Quarta-feira, 3 de Setembro de 2008
Há alguns dias atrás, fomos visitar uma querida amiga e o seu primeiro rebento, apenas com alguns dias de vida. Nesse encontro, em sua casa, estavam outras visitas, e entre essas um rapaz que (para mim) nitidamente era gay. Quando saimos dali eu e o lindo comentamos a mesma coisa, ou seja, que o rapaz era gay. Sabem como é? Aquele feeling, aqueles indícios que (nos) saltam à vista, a sensibilidade demonstrada, entre outras coisas! Certo é que regressei a casa dessa amiga, sem o lindo, e em conversa, na presençado papá babado, perguntei quem era aquele amigo gay. Eles sorriram e o papá disse de imediato "É meu amigo, é como um irmão! Ele não é gay, pelo menos nunca me o disse". Eu sorri e disse aquilo que para mim era óbvio "É óbvio que ele é gay, pode é nunca ter assumido ou então ele próprio não querer assumir para si mesmo!". O papá reafirmou que achava que ele não era, pois dos muitos anos de vivências em conjunto ele nunca partilhou isso com ele, mesmo estando à vontade para o fazer, e acabou por admitir que num momento complicado o tal rapaz,numa noite, foi deitar-se ao seu lado para chorar... E noutra ocasião (também conturbada) pediu-lhe a mão e andaram de mãos dadas... Caramba, para mim não há dúvidas que o rapaz é gay, "Está na cara!!!". Mas depois de saír dali fiquei a pensar até que ponto poderia estar certo ou errado... E no caso de estar certo, não conseguia imaginar o sofrimento do rapaz perante o seu grande amigo (o papá babado), escondendo o que para mim era uma paixão por ele... E que se calhar ainda se mantém... E se assim for, quando irá aquele rapaz assumir e ser feliz? Ou irá correr o risco de deixar passar anos da sua vida que nunca mais viverá? Conheço tantos casos assim, que me escrevem, e outros mesmo pessoalmente, e o resultado é sempre o mesmo "Perdi tanta coisa, durante tantos anos...".
Enfim... A realidade por vezes é triste...
sinto-me: rsrsrsrsrsr
De Anónimo 2 a 7 de Setembro de 2008 às 03:34
Mas o problema é sempre: "Mas até que ponto vale a pena deitar grande parte da minha vida para trás?!"
É que para todos os efeitos eu sou o dito "exemplo" a nivel social, que toda a gente gostava de ser, menos eu.
Modéstia à parte, tanto eu, como os outros me consideram uma rapaz bastante 'giro', engraçado, etc. Depois a grande maioria dos meus amigos de longa data e com os quais eu passo grande parte do meu tempo são rapazes, que eu presumo serem todos hetero. Inclusive já tive namoradas, e quem me conhece, seja gay ou não, tenho a certeza que é quase impossível me identificar como tal.
Depois vem o típico problema dos pais, que nunca na vida lhes passaria pela cabeça que têm um filho gay dentro de casa.. e mesmo depois de lhes contar acho que não iam acreditar na mesma. Quanto à reacção, prefiro não pensar, lá se ia a minha boa vida.
Perante tudo isto, com apenas 19 anos, não posso dizer que sou infeliz, adoro ir sair com todos os meus amigos, quero continuar a viver em minha casa, e vejo a minha felicidade no campo amoroso apenas adiada, porque não estou a ver até que ponto vou conseguir namorar, ter relações, seja o que for, com raparigas, que apesar de não desgostar, não amo, não sinto nada, e no fim, quem fica com os remorsos por não conseguir corresponder, sou eu.
É pena vivermos numa sociedade tão fechada e 80% das pessoas não perceberem uma coisa tão simples como: eu não sou assim porque quero, porque me apetece gostar de gajos (até porque o meu irmão teve a mesma educação que eu, e duvido seriamente que seja gay). Simplesmente vejo-os de uma maneira que não consigo ver uma rapariga, a minha pulsação altera quando estou com alguém que me interessa, mas ao mesmo tempo, ter que reprimir aquela reacção e agir com a maior naturalidade possível... é do pior que pode acontecer.
Aposto que todos vocês sabem o que isso é
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