Domingo, 27 de Julho de 2008
Mais uma sondagem que termina... Para ser honesto, esta sondagem surgiu, como também já aconteceu com outras, devido a alguns comentários sobre este blog e a suposta diferença entre o tom positivo deste blog e a "energia" negativa transmitida por outros blogs da mesma temática. Para ser sincero, infelizmente nem sempre tenho tempo de navegar à procura de blogs que vão surgindo, muito menos para os ler com a atenção devida, até porque como sabemos, muitos blogs "morrem" e muitos outros "nascem". Assim, visito alguns com alguma regularidade e procuro neles links de outros e normalmente vou cuscar. Tento actualizar a minha lista de links, mas quando dou por isso, já metade "morreu"... Para fazer este post, tenho andado há alguns dias a navegar e a ver o que se vai escrevendo por aí, e muito francamente, e felizmente, não fiquei com a ideia que outrora também já tive, ou seja, a de blogs demasiado melancólicos, depressivos... Pelo contrário, cada vez surgem blogs que retratam situações simples do dia-a-dia, bem dispostos, "positivos"!
Agora os resultados da sondagem...
À pergunta "Acha que os blogs de e sobre gays depressivos?", dos 371 votos recebidos a resposta mais votada (18.87%) foi "Nim.São como todos os outros.". Quase 25% dos votos recaíram sobre respostas positivas,ou seja, que a maioria dos blogs gays são depressivos.
Mais de 55% dos votos foram atribuídos a respostas negativas, ou seja, que a realidade dos blogs gays não corresponde ao perfil depressivo. Como sempre, ficam os números e cada um tire as suas próprias conclusões. Deixo também os links para alguns dos muitos blogs que andam por aí, e gostaria muito de receber sugestões para manter a lista o mais actualizada possível. Por fim, está aberta uma nova sondagem que pretende saber se os gays, lésbicas, transsexuais e bissexuais (normalmente conhecida como comunidade GLBT) são iguais, e portanto se faz ou não sentido pô-los dentro do mesmo saco. Dêem a vossa opinião votando!!!
Links:
Resultados:
Todas as sondagens do blog podem ser vistas AQUI
sinto-me: a presisar de praia!
De
alex a 27 de Julho de 2008 às 18:47
Olha. Afinal ainda tenho mais 4267, perdão, 4253, quer dizer, 4235... porra, não posso desperdiçar os caracteres. Puff...Modernices.
O que eu queria mesmo, mesmo dizer, era que não tenho visto por aqui filmes interessantes que poderiam ser sugeridos por ti. Para além de blogues como este, e de filmes retro franceses, muita coisa contribuiu para poder espreitar o mundo. Já te vi por aqui sugerir livros, digamos, úteis, mas gostaria de te sugerir, para que sugiras também, dois importantes e geniais filmes para mim. O primeiro e mais importante é uma peça de teatro nova-iorquina (não tão erudita nem tão tão profética como o brilhante e irreprensível "Angels in America") tranformada em filme homólogo, mas de produção e realização australianos, pela mão de de Dowling and Geoff Burton, e com um ainda pouco conhecido Russell Crowe, naquela que eu considero a sua melhor interpretação de sempre. A fama estraga os actores. Chama-se "The Sum of Us", que não sei traduzir correctamente...talvez: «a soma do que somos», ou «a totalidade do que somos». E, de facto, o magnífico beijo gay dado por um empenhado e extraordinário Crowe é a cena mais hardcore que por lá se encontra. O argumentista da peça original (David Stevens) não faz dos humanos seres assexuados, mas preocupa-se em retratar a realidade total das personagens com as quais é, efectivamente, impossível não nos relacionarmos. Stevens afasta-se do reducionalismo com que é habitual a comunidade LGBT ser tratada, aliás, ele afasta-se do reducionalismo com que, por herança genético-cultural, nos tratamos uns aos outros. A peça é brilhante. O filme tem um Russell Crowe que ensina a todos os homens (heteros, homos, bis, trans, blá, blá) como é que se beija quando se ama realmente quem se beija.
Este filme pode ser vizualizado, na íntegra, e a custo zero, no You Tube, onde as diferentes partes se encontram numeradas. Garanto que não é depressivo, e que tem importantes lições parentais para qualquer ser humano. Em termos técnicos está bem realizado, mas os amantes da técnica fundada por Lars Von Trier podem, eventualmente, ficar aborrecidos e adormecer.
O outro filme chama-se "Juste une question d'amour". É cinema francês sim, senhor, (um telefilme franco-belga) e portanto tem imagem limpa, planos de estética europeia e realização centrada nas personagens e não nos cenários. É mais recente que o anterior (2000), Christian Faure é o realizador. É depressivo, pois claro, mas põe os pontos nos iis. No "The Sum of Us" temos um pai que aceita (e que até aborrece de tanto incentivar) o relacionamento gay do filho, aqui temos um casal de pais que tem ideias precisas do que pretende do filho. A frase chavão do filme é dita pela mãe do namorado deste filho, ao dito casal. De comadre para compadres:
"- Est-ce qu'on aime vraiment nos enfants autant qu'on le prétend? "
E pronto. Disse tudo.
Agora vou fechar um bocadinho o armário para lanchar em sossego.
Abraço
P.S.: "Juste une question d'amour" também pode ser vizualizado no You Tube, sobretudo o trailler inglês sob o nome de "Just a question of love".
Comentar: