Dou por concluída mais uma sondagem no blog... Esta tinha como questão. "Achas que uma criança ao indiciar poder ser homossexual, deve ser abordada sobre assunto?". Recebi 127 votos, o que acho razoável... Os resultados esses têm muito por onde pegar... Para quem não entendeu o propósito da questão, vou tentar explicar: saberão muitos, como eu também cada vez melhor, que na infância, um gay, poderá de facto ser diferente dos outros meninos... Falo do meu caso por exemplo, que agora, olhando para trás, me recordo do quanto gostava de estar com as meninas, jogar ao elástico com elas, vestir as roupas da minha mãe, lavar a roupa e achar-me mais evoluído (ou pelo menos diferente) dos outros rapazes... Não consigo dizer desde quando isso aconteceu, mas foi um facto... Lembro-me ainda de às escondidas tentar ver a pilinha do meu irmão quando ele estava a dormir... Enfim, uma série de coisas que poderão ou não ser indícios, caberá a cada um julgar... E voltando à questão da sondagem, a minha intenção era saber se, caso no contacto com uma criança estes ou outros indícios possam indicar uma atitude diferente, possivelmente relacionada com a sexualidade, se devemos nós adultos agir de alguma forma... As respostas à disposição foram várias e a maioria (21%) respondeu que "Talvez, dependendo do indícios...". Há com certeza quem pense o assunto absurdo, mas se calhar não o é, e foi quando uma amiga minha professora comentou comigo que um seu aluno tinha alguns indícios que poderiam explicar-se com a homossexualidade da criança e que levou o assunto a discussão com outros professores para saber se deveria ou não tomar alguma atitude falando com os pais, que fiquei desperto para este assunto. No caso dela, da minha amiga, não chegaram a nenhuma conclusão... Quase 15% dos votantes acha que os pais deveriam falar e outros 13% acham que os pais e os professores o deveriam fazer... Juntando as respostas afirmativas e as que têm dúvidas, ou seja, as que sugerem um tomada de acção, alcançamos os 53% dos votos... Mas a dispersão dos votos mostra bem que não é um assunto fácil e que existem muitas opiniões. Existe se calhar falta de discussão sobre o assunto... 30% é contra a tomada de qualquer atitude e uns significativos 15% acham que nenhuma das respostas faz sentido... Agora pergunto eu, e relacionado com o post "Educação sexual em Portugal" (antepenúltimo post), em que mostro um papel escrito por uma professora de um filho de uma amiga minha, se será justo ensinar que os namorados só podem ser um menino com uma menina ou que os rapazes só casam com meninas... Imagem, que a criança de facto sente algo diferente? Como vai ela interiormente reagir? Imagino que faça o que eu fiz, ou seja, esconda de si próprio e de todos os outros os seus verdadeiros sentimentos... E eu não levei a coisa muito mal, mas há por aí muito boa gente que não aguenta a pressão da sociedade e de quem está mais próximo por intimamente se sentir atraído pelo mesmo sexo! Deveriam os professores estar mais sensíveis a esta questão? Como vai a professora que escreveu o tal papel explicar às suas crianças, quando for aberta em Portugal a possibilidade de nós gays, casarmo-nos? Irá dizer que é pecado? Ou que nós somos pecadores e/ou doentes?
Ficam as questões, comentem se faz favor...
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