinte ou mais anos até instalarem o perímetro de rega, porque, como te disse, aqui acredita-se que a agricultura não tem futuro: antes, porque não havia água; agora, porque há água a mais.
- Estás a dizer-me que fizeram a maior barragem da Europa e não serve para nada?
- Vai servir para regar campos de golfe e urbanizações turísticas, que é o que nós fazemos mais e melhor.
Apesar do sol de frente, impiedoso, ela tirou os óculos escuros e virou-se para me olhar bem de frente:
- Desculpa lá a última pergunta: vocês são doidos ou são ricos?
- Antes, éramos só doidos e fizemos algumas coisas notáveis por esse mundo fora; depois, disseram-nos que afinal éramos ricos e desatámos a fazer todas as asneiras possíveis cá dentro; em breve, voltaremos a ser pobres e enlouqueceremos de vez.
Ela voltou a colocar os óculos de sol e a recostar-se para trás no assento. E suspirou:
- Bem, uma coisa posso dizer: há poucos países tão agradáveis para viajar como Portugal! Olha-me só para esta auto-estrada sem ninguém!
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Com certeza já repararam que é ano de eleições... Ele é obras por todo o lado, é uma mão cheia de medidas políticas para (supostamente) facilitar a vida dos portugueses, e o cinismo cada vez mais insuportável dos políticos que todos os dias ouvimos na rádio e televisão... Este ano existe porém um dado inesperado: A CRISE. A crise começa a fazer-se sentir em todo o lado, mas prevejo (infelizmente) que o cenário piore bastante até ao final do ano... E esta crise que apenas (e como sempre!) apenas afecta a classe média e baixa, serve agora de mote aos políticos: a oposição (ok ok, bem sei que não há oposição em Portugal, mas pronto, quero dizer os que se apelam de "oposição" critica o governo pela actual situação, por não dever dar andamento às obras megalómanas, pelo desemprego, enfim, pelas desgraças que assolam o país; O governo por seu lado, aproveita a crise para lançar obras e mais obras, apoios e mais apoios, podendo chamar-lhes como lhe convém "medidas contra a crise" e assim evitar serem apelidadas de "obras eleitoralistas". E pronto,assim vai este país,onde os únicos que sorriem (muitos não o fazem em público é certo,mas fa-lo-ão no seu intímo) são os políticos e os ricos,os outros, os que directamente estão a ser afectados pela crise, nomeadamente pelo desemprego, é não perderem a esperança e não ficarem quietos e calados! O Estado pode e deve tentar resolver, mas muitas vezes passa por nós próprios arranjarmos soluções para a nossa vida. Arriscar, ser ousado, não desistir, acreditar, confiar e inovar podem e devem (na minha opinião) ser usadas para solucionar a crise... ou não!
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Há tanto tempo que não publicava um dos meus comentários à actualidade... E não é porque não tenha havido motivos para isso, aliás, se há época cheia de novidades revoltantes está a ser esta! Ora vejamos, a CRISE, o tema de que tanto se fala e que muitos começam já a sentir no pêlo, dá pano para mangas... Digam lá se não é revoltante estarmos a pagar os erros da Banca, que como sabemos, têm sido sempre os vencedores nos anos transactos em apresentação de lucros, e de repente, de um mês para o outro, vemos o Estado a ter que intervir no BPN para salvar o dito de uma falência (quase) inevitável, injectando milhões e milhões que obviamente mais tarde ou mais cedo vai ter que ser pago por quem?! Obviamente SEMPRE pelos mesmos: o zé povinho! E o que vai acontecer a toda a cambada que foi e vai passando por esses altos cargos, muitos deles tirados da política directamente para dentro de um grande tacho, muitas vezes sem sequer terem um perfil adequado para os cargos?! O que lhes vai acontecer? O mais certo é não lhes aconteça nada! Basta olharmos para o caso da Fátima Felgueiras, que a mim em particular me dá vómitos, ou então o caso do Paulo Pedroso a quem tivemos de pagar 100 mil euros por supostamente lhe ter sido difamada a imagem... Enfim, tantos outros casos revoltantes com que esta classe política teima em nos brindar, e nós, pela nossa cultura e modo de estar, aprovamos com o nosso silêncio. O Governo por seu lado, continua em frente, sem oposição à altura, fazendo o que lhe convém, manipulando dados em proveito próprio, vendendo "magalhães" em tudo quanto é sítio (digam lá se esta relação entre Governo versus Magalhães não é estranha! Porquê este empenho todo na venda do Magalhães? Quem está a lucrar com isto? Se o Governo se empenhasse na venda de outros produtos como se empenha no Magalhães, muitas outras empresas aumentariam as suas vendas... Mas se calhar faltava alguma coisa, que ainda não sabemos o que é!!!!), e querendo fazer parecer que o próximo ano estará de acordo com as suas previsões, ou seja crescimento nulo, que como diz o PM, é melhor do que ter um crescimento negativo (esquece-se da parte em que nos anos passados crescemos muito abaixo desses países), e que mesmo assim têm vindo a ser contrariadas por todas instituições europeias... Lá vamos andar para trás novamente, e como diz a Manuela Ferreira Leite (das poucas coisas acertadas que disse nos últimos tempos) andamos há mais de 10 anos a andar para trás. Eu pergunto: Será que é porque mantemos os mesmos protagonistas à frente dos destinos deste país?
Barack Obama é hoje o símbolo da esperança para o mundo inteiro. Todas as atenções estão voltadas para o senhor e resta-nos agora aguardar para ver como vai decorrer a aplicação e os resultados da sua política, defendida numa campanha exemplar (tanto a interna dos Democratas, como a de eleição do Presidente). O Capitalismo brindou-nos estes meses com a sua face mais negra, que nos obriga a todos a repensar o modelo financeiro pelo qual o mundo se tem orientado. A União Europeia lançou uma série de medidas que têm como objectivo o incentivo ao consumo, podendo-se para isso recorrer ao crédito... Mas não foram os créditos mal empregues e os tais produtos tóxicos que nos levaram a esta situação? Não estaremos nós em geral a viver todos (particulares e empresas) acima das nossas capacidades e necessidades? Como se justifica que muitas empresas com uma quebra de consumo, muitas vezes pouco acentuada, possam de uma hora para a outra ter de fechar as portas? Não será porque planeiam a sua produção e dimensão baseado em crescimentos muitas vezes irrealistas, aumentando a quantidade do que produzem ao invés de apostarem na qualidade?
O caso dos professores, de que também tanto se tem falado é uma pedrada no charco. Não sei quem tem razão, mas admiro a união de uma classe, que não desiste de reinvidicar o que acham ser os seus direitos! Acredito piamente que se muitas outras classes tivessem a mesma atitude muita coisa estaria diferente neste país! Falta-nos o sentido crítico, a não acomodação, a revolta, a discussão, que bem usada pode ser uma grande arma a favor da prosperidade de todos...
Por fim, e porque nem tudo é mau neste país, o Banco Alimentar bateu o recorde de angariações na sua campanha de Natal de recolha de alimentos! É uma grande qualidade deste país, a generosidade e a ajuda que demonstramos em causas deste tipo. Agora imaginem que esses gandulos (que falei no início), aqueles que constantemente nos vão ao bolso (a GALP por exemplo!) dividissem uma parte, nem que fosse 1% dos seus lucros por quem mais precisa....
E pronto, já desabafei!
:)
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Há muito que não fazia um comentário "off the record"... Mas tem havido tantos assuntos que me apetece comentar, só que o tempo passa, e com ele essa mesma vontade de comentar... Bom, começo pelo aeroporto... Fiquei contente com o Governo por ter tido a coragem política de voltar atrás na sua decisão e ter escolhido a alternativa (aparentemente) mais viável! Afinal o "deserto" irá mesmo receber o novo aeroporto e com ele uma cidade aeroportuária!!!
Quanto à saúde... Oh meu Deus, aquela reportagem que mostra a conversa da senhora do INEM com os bombeiros parecia tirada de um verdadeiro sketch dos gato fedorento. Não dá para acreditar ao ponto a que as coisas chegam. A saúde é sem dúvida um pilar essencial numa democracia e estado moderno, mas nós, como estamos sempre na cauda de tudo o que é bom, a saúde não escapa! É óbvio que há recursos mal aproveitados, é óbvio que algo tem que mudar, mas também me parece óbvio que as coisas têm que ser feita com cabeça tronco e membros para evitar as situações que quase diáriamente ouvimos nas notícias... Mas os problemas na saúde são só para alguns, que o diga quem tem a sorte de por exemplo ficar "hospedado" no recente Hospital da Luz (hospital privado do BES). Estive lá a visitar uma amiga e digo-vos que haverá muitos, se não a maioria, dos hotéis deste país que não têm as condições que ali são dadas aos doentes... Mas (há sempre um "mas"), não está ao alcance de todos, pois fica caro cada noite de internamento... Valham-nos os seguros de saúde (que alguns têm) ou o dinheiro da carteira (que outros, menos é certo, têm).
Por fim, falar da crise... Esta crise que não nos larga há anos, e que leva a nossa classe política todos os anos pedir sacrifícios aos contribuintes para um futuro melhor.... Esse futuro tarda a chegar, e com tudo a subir (desde os bens mais essenciais até aos menos necessários) e com os ordenados estagnados, não sei onde isto irá parar! Só há alguns, os sortudos, os políticos que têm a sorte de ter um bom "padrinho" ou uma boa cunha, é que se safam... Mesmo que o seu desempenho seja um verdadeiro desastre, como prémio existe sempre um lugarzinho à sua espera numa qualquer empresa pública ou privada para os acolher. Interessante, é ouvir a grande maioria das pessoas dizer mal deles, dos políticos, mas não haver uma "revolução" para exigir que as coisas mudem, e poderiam começar por pôr os políticos a receber por objectivos... Prometem, fica escrito, e caso não cumpram não recebem e podem ser despedidos com justa causa (como acontece em tantas empresas privadas).
Houvesse coragem, políticos com tomates para denunciar e assumir, e se calhar em vez de pedirem ao Bastonário dos Advogados para mostrar provas, assumissem que existe corrupção ao mais alto nível e tomassem medidas (o PS recusou há pouco tempo, medidas de combate à corrução propostas pelo próprio Jorge Coelho do mesmo partido, porque será?), isso sim era de valor...
Raios!!!
:(
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Hoje foi o último dia da deputada Maria Odete Santos, ou simplesmente a Odete, a exercer a sua actividade no nosso Parlamento há 26 anos... Sai agora pela imposição do PCP, partido a que pertence, no intuito de renovação dos deputados do partido! Não me identifico com o seu partido, mas ao ouvir hoje as suas palavras comovidas de despedida e um grande aplauso de todos os deputados, confesso que fiquei emocionado... Muitos acharão uma patetice, mas é a realidade... Há pessoas na nossa vida, que mesmo não fazendo parte dela, e "entrando" elas regularmente na nossa casa através da televisão, parece nos aproximarem dessa pessoa ou de desenvolvermos por ela algum tipo de sentimento... Pla Odete tenho admiração, foi e ainda é uma mulher de luta, uma mulher de fortes convicções pelas quais deu a cara, inclusivamente pelos direitos dos homossexuais, mas principalmente pelos direitos da Mulher, de forma mais ou menos correcta... Aprecio principalmente nela o facto de não se ter deixado "formatar" pela classe política, normalmente mais formal e mais "correcta"... Assumiu a postura que entendeu, as opiniões que entendeu, as facetas que entendeu... Participou em vários programas de televisão onde normalmente não se vêem políticos e assumiu o seu gosto pelo teatro tendo estado em cena num teatro da Capital. Por tudo isto, e por achar que na política há hoje muita falta de convicções, de luta deixo-lhe aqui as minhas homenagens!!!
Nesta habitual "rubrica" aproveito para falar de coisas que me apetece e que nada têm a ver com a temática do blog...
Desta vez começo pelo roubo de que estamos todos a ser vítimas, falo obviamente do preço dos combustíveis... Com a liberalização do mercado, esperava-se uma diminuição do preço dos mesmos, mas o futuro viria a mostrar completamente o contrário... De facto, também passamos por uma aumento brutal no crude a nível internacional, que causou o aumento dos combustíveis cá e por todo o mundo. Mas agora, que o preço do crude baixou, os preços não acompanharam as descidas e não sei se repararam, mas os preços não descem abaixo do 1 euro, apenas desceu alguns cêntimos mas tendo subido de imediato novamente devido ao aumento do imposto decidido pelo governo. Dei-me ao trabalho de ir pesquisar como tem sido a evolução do preço do barril de crude, e encontrei o seguinte gráfico neste site:
Compare-se o gráfico e esta notícia de 14 de Novembro de 2005, que noticia o preço de 0,999 euros por litro... Ora, vendo no gráfico que o crude à altura da notícia pertinho dos 75 dólares, e que actualmente o preço está a 60 dólares, parece-me que algo de errado se passa... E depois, só não vê quem não quer, todas as empresas que comercializam combustíveis neste país (exceptuando alguns hipers), combinam ou pelo menos não fazem qualquer tipo de concorrência entre eles... E pronto, assim todos ficam a ganhar, menos nós, os mesmos de sempre, temos todos os dias que pagar a factura.
Por último, gostava de aproveitar, para lembrar todos os interessados, que já foi publicada em diário da républica o decreto de lei que regulamenta algumas práticas bancárias, entre elas, e a mais importante a meu ver, é que a partir do próximo dia 6 de Abril a penalização máxima possível por amortização parcial ou total de empréstimos a habitação a serem cobradas pela entidade bancária será de 0,5% do capital em dívida para quem tem o seu empréstimo com taxa variável. É uma grande oportunidade para renogociar as condições dos empréstimos e ameaçar com a mudança de entidade bancária, visto que as penalizações ficam assim reduzidas a valores insignificantes tendo em conta que o mais vulgar actualmente são penalizações de 3 e 4% ... Fica o conselho para quem o quiser aproveitar, no entanto, é preciso SEMPRE ter em conta as comissões que normalmente são usadas, criadas e muitas vezes são um verdadeiro rouboe que ajuda os bancos a compensar perdas de lucro onde este antes estava garantido...
Desculpem trazer este assunto sério para aqui, mas hoje aprendi mais alguma coisa acerca dos créditos à habitação e acho interessante e quase um dever partilhar com vocês...
Já ouviram falar nos arredondamentos? Pois, eu também nunca tinha prestado atenção, e no meu contrato de crédito á habitação fala lá de um arredondamento por excesso a dezasseis avos... O gerente do meu banco contactou-me há algum tempo (depois de os ter chateado devido a o meu crédito, numa migração de sistema, ter passado de uma taxa revista semestralmente para uma mensal) para dizer que o arredondamento da taxa de juro do meu empréstimo estava errada no sistema pois não estava conforme o contrato. O senhor lá se esforçou para me explicar, eu lá fui dizendo que sim, e pelos vistos eu é que estava a perder com esse erro... Qual não é o meu espanto quando há uns dias atrás ouço na televisão o mesmo assunto "os arredondamentos", em que dizia que o Banco de Portugal iria obrigar todos os bancos a praticarem um arredondamento à oitava em vez de à quarta, como na maioria dos casos está s ser aplicada. Este "pequeno" promenor fez e ainda faz com que os bancos ganhem resmas e resmas de euros à nossa conta e é para evitar isso que vos explico de seguida a questão dos arredondamentos. Temos então:
- Um arredondamento é aplicado, quase sempre por excesso (no que concerne às taxas dos créditos), ou seja, o arredondamento é feito por cima. Por exemplo se a taxa de juro + EURIBOR + spread for de 3,5675 o banco acrescenta mais o tal arredondamento definido em cada caso no contrato do crédito;
- Os arredondamentos mais usuais é o arredondamento à quarta (1/4), ou seja, o banco soma à taxa de juro + Euribor + spread o módico valor de 0,25. Caso o arredondamento seja à oitava (1/8), que é a taxa que ao que parece o Banco de Portugal irá obrigar os bancos a aplicar, teremos a taxa final calculada fazendo a soma da taxa de juro + Euribor+ spread+ 0,125. Um pouco melhor para nós, clientes...
- Num exemplo concreto, e imaginando uma prestação no valor 500 euros. Se aplicarmos as taxas sem o arredondamento, imaginemos por exemplo uma taxa de 4%, teremos uma prestação no valor de 520 euros. Com o arredondamento à oitava teremos aplicado aos 500 euros teremos (500+4,125%) um total de 520,625 euros. E caso o arredondamento seja à quarta (que é o mais usual) teremos um total de 521,25 euros...
Não é difícil portanto concluir que 1,25 euros, no caso do arredondamento à quarta, multiplicado por 1000 clientes dá por mês ao banco mais 1250 euros, mas se falarmos em 100 000 clientes então falamos de 125 000 euros a mais, em números redondos.
Não acham que os bancos nos roubam já demasiado para ainda lhe darmos este "brinde"?
Se forem renegociar o spread tenham em atenção o arredondamento, porque por exemplo no meu caso pessoal desceram o meu spread de 1,25 para 1% mas, sem me avisarem, o meu arredondamento que era 1/16 passou para 1/4... Conclusão, ganhei num lado e perdi no outro...
Olhos bem abertos!
;)
PS: Se alguém quiser acrescentar alguma coisa a esta informação, pois façam favor!
Ha semelhança dos outros posts da série (que podes ler aqui), aproveito para falar de coisas que não têm a ver com a temática do blog...
Desta feita, escolhi as reformas do estado que estão a ser levadas a cabo e a realização da importante cerimónia de eleição nas novas 7 maravilhas do mundo que irá decorrer no próximo ano em Lisboa.
Começando pelas reformas, devo dizer que estou contente com a coragem deste governo que mesmo não tendo tido o meu voto, me está a surpreender pela positiva, nomeadamente o nosso primeiro José Sócrates. Obviamente, e ninguém pode negar isso, o nosso país precisa urgentemente de reformas, em especial nos que concerne aos pilares da nossa democracia: Justiça, Saúde e Educação. Também, e não menos óbvio, é que qualquer reforma gera contestação, que a meu ver não deve deixar nunca de ser feita quando fundamentada (sem ser em greves com data colada a fins de semana, que é prática corrente por cá). Com o anúncio de uma greve geral, a contestação irá começar a crescer cada vez mais e estamos cá para ver até onde este Governo conseguirá ir... Mas também digo que, embora reconhecendo que temos demasiados funcionários públicos, e sabendo-se que embora muitos não façam um cu mas que existem muitos outros que dão o mesmo e oito tostões para exercer à sérias as suas funções, não é razoável pedir novamente a eles que se contentem com um mero aumento de 1 e pouco por cento de aumento, considero-o um abuso e ainda por cima com o Governo a anunciar o fim da crise e indo os gabinetes dos ministros sofrer um aumento acima dos 6 por cento. Acho que o aumento o aumento do preço da electricidade é um escândalo! E acho que Marques Mendes (líder do PSD, que eu não aprecio) esteve bem ao fazer um pacto de regime para a justiça com o Governo... A saúde e a educação continuam uma miséria, e tanto a classe ligada á saúde como a ligada à educação irão com certeza voltar à carga com mais greves...
Enfim, andando e vendo...
O outro assunto que escolhi, chegou-me hoje por email e achei-o interessantíssimo, ao ponto de ir divulgar aqui o anexo do mesmo que mostra e dá umas luzes sobre como irá decorrer no próximo dia 07-07-07 (data que ocorre apenas uma vez de 100 em 100 anos), na cidade das 7 colinas (Lisboa), o grande evento de divulgação das novas 7 maravilhas do mundo, apresentado pelo 007 original Sean Connery. É de facto um evento único no mundo e será, segundo a apresentação, divulgado para mais de 160 países em sinal aberto. A cerimónia decorrerá no Estádio da Luz em jeito de entrega de Óscares ou Jogos Olímpicos, com a presença de 50 000 pessoas, e com a actuação do dueto (espantem-se!!!) da Madonna com a Mariza. Irá ainda ser levado a cabo uma série de iniciativas pela cidade de Lisboa que farão desta o centro do mundo por esses dias e que será aproveitado para divulgar o que de melhor a cultura portuguesa tem.
A confirmarem-se estas informações, teremos de facto motivos para nos orgulharmos (uma vez mais) com mais este evento a ser realizado por terras Lusitanas... Sim porque podemos não valer para muitas coisas, mas lá a organizar festas somos nós bons!!!
Cliquem aqui para fazer download da apresentação com todas as informações.
O site oficial do evento pode ser consultado aqui, onde podes e deves votar.
À semelhança do que já fiz noutros posts desta "rubrica", aproveito para falar/criticar/opinar sobre assuntos que nada têm a ver com a temática do blog...
O desabafo desta vez, irá abranger três temas actuais: a energia nuclear, o livro "Sob o Signo da Verdade" de Manuel Maria Carrilho e o "tacho" de Pedro Santana Lopes...
Começa agora em Portugal a surgir o debate sobre a possibilidade de construção de uma central nuclear em Portugal. É óbvio que a escalada dos preços do petróleo começa a preocupar todos, estando a forçar a procura rápida de alternativas viáveis à produção de energia, de forma barata e assente em energias renováveis... Mais rápidamente do que podemos imaginar, Portugal irá ter que muito em breve decidir se avança para a construção de uma central nuclear em Portugal, para abandonar a tão forte dependência (a mais alta da Europa) do petróleo... Chernobyl virá à baila assim como os elevados riscos e tudo o mais ligado ao tabu da energia nuclear irá entrar no debate diário dos portugueses. Na minha opinião, neste momento, não conseguiria escolher ou opinar fundamentadamente sobre o assunto, precisamente por este assunto ter sido sempre um tabu, no entanto, parece-me que Portugal já está exposto aos maiores perigos das centrais nucleares, visto que a nossa vizinha Espanha, colocou as suas centrais perto (muito perto) da fronteira com o nosso país. E agora pergunto eu, estando nós já expostos a este (suposto) perigo, estando uma grande maioria dos países a beneficiar da criação desta energia barata e relativamente "limpa", não será legítimo também nós, um país pobre e tão dependente da energia importada, por mãos à obra e avançar também com uma central nuclear?
Manuel Maria Carrilho brindou-nos há alguns dias com o seu último livro "Sob Signo da Verdade", que ainda não li nem irei ler com toda a certeza, tentando justificar o seu fracasso político nas últimas eleições para a Câmara Municipal de Lisboa. O tempo, veio dar razão aos eleitores, que embora possam não perceber grande coisa de política e de propostas sabe distinguir entre pessoas de bom e mau carácter. Apetece-me dizer, como outrora ouvi numa discussão, que "o valor das pessoas é como o azeitem na água, por mais que se mexa ele acaba sempre por vir à tona". Neste caso, e depois de uma campanha muito mal conduzida, e com erros graves e falta de modéstia por parte de Carrilho (recordo-me do caso do aperto de mão no final do debate televisivo, e passados alguns dias, um aperto de mão com sorriso rasgado ao mesmo a quem há dois dias lhe tinha recusado o aperto de mão; o vídeo de campanha usando o filho bébé e a sua mulher), Carrilho culpabiliza tudo e todos pelo seu fracasso, acusando as agências de informação e a SIC de se terem aliado num jornalismo com o intuito de derrotar o próprio... Não sei se isso aconteceu ou não, mas normalmente, quando se acusa tem que se provar, e Carrilho deverá fazê-lo, mas deste facto, poder-se-ão queixar todas as figuras públicas da sociedade, ou será que Carrilho pensa que apenas no seu caso específico houve esta cabala? Já agora, para um derrotado e para quem quer através do seu livro pretende justificar a sua derrota, não é de mau gosto escolher a sua própria cara para capa do livro???
Ninguém tem ouvido falar deste senhor, que ainda não há muito tempo, não passaria um dia sem nos aparecer na TV. Já admirei este senhor, não pela política que defende mas por ser um lutador pelo que acredita... No entanto, é um senhor muito vaidoso, egocêntrico e que adora o poder... Mas bem, todos nós temos os nossos defeitos, e portanto isso agora não interessa nada. O que me faz escrever sobre este senhor é o facto de o coitadinho, que não conseguiu ser reeleito como Primeiro Ministro, teve sorte, pois um amigo seu, António Mexia (ex-Ministro) e actual Presidente executivo da EDP, lhe arranjou um emprego nesta empresa um emprego com um salário "simbólico" a rondar os 5000 euros, a confiar numa fonte seguro de um autor do blog Ponte da Europa. É de facto revoltante pensarmos que este senhor, há pouco tempo Primeiro Ministro e apregoando o fim de clientelismos e de "jobs for the boys" seja ele próprio agora a participar dessa mesma prática. Raios partam esta corja (não encontro outro termo), que toma conta anos a fio dos destinos deste país.
Transcrevo a seguir o post sobre o assunto:
«A Focus soube que Santana Lopes vai ser consultor na EDP. Mais uma ocupação para o reformado da política.
A consultoria na área do direito na Energias de Portugal. Santana foi convidado por António Mexia, presidente da administração da EDP desde o início de Abril, para dar apoio na área jurídica da empresa.
A Focus sabe que PSL foi contratado como consultor externo, através de uma avença, e que irá prestar serviços como "independente", sem qualquer vínculo de permanência com a EDP.
António Mexia foi ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações no Governo de Santana Lopes. Agora é a vez do administrador devolver o 'favor'. O ordenado de Santana deverá situar-se entre os 3 mil e os 5 mil euros por mês.
PSL, o "político profissional ", beneficia ainda de um regime especial de reforma, que permite que alguém que tenha exercido funções no poder local possa aposentar-se com 30 anos de descontos, mesmo não tendo idade para a reforma, Pedro Santana Lopes, de 50 anos de idade, recebe desde Outubro de 2005, uma pensão de 3178,47 euros por ter sido presidente da Câmara da Figueira da Foz e Lisboa».