Um dos posts mais lido deste blog é o "Gostar de homens mais velhos", e talvez não seja por acaso. Para além do facto natural de na maioria dos casais haver diferença de idades, há muita gente que procura parceiros ou parceiras mais velhos(as) (substancialmente mais velha, de outra geração, mais de 10 ou 15 anos de diferença). Não há qualquer mal nisso, da minha perspectiva. Não existem regras nem idades para se gostar de alguém. O caso porém pode mudar de figura quando falamos de jovens adolescentes que procuram "homens maduros" e vice-versa, e onde por vezes chegamos a apelidar de pedofilia (mas que na realidade pode não ser!). Um homem de 30 gostar de um rapaz de 15 anos é repreensível? Bom, talvez não seja pedofilia porém é muito importante analisar como decorre a relação e se em algum momento o adulto não abusou física ou mentalmente de um jovem imaturo de forma a obter algum tipo de retribuição (normalmente de cariz sexual, quando mal intencionados). Portanto cada caso é um caso, e os pais, têm obrigatoriamente que estar atentos para prevenir alguma situação de abuso, e isso não se faz discriminando ou repeendendo o filho, mas sim conversando e ajudando a orientar o filho.
O retomar deste assunto não vem do acaso... Infelizmente acompanho há já uns anos a história de um adolescente - vou chamar-he João - que vivia com a mãe numa cidade do interior tendo o pai em Lisboa (pais separados portanto). Na altura em que decidiu saír do armário foi rejeitado pelo pai, e ouviu tudo da mãe, tudo aquilo que não precisamos de ouvir nestas alturas. O rapaz recorreu ao blog ser gay para conversar e obviamente acedi a ajudar como podia. Não pude fazer grande coisa, mas nestas ocasiões, saber ouvir e aconselhar é por vezes a maior ajuda possível. Enviei uns livros para ele ler, o que fez com agrado e devolveu. Depois, apareceu um namorado, bem mais velho, com o dobro da idade, por quem acabou por se apaixonar. Com pouco ou nenhum apoio em casa, não foi difícil de convencer a ir para outro país. Assim foi... E o que parecia fazer sentido, começa agora a revelar-se quiçá uma história com final infeliz. Ontem conversamos e o namorado conseguiu envolver e convencer um familiar, menor, homossexual, para fazerem sexo a três... E o João, forçado psicologicamente, indefeso e longe de qualquer apoio emocional, cedeu... E agora vem um pedido de continuar a relacionar-se com o tal familiar menor, e surgem vómitos de nervos e de não saber o que fazer... Espero estar redondamente enganado, e torço para que seja apenas uma má fase do João.
E isso era o que eu queria realçar, ver o que um lar desequilibrado pode levar um miudo que (embora inteligente e esperto) não resistiu a procurar outros portos de abrigo fora de casa (e do país), portos de abrigo que escondem mares revoltos e que em tempo de tempestade podem matar...
Força João, tudo de bom!
Nestes últimos dias tenho acompanhado de perto a vida do C., de 17 anos, filho de pais separados, e que acidentalmente a sua madraste descobriu que o C. tem um namorado, ou seja, descobriu que o C. é homossexual. Sendo filho de pais relativamente novos, pensei que o drama pudesse ser mais inventado nas nossas cabeças do que aquele que efectivamente iria acontecer... Pensei muito mal... Certo é que a madrasta tratou de contar ao pai que no próprio dia saíram para festejar (ou pelo menos beber um copo) e regressaram directos para o quarto sem o C. ter ouvido a reacção do pai. Mas no dia seguinte.... O pai tratou de lhe tirar o telemóvel, a internet e acompanhou as acções com frases do tipo "Tens de te curar!" ou "És um anormal". Sabemos - quem assume - que temos de estar preparados para ouvir este tipo de coisas, mas obviamente custa sempre muito. O C. ainda ficou baralhado e por momentos acredito que tenha achado que se calhar o pai tinha razão. Em conversa comigo, aconselhei-o a ter calma e paciência que estavam a reagir a quente e que mais tarde ou mais cedo tudo regressaria à normalidade. Visto que a mãe ainda não sabia, aconselhei-o a telefonar para a mãe a contar, antes que terceiros (pai e/ou madrasta) o fizessem. Tarde de mais, porque a mãe soube... Como a mãe também é nova pensei que fosse ela a salvar a honra do convento, apoiando (dentro do possível) o filho... Mas não, mais uma vez frases como "Eu não te criei para isto!", "És a minha vergonha!" ou coisas ainda piores foi o que ele recebeu. O C. mesmo assim manteve-se firme e hirto. As consultas foram sugeridas pelo pai e pela mãe, para tratar a "doença" do filho e o próprio médico de família disse que (espantem-se!!!!) "não é normal" e que deveria consultar pedo-psiquiatra. Aconselhei-o a aceitar ir a todas as consultas, desde que os pais o acompanhem (deve ser uma condição!) pois se for um profissional a sério que os atenda, o médico irá direccionar a consulta para os pais e não para o homossexual.
A consulta está marcada!
Força C., é uma fase complicada mas vais ver que tudo vai acabar bem!
Abraço
Em maré de livros, e com o tema da homossexualidade cada vez mais discutido, estão para breve o lançamento de dois livros distintos, dos quais faço agora eco. (obrigado Felizes Juntos pela informação)
- Livro “3º SEXO” da autoria da jornalista Raquel Lito, que se realizará no próximo dia 19 de Fevereiro, pelas 23,30 horas na Discoteca TRUMPS (Rua da Imprensa Nacional 104 B Lisboa – www.trumps.pt – 963160602 ).
São 12 depoimentos marcantes. Uma antiga estudante de teologia que trabalhou em linhas eróticas. Uma militar que não consegue assumir-se no trabalho. Um marido com vida dupla. Uma humorista agredida pela namorada.
Algumas figuras públicas também falam pela primeira vez, sem tabus, da sua atracção pelo mesmo sexo: um actor, um escritor, um piloto de automóveis e um chef de cozinha.
Confissões surpreendentes e corajosas num País onde ainda não é fácil assumir plenamente a homossexualidade, apesar da recente aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
- Livro “O casamento homossexual e o ordenamento jurídico-constitucional português”, de autoria de Isabel Baptista, juíza do Tribunal das Caldas, no dia 25 de Fevereiro, no salão nobre do Governo Civil de Santarém. A apresentação da obra será feita por Rui Rangel.
“A parte principal do livro, tirando o último capítulo, está escrita há dois anos, e faz parte dos meus seminários que integram o meu mestrado na Faculdade de Direito de Lisboa”, revelou a juíza.
A magistrada já tinha chegado à conclusão de que o Tribunal da Relação “devia ter considerado inconstitucional a norma que não permitia o casamento”, criticando também “outra perplexidade que levanta também questões de inconstitucionalidade, que é a não permissão da adopção pelos casais homossexuais”.
Todos os posts do blog sobre livros podem ser lidos AQUI
Desculpem lá, mas há notícias que por vezes me remetem para outros séculos passados e que por esse motivo me deixam revoltado. Hoje será discutido pela Ordem dos Médicos um parecer (ver AQUI) onde se defende que há casos onde a homossexualidade é mutável, ou seja, por acção clínica o doente (sim, a homossexualidade neste caso seria tratada como doença) pode deixar de ser homossexual. Que hajam pessoas, médicos incluídos, que ainda pensem que isto é possível, eu até aceito, mas ver uma Ordem dos Médicos a discutir (ainda) este assunto é para mim algo que me deixa estupefacto e até mesmo preocupado. Esta discussão só faz sentido para quem não é homossexual, porque quem como eu nasceu a gostar de ver os homens e a excitar-se a pensar em homens (assim como um heterossexual pensa em mulheres e se excita a pensar em mulheres) não consegue acreditar que haja um tratamento que me faça gostar de mulheres. A questão poder-se-ia por - nesta forma de pensar - ao contrário, ou seja, por acção clínica tornar um heterossexual em homossexual. Pergunto aos heteros: Acham isto possível? E pronto, quase a chegarmos a 2010 ainda andamos a discutir o sexo dos anjos e ainda a própria Ordem dos Médicos anda a discutir pareceres desta natureza. Fica a notícia retirada do DN:
Médicos defendem que a homossexualidade não se altera por acção clínica. Parecer da Ordem dos Médicos, que é discutido hoje, fala, porém, em casos mutáveis.
Os psiquiatras consideram que a homossexualidade não é mutável por acção médica e recusam tratar quem lhes peça este tipo de ajuda. Uma posição diferente aquela defendida pelo parecer do Colégio de Especialidade de Psiquiatria, que hoje deverá ser aprovado (ver texto ao lado), e onde se refere que em alguns casos a orientação sexual pode ser mutável e, que os médicos não devem ignorar os pedidos de ajuda dos homossexuais.
"Se tenho à minha frente um homossexual exclusivo que não aceita esse facto e me pede para ser heterossexual digo que não há tratamento", defende Júlio Machado Vaz. Também o presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria, António Palha, não têm dúvidas que "a homossexualidade não se trata". Uma opinião reforçada por Caldas de Almeida, coordenador nacional para a Saúde Mental: "As pessoas homossexuais não deixam de o ser por causa de um tratamento com o psiquiatra".
Apesar de recusar a validade dos tratamentos, Pedro Varandas admite que ainda"há determinadas terapias de orientação comportamental que já provaram ser eficazes em algumas pessoas que sofrem com a sua homossexualidade". Isto no caso dos indivíduos insistirem num tratamento.
Filipe Nunes Vicente também não acredita em terapias de reconversão, mas sabe "que há médicos que defendem o tratamento da homossexualidade". Contudo, este psicólogo confessa que não recusa tratar "uma pessoa homossexual que se apaixone por alguém do sexo oposto" e que lhe solicite ajuda.
Ideia reforçada por Daniel Sampaio. O psicólogo considera que "a orientação sexual não é imutável", mas realça que "o médico não deve tentar mudar, deve dis-cutir, deve ajudar essa pessoa".
Já a psiquiatra Graça Cardoso é peremptória: "Não se pode fazer nada. A homossexualidade não é uma escolha. Tratar um homossexual para que o deixe de ser é o mesmo que tratar alguém por ser alto ou baixo." Para esta médica é essencial ajudar a pessoa "a viver com essa situação", para tentar evitar depressão que, em casos extremos, pode levar ao suicídio.
Existem no entanto problemas de mudança de orientação que chegam aos psiquiatras por causa das dúvidas e ansiedade que criam. "Há casos de pessoas com a sua vida formalizada, casadas e com filhos e que não conseguem conter mais essa situação. São pessoas que percebem o que se passa mas não têm armas para sobreviver às tensões sociais", explica o psiquiatra Marcelo Feio.
As dificuldades em aceitar uma mudança na orientação sexual, acontecem "tanto em homens como em mulheres", adianta o médico do Hospital Santa Maria, em Lisboa.
Da mesma forma que há pessoas que "sempre se afirmaram como homossexuais e numa fase mais tardia da sua vida fazem uma viragem para a heterossexualidade", acrescenta Marcelo Feio.
Esta semana a revista VISÃO traz na sua edição uma reportagem sobre a Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual, a AMPLOS que já referi aqui no blog. A partilha de experiências entre pais é muitas vezes a melhor forma de compreender, respeitar, aceitar a homossexualidade do filho. Obviamente que a maioria dos pais não está preparado para ter um filho gay, mas cada vez mais o assunto deixa de ser tabu, e mesmo estando nós (aidna) longe da não discriminação, do não preconceito, a verdade é que com o tema cada vez mais abordado na imprensa, o assunto vai perdendo a sua carga dramática e negativa...
Deixo-vos o relato na primeira pessoa, de uma mãe, a Margarida (Presidente da AMPLOS), que tem uma filha lésbica.
Adicionalmente, a mesma revista, dá a conhecer esta semana, as principais recomendações para os pais que descobrem que têm um filho homossexual. O terapeuta familiar Pedro Frazão, 33 anos, é o autor de um estudo sobre este tema, e partilho as conclusões a que ele chegou:
Manual: quando o seu filho lhe diz que é gay
O QUE NÃO DEVE FAZER:
*Transmitir ao adolescente/jovem adulto de que se trata apenas de uma fase e que com o tempo vai voltar a ser heterossexual, desvalorizando todo o trabalho de preparação que o jovem fez para partilhar com os pais o que sentia
*Criar um pacto de silêncio sobre as questões relacionadas com os afectos e sexualidade dos jovens
*Criar um clima de confrontação e hostilidade que faça o adolescente/jovem adulto sentir-se ainda mais isolado do que já se sentia antes do coming out ("sair do armário")
*Fazer ameaças de que ou o adolescente muda a sua orientação sexual ou é afastado da família ou expulso de casa
*Proibir o adolescente ou jovem adulto de se encontrar com os seus amigos ou namorados(as) que muitas vezes são apontados pelos pais mais intolerantes como responsáveis pela situação
*Fazer formulações culpabilizantes de que os filhos são gays ou lésbicas porque os pais falharam ou porque a orientação sexual dos filhos resulta de experiências infantis (ex: a mãe estava demasiado próxima e o pai era distante)
*Fazer comentários homofóbicos e que ridicularizam pessoas gays ou lésbicas
*Procurar psiquiatras e psicólogos com o objectivo de mudar a orientação sexual dos filhos
O QUE DEVE FAZER:
*Criar um contexto seguro para que o adolescente ou o jovem adulto fale abertamente sobre os seus sentimentos
*Assumir que, à semelhança do que foi vivido pelos filhos, os pais também necessitam de tempo para se adaptar à nova realidade
*Procurar informação especializada sobre questões relacionadas com a orientação sexual
*Se necessário, procurar um profissional de saúde mental especializado em questões de sexualidade
*Conhecer gays e lésbicas que lhe possam assegurar que uma orientação sexual minoritária não é um problema e que lhe mostrem que essas pessoas podem ter vidas completas como homens e mulheres a todos os níveis
*Procurar outros pais que têm filhos gays e lésbicas e que viveram situações semelhantes
Nestas férias, o meu amigo J. lançou a questão: "Já alguma vez pensaram, como reagiria uma mãe se assim como hoje em dia elas ficam a saber o sexo do bébé que irá nascer, lhes fosse dito que o seu filho é gay?!". Na altura em que ele disse pensei de imediato "Nunca tinha pensado nisso!", e não, nunca me tinha passado pela cabeça essa possibilidade, mesmo que hipotética (hipotética hoje, daqui a umas décadas será tão natural como hoje saber o sexo do bébé). O que de seguida me veio à cabeça foi a dúvida de como a minha mãe reagiria à notícia... É impossível saber qual seria a opção (caso pudesse abortar por esse motivo!), mas obviamente (e claro, sou suspeito!) penso que ela iria continuar com a gravidez na mesma... Será muito interessante ver a opinião de mães e grávidas sobre o assunto, que suponho também nunca terem ponderado essa hipótese sequer...
Que me dizem a isto?
:)
Recebi com grande agrado no meu email, através da rede ex-aequo a informação sobre a nova Lei de Educação Sexual nas Escolas, publicada em Diário da República, 1.ª série N.º 151 a 6 de Agosto de 2009.
Nela, e retirando apenas o que diz relativamente à diversidade sexual retira-se:
(...)
f) O respeito pela diferença entre as pessoas e pelas diferentes orientações sexuais;
(...)
l) A eliminação de comportamentos baseados na discriminação sexual ou na violência em função do sexo ou orientação sexual.
A ver vamos se a lei se fica apenas pelo papel e se será posta de facto em prática. Mesmo assim é de aplaudir (finalmente) a publicação da lei.
:))
Pois é! Solange,a ex-apresentadora de televisão que teve a coragem de assumir a sua homossexualidade, está grávida, segundo notícia do Correio da Manhã.Com o desejo obviamente de que tudo corra pelo melhor, será interessante ver esta figura pública "sem papas na língua" defender agora o seu rebento e quiçá dividir a maternidade com a sua companheira, caso tenha. Infelizmente por cá, ainda não é possível haver dois pais ou duas mães, pois é muito mais interessante a hipocrisia do Estado... As mulheres lésbicas têm por questões óbvias mais facilidade em conseguir ser mães (à rebelia do Estado) do que nós homens... No entanto existem muitos casais gays, que num processo de adopção em nome de um dos membros do casal na condição de solteiro, e escondendo a sua orientação e companheiro, conseguem adoptar a criança...
Enfim... São precisas mais "Solanges"!!!!
Toda a notícia AQUI
Para a eterna pergunta de se já nascemos gays, existem ainda muitas respostas, que apontam para as mais diversas direcções.
Eu acredito que nascemos gays, assim como os heterossexuais nascem também eles já nascem heteros...
Há alguns dias mostrava os meus trabalhos escolares da primária a uns amigos que nos visitaram, e à semelhança do que já tinha acontecido antes com outras pessoas, fartaram-se de rir com os enfeites que estão patentes na maioria das folhas... O espanto é geral e o que toda a gente pensa de imediato é "Isto é coisa de gay mesmo!". Hehehehe! Também acho! Não sei se de gay, mas para um rapaz denota algo diferente relativamente aos outros rapazes... Fiquei aliás com a vontade de comparar este meu dossier com outros colegas da primária (rapazes) para ver as diferenças...!
Partilho portanto hoje dois trabalhos feitos na 4ªclasse, devia portanto ter perto dos 10 anos e tirem as vossas próprias conclusões! :))
Tenho a certeza, e se calhar estou enganado, que um psicólogo ao ver isto a ser feito por um rapazolas, teria aqui matéria suficiente para achar que o rapazolas poderia eventualmente ser gay... Será mesmo assim?
:))
Ricky Martin assume na edição da revista porto-riquena "TV AQUI" que tanto é feliz com homens ou como mulheres! Depois de muitos rumores sobre a sua orientação sexual eis que o famoso cantor revela os seus gostos... Depois de o ano passado ter sido pai de gémeos, saídos de uma barriga de aluguer (que usou a inseminação artificial) e que levantou ainda mais suspeitas sobre a sua orientação sexual, agora fica esclarecido (?) o tabu... Mas como eu pessoalmente sou muito reticente relativamente à bissexualidade penso que mesmo assim a coisa não está bem esclarecida, até porque, como sabemos, há muito boa gente que disfarça a sua homossexualidade com o mais bem aceite termos "bissexualidade"... Mas admito estar errado!
:)
Toda a notícia AQUI
Acabei ontem de ler um outro livro, desta feita purosexo.com, de Dennis Cooper, da editora Bico de Pena. É talvez o livro, talvez não, é mesmo, o livro mais violento que alguma vez li. Acredito que muita gente não consiga sequer chegar ao final do livro tal é a descrição nua e crua de uma vertente do sexo levada ao extremo!
O livro retrata basicamente mensagens deixadas em fóruns da internet, fóruns de foro sexual, para encontrar e relatar experiências com prostitutos gays. Para além de nos dar a conhecer o lado mais negro da mente humana (que muitos poderão achar ficção mas que eu acho que existe!), relata experiências sexuais sado masoquistas e para lá disso... Foi este livro que li nas mini-férias e ele serviu de mote a algumas discussões, pois todos tiveram curiosidade em dar uma vista de olhos. Ninguém fica indiferente e o primeiro pensamento que surge é "Isto é possível?". E por esse facto, por termos discutido sobre o assunto já valeu a pena, mas também para ficar a conhecer as mentes perversas e doentias com quem nos podemos cruzar, sem aparentemente sabermos...
Sugiro para quem tem tomates! Ehehe! É de homem!!! Ehehehe!
A sério, é muito violento, no entanto, eu gostei de ler e é quase impossível não querermos chegar ao final da história do Brad!
:))
Nas minhas deambulações pela net, deparei-me com um artigo de opinião de um jornal regional, o "Reconquista", de Castelo Branco, onde o sr. Fabião Baptista expressa na edição de 7 de Maio deste ano a sua opinião sobre os "casamentos" (as aspas não são minhas, são dele!)... O sr. obviamente tem direito à sua opinião, não é isso que está em causa, mas sendo ao que parece um jornalista no activo, choca-me um pouco o tratamento dado ao assunto pelo senhor... Vou realçar algumas partes do artigo mas deixo o link para quem tiver interesse ler o artigo por inteiro (ver AQUI).
O sr. Fabião começa por falar no facto de que "a informação veiculada pela Direcção-Geral da Saúde, através da Internet, de que durante o ano de 2008, voltaram a decrescer os nascimentos em Portugal, nomeadamente no Interior do País".
Até aqui tudo bem...
Depois fala do que se tem feito: "Muitos dos presidentes de Câmaras, numa desesperada, mas louvável, tentativa de inverterem esta situação, já criaram incentivos, não só para se processar o aumento da natalidade, como para a fixação de jovens nos seus concelhos, oferecendo-lhes terrenos, a preços simbólicos e facultando-lhes projectos de construção de casas e até crédito e auxílios vários para poderem edificar as suas próprias habitações. Mas até agora, tudo tem resultado em vão. E, para agravar a situação, surgiu a ideia luminosa, do Ministério da Saúde, de encerrar grande número de maternidade, obrigando a que muitos portugueses nasçam em reduzidos e incómodos espaços de ambulâncias de bombeiros voluntários e outros tivessem de, pela primeira vez, ver a luz do dia, em Badajoz."
Continuamos bem...
E eis que de repente introduz-se o mal fadado tema dos casamentos: "E mais deve inquietar ainda, quando vemos parte da Juventude Socialista, o Bloco de Esquerda e seus afins, a lutarem, desesperadamente, para que sejam legalizados os chamados “casamentos dos homossexuais”.
E logo de seguida diz: "Estaremos na raia da loucura, em auto-gestão? Será deste modo que se incentivarão os jovens a terem mais rebentos biológicos?"?!?!?!?!?!?!
Depois vêm os males que afectam o país: "Como é possível, havendo problemas tão graves, a resolver n a nossa sociedade, como seja o desemprego, onde 70 mil jovens licenciados procuram ocupação; onde todas as semanas há fábricas e encerrarem os seus portões e espaços comerciais a ficarem insolventes; onde a fome já é uma triste realidade; onde os leques salariais são uma verdadeira afronta e um desolador ultraje a quem trabalha: onde os assaltos, à mão armada, são o pão nosso de cada dia: onde a Justiça perdeu toda a credibilidade; onde se faz para destruir a Família e diluir os alicerces fundamentais do matrimónio; onde o empobrecimento do erário público é já uma preocupante realidade, à vista de quem quer que seja: o sistema bancário está periclitando(...)".
E agora, a tirada de mestre: "(...)onde tudo isto acontece, a Juventude Socialista abstrai-se de todas estas “bagatelas” e concentra toda a sua estuante força e sinergia partidária, no “casamento dos homossexuais”. Até parece que oficializando a união pelo “casamento”, de dois homens ou de duas mulheres, conhecidos em linguagem popular por “larilas” e por “lésbicas”, todos os problemas ficam resolvidos. Será esta, a preocupação mais premente da Juventude Socialista? Eu não acredito. Até porque, a grande maioria da mocidade socialista, não defende tão aberrantes e mesmo dentro do PS, há, felizmente, uma grande corrente que repudia esta forma de pensar, à frente dos quais se situa a deputada Maria do Rosário Carneiro."
E para concluir em beleza: "Se já há poucos nascimentos, com os chamados “casamentos homossexuais”, então o número de nasciturnos desceria drasticamente. Será assim que a JS deseja contribuir para atenuar a desertificação do Interior do País? Será que a JS vai organizar manifestações, colóquios e comícios para pederastas e lésbicas? Será que vamos assistir a marchas de GAY’s, integrados nas campanhas eleitorais e na propaganda socialista, nos próximos actos eleitorais?"
É de bater palmas não acham?
Mesmo sendo jornalista de um jornal tutelado pela Igreja Católica, tratar os supostos "irmãos" que penso Jesus ter um dia defendido que nós todos somos, como "larilas" é qualquer coisa que me incomoda à séria... Ao nível do "bufo" que a Manuela Moura Guedes chamou ao Bastonário da Ordem dos Advogados...
É triste ver como estas opiniões podem ferir tanta e boa gente... Ainda por cima no interior do país onde sei por experiência própria que abordar o tema da homossexualidade é algo muito raro e complicado, ler este tipo de opinião (legítima é certo) de um jornalista, uma pessoa supostamente formada, deixa-me triste e desapontado... Mas como é que alguém pode pensar que a legalização dos casamentos entre homossexuais pode favorecer a desertificação do interior do país, ou não deve ser discutida porque há outros problemas mais graves a tratar...?! Caramba, na Assembleia da Répública são discutidos semanalmente assuntos com um interesse muitas vezes duvidoso, e um assunto que trata da Igualdade e igual oportunidade de todos às mesmas coisas nas mesmas condições não pode ser discutido?
Conto com a JS e com o Bloco de Esquerda e todos quantos queiram participar (eu vou dar a minha modesta contribuição) para se discutir os casamentos entre homossexuais e todos os outros assuntos que sendo ou não mais importantes podem e devem sempre ser discutidos e debatidos!
Sr. Fabião Baptista, sendo obviamente livre de expressar a sua opinião, pense sempre, quando o fizer, que pode estar a magoar e a "condenar" ao sofrimento um "irmão" seu, que pode ser um familiar seu, um amigo, um conhecido ou até um colega de trabalho. Todos temos direitos e deveres, e todos merecemos ser felizes, casando ou estando solteiro, tendo ou não filhos!
Pense nisso!
Ao que parece a polémica foi despoletada pelo presidente do Colégio de Psiquiatria da OM, José Marques Teixeira, a 2 de Maio, num artigo de um jornal, onde considerava que pode ser possível dar resposta a um homossexual que pede ajuda médica para mudar de orientação sexual.
O senhor falou a título pessoal, mas mesmo assim não deixa de ser Presidente do Colégio de Psiquiatria... Posto isto, Daniel Sampaio exigiu a clarificação da posição e tomou a iniciativa de por uma petição online, que até ao momento já conta com mais de 800 assinaturas de profissionais de saúde mental.
Podendo representar um regresso ao passado, as mesmas palavras poderiam então ser entendidas da seguinte forma: "pode ser possível dar resposta a um HETEROSSEXUAL que pede ajuda médica para mudar de orientação sexual."
O sr. Presidente consegue mudar portanto a orientação sexual de qualquer indíviduo?
Ouve-se cada coisa...
Fica o link da notícia completa AQUI
Tanto homos como heterossexuais têm por vezes dores na penetração anal... Tanto eles como elas podem obviamente minorar bastante a dor e até mesmo não sentir dor... Uma das coisas mais importantes é a descontracção do esfincteres. O Esfincter anal externo temos total controlo e já sabemos naturalmente controlá-lo... Mas existe um esfincter anal interno que esse sim, não temos total controlo dele, ou melhor podemos ter mas será preciso "treinar" isso... O esfincter anal interior está a uns 4 cm da entrada do anus e introduzindo os dedos é fácil dar com ele... Portanto, para quem normalmente sente dores muito provavelmente pode também dever-se a isto, ou seja, a ter este músculo contraído o que dificulta a penetração anal... Para ajudar à descontracção do músculo pode-se sempre estimular a zona anal, acariciando com os dedos ou a lingua a zona anal.
Claro que o tamanho do que estiver a penetrar é também importante, e o jeito e também para facilitar isso existem os lubrificantes que podem ser adquiridos em qualquer sex shop ou até mesmo nas farmácias. Por último lembrar sempre que sendo um acto a dois, nada como experimentar e conversar até conseguir-se uma penetração indolor que trará todo o prazer ao penetrado!
Obviamente o uso do preservativo é essencial!
Boas quecas!
:))
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Não falo de travestis... Ou se calhar falo! Ehehehe! Confuso? Pois...
Este post vem no seguimento de um programa da querida Sue, onde uma mulher ligou (quase) desesperada para partilhar a sua história e procurar respostas...
Dizia ela, casada e com dois filhos do actual marido, que um certo dia, a meio da noite, deparou-se com o seu marido na casa de banho vestido de mulher. Caiu-lhe tudo, como é de esperar, e mil pensamentos começaram a atravessar-lhe o cérebro à velocidade da luz....
Obviamente que a dúvida maior era "O meu marido é gay!!?!?!?!". O marido tentou acalmá-la dizendo-lhe que não era gay, que apenas se sentia bem e excitado vestindo roupas de mulher... Esta, a muito custo, começou a aceitar a situação pensando na relação e nos filhos... Aceitou aparentemente, pois no seu intímo continua a não perceber o marido e a desconfiar da sua orientação sexual... Mesmo assim foi-se calando e mantendo até conversas de café com o seu marido na pele de mulher... Estranho? Pois... Posto isto, a Sue tentou acalmar a senhora, dizendo-lhe que o facto de o marido se vestir de mulher não quer de todo dizer que é gay... Passou então a explicar uma teoria provável que dá origem a este tipo de atitude. Segundo ela, muito provavelmente o seu marido, quando bébé, enquanto mamava segurava na roupa da mãe... Essa roupa (acetinada talvez), o cheiro, faziam-no sentir bem e confortável... Pois bem, o marido da senhora ficou (ou guardou) essa sensação ao longo dos anos, de tal forma que o toque com essa roupa feminina e o facto de a sentir no corpo, dá-lhe prazer....
É uma teoria é certo, e acredita quem quer... Mesmo assim, como foi algo que nunca tinha ouvido, achei interessante partilhar... As conclusões, cada um que tire as suas!
;)
Esta vai ser uma nova rubrica aqui do blog... Tendo ele já cinco aninhos de vida e muitos posts publicados, é interessante olhar para trás e ver o que escrevi, e perceber se ainda faz ou não sentido, ou como evoluiram os assuntos abordados. Portanto, a partir de hoje, de quando em vez a rubrica "FUI EU QUE DISSE" trará palavras do antigamente, re-postadas e comentadas...
Começemos então...
Publicado a 23 de Janeiro de 2004
Felizmente o meu relacionamento com o meu namorado, vai de vento em popa, embora já tenhamos tido, como todos os outros casais, os nossos problemas.. Uns mais graves que outros, mas nenhum com a capacidade de esquecermos o essencial, que é o AMOR que nos une... Vai fazer dois anos que me assumi, para mim e para os outros, como gay... Não é fácil dar este passo na nossa vida, principalmente, quando temos alguns sonhos que ficam postos em causa com esta tomada de decisão... Mas já passei essa fase, felizmente, e passados que estão estes dois anos já conheço melhor o meio... Existem muitos mais gays do que eu imaginava, não tantos namoros, e muito menos casamentos... Uma coisa é certa, as relações homossexuais têm uma componente muito mais sexual (em geral) do que um relacionamento hetero... Isto por um lado facilita as coisas, no que respeita a conseguir conviver diariamente (pois tudo o mais não interessa tanto), mas por outro lado, faz (pelo que tenho visto) com que os relacionamentos gay durem muito menos do que era suposto... Não sei se a culpa é nossa, dos gays, ou se somos simplesmente mais sinceros uns com os outros, facilitando assim a quebra de laços mais rapidamente... Enfim...
As dúvidas presistem mas sem dúvida que hoje conheço muito mais gays e casais gays do que conhecia nesta altura! Mas o ponto de vista mantém-se... E penso que a realidade também se mantém! Diferente mesmo é a relação com o lindo que já conta quase 7 anos... Só pra contrariar! :-P
Hoje publico uma dúvida, aliás mais do que uma, posta por um leitor que nos escreveu.
Como sempre publico também a resposta do nosso querido PSI que amavelmente responde às questões dos leitores do blog.
LEITOR:
Desta vez, quero vos perguntar algumas coisas sobre sexologia. (não sei se registam as pessoas,mas tenho 18 anos, virgem e gay)
E eu tenho um problema, que não é problema nenhum. Que é o meu pénis, que sofre de uma fimose (não sei se é assim que se chama), logo fui operado, e como já devem saber o glande do meu pénis não está coberto pela pele.
As questões são as seguintes:
-O meu pénis é mais sensível do que o normal?
-Será que ejacula mais rapido?
-Doi ao penetrar, isto é, sexo anal?
O PSI RESPONDE:
Olá
Praz-me muito responder-lhe às suas questões, felicitando-o pela circuncisão. Isto porque:
1- o seu pénis é sim mais sensível agora que tem a glande a descoberto, no entanto isto,
2- traz-lhe muito mais prazer que se estivesse coberta, pois quando a glande esta coberta, nem sempre se chega a descobrir totalmente aquando da penetração, nunca sentido o mesmo prazer do que se estivesse totalmente descoberta.
3- Não lhe traz dor rigorosamente nenhuma. Antes pelo contrário, o seu prazer será sentido em maior proporção. Quanto a ejacular mais cedo, nada tem a ver com a cirurgia, mas sim com o nível de excitação em que se encontrar.
Abraço e disponha sempre
Todos os posts da rubrica O PSI RESPONDE podem ser lidos AQUI
Este foi o livro das minhas últimas férias, "fio solto", de Dennis Cooper, editado em Portugal pela editora Bico de Pena...
Bem, trata-se de um livro para maiores de 18 anos!
É um livro um pouco louco... Ou pelo menos retrata a loucura de um moço que vive um amor proibido... Com se não chegasse uma homossexualidade não aceite por ele próprio e portanto uma constante luta interior, o rapaz apaixona-se pelo próprio irmão... Um romance trágico, que demonstra bem a dificuldade que por vezes é aceitarmos a nossa sexualidade, que neste caso em particular é levada ao extremo...
Fácil leitura...
11 euros...
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