Os canais on-demand são uma das grandes novidades dos últimos tempos, com um crescimento vertiginoso e que nos dão a possibilidade de ver séries e filmes que queremos ver, quando queremos ver e se for preciso avançar/recuar quando nos dá na telha. Aqui por casa subscrevemos a Netflix e temos visto algumas coisas muito interessantes. Entre elas, a série POSE (https://pt.wikipedia.org/wiki/Pose_(s%C3%A9rie_de_televis%C3%A3o))é a última que vimos e que adorámos. A primeira temporada está disponível na Netflix, mas a segunda temporada não. Aqui por caso vimos no POPCORN TIME, uma app de streaming online que permite ver quase tudo e com legendas!
Mas quanto ao POSE, que retrata os loucos anos 80 da comunidade LGBT, é um documentário ficcionado que nos remete para aquele tempo, tanto pela banda sonora usada, como pelas roupas e o retrato da sociedade. Aborda de forma intensa o HIV (AIDS) e a forma como os portadores tinham de enfrentar a doença e as limitações que havia quanto a tratamento, vitimando muita gente. E desculpem-me a ignorância, mas ver uma ilha (Hart Island) próxima de Nova Iorque, servir de cemitério para as vítimas de SIDA sem serem identificadas, deixadas em valas comuns, pois não se sabia se mesmo mortos poderia haver hipótese de contágio, foi das coisas que mais me impressionou (https://www.nytimes.com/2018/07/03/nyregion/hart-island-aids-new-york.html).
Vale muito a pena ver!
Vão por mim!
Ontem assisti a mais um episódio da nova série documental da SIC, "Momentos de Mudança", que nos apresentava ontem a vida de uma rapariga, de seu nome Alexandra, que teve a infelicidade de ter sido contaminada com o HIV através da amamentação, ou seja, a Alexandra nasceu saudável mas a amamentação foi a via para ela ficar hospedeira do HIV. À data a sua mãe ainda não sabia que tinha HIV, e portanto foi uma série de infelicidades que abalaram os alicerces daquele lar. Actualmente, Alexandra tem 19 anos e quem olha para ela não dirá que é uma rapariga doente, pelo contrário, a sua força de vontade, personalidade e energia deixam-nos precisamente a pensar que é uma mulher fora de série. Esta família foi há 20 anos atrás vítima de discriminação, não só pela família, como também dos amigos, dos vizinhos e até da sua própria aldeia alentejana. Sofreram muito... Mas conseguiram dar a volta por cima, e a mãe (visivelmente mais afectada fisicamente) e o pai estão agora desempregados o que lhes tráz diariamente a necessidade de fazer ginástica para que os 300 euros que recebem diariamente cheguem para se manterem vivos. O país que temos borrifa-se para estes miseráveis que, doentes, têm que conseguir sobreviver com 300 euros...
Bom, é mais uma episódio que quero partilhar, porque gostei da abordagem ao tema, porque tem bastante qualidade a produção desta série, porque se tratam de pessoas reais e porque qualquer um de nós poderia ser a Alexandra ou um dos seus pais... E esta Alexandra que conhecemos nesta reportagem, é um exemplo de como se pode dar a volta por cima e de como devemos (nós, como sociedade) evitar que outras crianças sofram o que ela teve de sofrer...
No mesmo dia em que se deu uma pequena manifestação com o METRO por vetar a campanha publicitária chocante (ler post anterior), no Brasil acaba de ser lançada uma campanha de luta contra o HIV com grande foco nos gays. Uma campanha chocante, com toda a certeza, aos olhos do nosso METRO...
Podem ler toda a notícia AQUI
Um amigo do trabalho, partilhou comigo esta notícia, que me deixou um pouco estupefacto. É algo que nunca tinha pensado que existisse e que para mim não faz qualquer sentido.
A roleta russa da SIDA consiste num conjunto de pessoas que se juntam para fazer uma orgia, sabendo que um dos membros está infectado com o vírus HIV. Este facto atrai e aumenta a excitação do acto, com a possibilidade de poder ser o "feliz contemplado" a fazer sexo com o indivíduo infectado. Este movimento surgiu nos EUA nos anos 90 e chega agora a Espanha. A sua difusão deve-se à internet, mas propriamente a chats onde os "bug chasers" (nome dado a quem procura ser infectado pelo vírus) procuram os "gift givers" (indíviduo infectado com HIV). Os grupos são secretos assim como os encontros. Se lerem a reportagem poderão perceber melhor como tudo funciona, mas para mim, foi uma revelação que me deixou preplexo. Mas também tem que se obrigatoriamente relativizar as coisas, pois se calhar falamos em comunidades com um número muito reduzido de pessoas. É também sabido haver as roletas russas mas com armas, e portanto, este tipo de práticas embora existam são praticadas por um número insignificante de pessoas. Mesmo assim, serve de cultura geral, saber que há gente para tudo...
Partilho no seguimento do assunto, um trailler de um documentário e uma reportagem sobre este assunto.
A saga do Instituto Português do Sangue e proibição explícita e assumida de dadores homossexuais conta com um novo episódio, desta feita protagonizado pelo próprio Presidente desse Intituto em entrevista ao Jornal I. Não transcrevo toda a entrevista, que podem ler AQUI, mas vou citar algumas afirmações do senhor:
"Por isso, fico estarrecido com afirmações de líderes de movimentos activistas que vêm dizer que vão passar a esconder o facto de serem homossexuais. E ninguém se revolta? Isto é deliberadamente querer introduzir no circuito sangue contaminado. Ética, moral e criminalmente pode ser processado."
"Quando uma pessoa se apresenta assumidamente como homossexual e quer dar sangue, eu interpreto como uma provocação. Quem quer vir dar sangue não vem com esta atitude."
Relativamente à alteração em 2006,
"O que fez foi retirar a palavra homossexual e substituir por comportamento de risco. Politicamente correcto. Na prática, manteve-se o mesmo."
À pergunta: "Um casal homossexual com uma relação estável e sem outros parceiros tem mais risco que um casal heterossexual na mesma condição?" responde:
Essa é uma pergunta difícil. A verdade é que não temos ainda, apesar das tentativas, um questionário que nos permita fazer a divisão. O comportamento de risco é analisado e avaliado, não sabemos qual é o resultado. Pode ser aceite ou não ser. Se a pessoa diz que não teve outro parceiro e o parceiro também garante que não teve outro, a decisão pode ser a de aceitar. Mas a experiência também nos diz que relações que em princípio eram totalmente monogâmicas não são tão monogâmicas assim.
Alguém consegue entender isto?
Conclusão: O MEU SANGUE ESTÁ CONTAMINADO!!!!
Medooooo!!!!
E se dúvidas houvessem, é conhecida agora a posição oficial do Ministério da Saúde relativamente à proibição da dádiva de sangue por gays. Quem acompanha este blog sabe da minha história pessoal acerca precisamente deste assunto, ou seja, foi-me negada a hipótese de dar sangue quando assumi que mantinha uma relação estável há mais de cinco anos com um homem (podem ler os posts relacionados AQUI). O propósito na altura tinha a ver com o facto de a minha mãe ir ser operada e de ser necessário duas ou três pessoas darem sangue. Nunca lhe disse que não aceitaram o sangue do seu filho porque penso que ela iria ficar magoada, mas isso não impediu que eu próprio sentisse a tão badalada "discriminação" na pele. Na notícia agora divulgada, o Ministério da Sáude diz "A necessidade de garantir que os potenciais dadores não têm comportamentos de risco que, em termos objectivos e cientificamente comprovados, podem constituir uma ameaça à saúde e à vida dos potenciais beneficiários, leva à exclusão dos potenciais dadores masculinos que declarem ter tido relações homossexuais". Mas, garante, não se trata de discriminar "em função da orientação sexual", como fica comprovado "pela circunstância de os homossexuais de sexo feminino poderem ser aceites" como dadores. Em causa está, insiste o gabinete, "um controlo sobre os comportamentos de risco dos dadores". A discriminação exclui as lésbicas porque elas são mais bem comportadas do que nós homens... E pronto, num país democrático onde supostamente a liberdade de cada indíviduo é todos os dias apregoada por quem nos governa ou por quem tem responsabilidades no nosso país, esta DISCRIMINAÇÃO assumida pelo próprio Estado é do meu ponto de vista confrangedora. Numa altura em que está cientificamente comprovado que a propagação do vírus HIV é agora maior nos heterossexuais, esta "desculpa" para não aceitar o nosso sangue prende-se (ou só se pode prender) com preconceito! E dá que pensar, ou melhor, dá azo a pensar que o sangue dos heterossexuais recolhido pelo IPS (Instituto Português do Sangue) não é devidamente analisado... Ok, muitos pensarão "para quê nos chatearmos com isto", mas eu, como já fui discriminado "a frio" em que a minha intenção era apenas ajudar, é revoltante ser-nos negado isso principalmente como a toda a hora saem campanhas publicitárias para dar sangue. Republico a campanha que o IPS poderá agora afixar sem qualquer receio, visto que está legitimado por este Governo, onde a hipocrisia não tem lugar e a mensagem é directa e VERDADEIRA.
Leiam toda a notícia AQUI
Recebi um email pedindo ajuda para divulgação de um site para os portugueses com HIV, visto que ao que parece ainda não existe um ponto de encontro virtual para todos aqueles que contraíram o vírus...
Segundo o autor do email "foi criado um site justamente para nosso relacionamento tipo Hi5 mas somente para soro+ e agora estamos chegando a Portugal(...).Um site novo de relacionamento para pessoas que tem HIV, um site para amizades principalmente,o site não permite publicidade erótica e tem apenas fins de socialização entre sor+, e estão divulgando em portugal para os portugueses e todos que ai vivem, é um site brasileiro mas com pessoas de todo o mundo ja cadastrados, e como sou brasileiro e vivo em Portugal, notei que aqui existem poucas atividades ainda relacionadas com pessoas que tem o HIV , nos falta amigos com o mesmo problema com quem podemos conpartilhar nossos dramas então ai aparece om site http://radarhiv.ning.com"
Fica a minha modesta contribuição. Espero que seja útil!
:))
Acabei ontem de ler um outro livro, desta feita purosexo.com, de Dennis Cooper, da editora Bico de Pena. É talvez o livro, talvez não, é mesmo, o livro mais violento que alguma vez li. Acredito que muita gente não consiga sequer chegar ao final do livro tal é a descrição nua e crua de uma vertente do sexo levada ao extremo!
O livro retrata basicamente mensagens deixadas em fóruns da internet, fóruns de foro sexual, para encontrar e relatar experiências com prostitutos gays. Para além de nos dar a conhecer o lado mais negro da mente humana (que muitos poderão achar ficção mas que eu acho que existe!), relata experiências sexuais sado masoquistas e para lá disso... Foi este livro que li nas mini-férias e ele serviu de mote a algumas discussões, pois todos tiveram curiosidade em dar uma vista de olhos. Ninguém fica indiferente e o primeiro pensamento que surge é "Isto é possível?". E por esse facto, por termos discutido sobre o assunto já valeu a pena, mas também para ficar a conhecer as mentes perversas e doentias com quem nos podemos cruzar, sem aparentemente sabermos...
Sugiro para quem tem tomates! Ehehe! É de homem!!! Ehehehe!
A sério, é muito violento, no entanto, eu gostei de ler e é quase impossível não querermos chegar ao final da história do Brad!
:))
"Não se resolve o problema da sida com a distribuição de preservativos. Pelo contrário, o seu uso agrava o problema."
Para evitar a sida, a Igreja Católica defende a abstinência e a fidelidade.
Alguém ainda leva este Papa a sério? Como pode o senhor continuar a fazer afirmações destas, ainda por cima, precisamente na sua primeira visita ao continente africano, onde na África subsariana existem já mais de 20 milhões de infectados...?!
Com Papas destes, os católicos estão condenados....