Terça-feira, 28 de Fevereiro de 2006

Antes de mais, começo por explicar o que é o "Pink Money", que não é mais do que o dinheiro (lucro) conseguido a partir da comunidade gay. Em Portugal, até ao momento, para além de sex shops, alguns restaurantes, bares e discotecas é difícil encontrar algo mais... Encontrei uma agência de viagens portuguesa, a
Saga Escape... E pronto, acho que não haverá muito mais que isto... É portanto um negócio que irá com toda a certeza crescer, até porque não será novidade nenhuma, se dissermos que a comunidade gay por não terem filhos, acabam por gastar mais com viagens e roupas/acessórios. A isto acresce a natural impressão de que os homossexuais (especialmente masculinos) são mais "sofisticados e cultos". Portugal e os seus empresários não tardarão a perceber que existe um público alvo ainda muito pouco explorado... A ver vamos se as coisas irão mudar...
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Sábado, 25 de Fevereiro de 2006

Infelizmente, no passado dia 23 ficamos a saber que um mendigo do Porto tinha sido encontrado morto num fosso numa obra embargada há já muito tempo, vítima de agressões de adolescentes com idade entre os 10 e os 16 anos, alunos na instituição da Diocese do Porto "Oficina de São José". Todos os dias são desvendados mais alguns pormenores acerca da vida e da morte da Gisberta, que ao contrário do que saiu em todos os meios de comunicação social, não se tratava de um travesti mas sim de um transsexual que outrora fez furor na noite gay do Porto. Pelo que se lê parece que de facto alguns dos jovens terão assumido a sua posição homofóbica que os terá levado a agredir de forma fatal a Gisberta. Tudo isto é terrível e condenável... Primeiro ainda duvidei que a homofobia (ou transfobia, neste caso) estivesse na origem do crime, mas parece que me enganei... E quem são os culpados? Os miúdos? Não me parece... Quem os educou e deixou que eles desenvolvessem este sentimento homofóbico será com toda a certeza o culpado, até porque falamos num grupo de 14 crianças, às quais terá sido incutido aquelas coisas que todos nós sabemos que por aí se dizem, nomeadamente alguns padres e outros que não o sendo se fazem passar por detentores de toda a sabedoria e verdade, tais como que os transsexuais são abortos da natureza, anti-natura e outras coisas piores... A vida a Gisberta já não volta, mas quem manda neste país deveria de uma vez por todas dar um sinal de respeito por todos, e que qualquer ser humano merece o respeito e tem o mesmo valor na sociedade... Só por acaso, acabo de ver no cinema o filme TRANSAMÉRICA que gostei muito e que retrata muito bem a vida de um transsexual... Aconselho a verem...
Quanto a ti GISBERTA, tiveste o azar de pagar com a vida a ignorância, a má educação e o abandono de que muitas crianças neste país, estando sós em instituições públicas e privadas, são vítimas.
Descansa em paz!
Sexta-feira, 24 de Fevereiro de 2006

Na minha visita a alguns blogs, descobri no conhecido blog
Renas e Veados que tenho nos meus links, a
Maria Rena, uma "psicóloga clínica especialista em temáticas sexuais e afectivas" que responde de uma forma profissional às questões enviadas para o seu email... Um serviço para todos, uma ideia muito interessante, que não me importava nada também poder disponibilizar aqui no meu blog... Até lá consultem a Maria Rena que poderá (quiçá) ajudar-vos.
Disseram a Helena e a Teresa como conclusão de uma reportagem publicada hoje no
DN, a propósito das injúrias e ameaças de que têm sido alvo dos seus vizinhos desde que a sua pretensão de casarem saltou para a comunicação social. Os vizinhos acusam o casal de fazer muito barulho durante a noite e de não terem capacidade de terem uma criança a viver com elas. Não vale a pena julgar aqui se de facto elas fazem ou não barulho e dar relevância às especulações dos vizinhos sobre o estilo de vida do casal. Já em relação à criança, os vizinhos têm uma opinião unânime, afirmando que a menina é muito bem educada e aceita a relação das suas mães muito naturalmente, o que a mim não me admira. É sempre bom lembrar que existem por este país muitos milhares de vizinhos que à falta do que fazer leva-os a comentar e especular sobre a vida dos outros, mas é natural que numa vila pequena, como a de Helena e Teresa, essa têndencia seja ainda mais acentuada, ainda por cima tendo elas assumido publicamente a sua condição. Se tiverem de mudar de casa para viverem melhor, como têm direito, pois mudem, mas acho que o deviam fazer era (para além de ignorar os vizinhos) procurar uma saída profissional para ambas, nem que seja com um pequeno negócio próprio, que isso é o que realmente poderá fazer algo pela melhoria da sua vida. Existe, pelo que sei, uma conta aberta num banco para ajudar o casal a ultrapassar as dificuldades, mas já agora, alguém também quer saber o meu NIB? Eu posso dar, porque também preciso... Acho que está na hora de as pessoas procurarem outras alternativas ao invés de andarem a abrir contas para solidariedade, para conseguirem facilmente ultrapassar as dificuldades... Penso eu de que...
Acredito que muitos gays, como eu, sonharam um dia e continuam a sonhar poder vir a ter um filho, e já pensaram na hipótese (remota) de arranjar uma barriga de aluguer... Eu também já o fiz, mas concluo de imediato ser uma das hipóteses mais complicadas a seguir, devido à dificuldade de arranjar uma mãe disponível para tal, ao dinheiro que supostamente seria necessário e as questões éticas que são também bastante discutíveis. Anteontem vi um documentário na RTP2 que apanhei já a meio enquanto fazia zapping, que retratava uma situação destas, ou seja, um casal gay muçulmano, contratualizaram com uma (suponho) amiga a geração de um bébé através de insiminação artifical com sémen de um dos membros do casal gay. Tudo correu bem, até ao nascimento... A partir desse dia a vida deles virou quase um inferno, pois o pai não biológico morria de ciúmes da relação entre o seu marido e a amiga. No entanto o marido pôs-se do lado do seu companheiro, o que criou uma rivalidade com a progenitora, que não entendi bem porquê, desde o nascimento não terá seguido as regras contratualizadas anteriormente, por não querer afastar-se do seu bébé. É compreensível que assim seja, pois queiramos ou não, o bébé tem e mantém uma relação muito intíma e única com a sua mãe, e este facto toma todo o sentido após o nascimento, e o que parecia claro para a mãe antes do nascimento, passa a um acto difícil ou impensável mesmo após o mesmo. Esta mãe e o casal gay decidiram então não se cruzarem e o filho apenas poder estar com a mãe ou com o casal. O documentário terminou com a filha já com dois anitos, mas teria sido interessante ver como iria reagir a filha quando começasse a aperceber-se da realidade, ou seja, de ter dois pais e uma mãe. Confesso que já procurei na net se havia por algum acaso pessoas disponibilizando-se para barriga de aluguer, mas é óbvio que não se encontra nada, e é natural que assim seja. Confesso também que gostaria muito de ter a oportunidade mas fica tanta coisa em jogo que logo de seguida penso ser melhor não pensar mais no assunto...
Enfim, um assunto confuso e sempre polémico...
Segunda-feira, 20 de Fevereiro de 2006
Felizmente nunca sofri de depressão, no entanto, e mais recentecemente tenho sido confrontado com vários casos de depressão... De facto não me imagino deprimido, até porque acho que o meu feitio não propicia isso, no entanto, tenho tentado entender o que faz com que as pessoas caiam num poço, por vezes sem fundo... É verdade que cada caso é um caso, mas não será difícil de imaginar que a comunidade gay seja um alvo fácil... Bastará para isso termos alguém que não consegue assumir-se, pelos mais diversos motivos, e que em alternativa, se afastam de tudo e todos, fechando-se num mundo seu que poderá terminar em depressão que as pessoas mais próximas poderão não entender facilmente... Da minha experiência, do que tenho observado, a falta de confiança, um feitio acentuadamente pessimista e algumas dificuldades com as quais as pessoas são confrontadas, levam-nas a facilmente desistir, render-se, perder o gosto pela vida, enfiarem-se no seu canto escuro e não quererem trabalhar e falar com ninguém. Saír deste "buraco" é na maioria das vezes muito complicado e torna-se necessário ajuda de especialistas (psiquiatras e/ou psicólogos) e das pessoas que rodeiam a pessoa, os amigos, os familiares... Mas como nem sempre se entendem os motivos, porque para quem está de fora eles aparentemente não existem, quem deve ajudar acaba por desistir também... E assim, pouco a pouco, o "buraco" vai aumentando... Depois vêm as drogas e aí ou se recupera ou então poder-se-á chegar a um ponto onde dificilmente não deixará a pessoa marcada... Acho sinceramente que a forma de lutar contra isto é mostrar à pessoa deprimida que existe um rumo, um caminho a seguir, um objectivo... E que ela própria pode e deve seguir esse rumo! E é nesta altura que um empurrão de alguém pode fazer toda a diferença, alguém positivo, alegre e optimista (não em demasia pois pode parecer forçado e desagradar...). Esse empurrão não dura sempre, mas de quando em vez pode ter-se que repetir o gesto, até que a pessoa deprimida perceba que afinal nem tudo está perdido. Ah, e evitem as músicas que puxam ao sentimentalismo, ambientes escuros, alcoól, drogas... Isso só faz com que se crie o ambiente perfeito para que o "buraco" aumente... Bem sei que não sou médico, nem nada que se pareça, mas os vários casos que tenho assistido passam por estas linhas... Já agora, alguém quer dar mais algum conselho??? Estarei eu correcto???
Sábado, 18 de Fevereiro de 2006
Disse-me um amigo meu que foi ver o filme do momento "Brokeback Mountain"... De facto existem algumas cenas que para quem não está habituado a ver dois homens trocar carícias poderão causar alguma confusão... Aliás, a primeira cena, de sexo, é bastante inesperada e autêntica! E aí surge de imediato uma outra questão "Mas serão os actores também eles gays?" e logo de seguida "Então mas se não são, como conseguiram fazer aquelas cenas?". Ossos do ofício, são pagos para isso mesmo...Parece que o sucesso já está a causar invejas, e Brad Pitt já pediu que lhe fosse atribuído um papel de um homossexual... Se a moda pega, prevejo que alguns actores que ainda não o sejam, não resistam ao gosto único de beijar, tocar um homem e passem a pertencer ao nosso clube... Eheheheh!
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Quinta-feira, 16 de Fevereiro de 2006
Desculpem voltar ao assunto, mas na continuação do post anterior com o mesmo título, parece que desde que escrevi o post, a realidade mudou... Ou seja, o que eu no anterior post elogiei como eu e o lindo fomos tratados sem qualquer preconceito e discriminação (pelo menos aparente), foi contrariado ontem em dois casos distintos... Numa outra instituição, sozinho, na primeira abordagem ao assunto que lá me levava, a rapariga por detrás do balcão disse de imediato "Que idade tem a sua esposa??", alto e bom som... Qualquer um ficaria intimidado em dizer o que eu disse à outra rapariga, ou seja, não se tratava de uma esposa mas de um companheiro... Desta vez achei que não valia contrariar a ideia tão vincada pela rapariga, não estava com paciência para isso... Mas numa outra instituição, também sozinho, a senhora que me atendeu manteve comigo uma conversa esclarecedora, mas também assumiu que a outra pessoa de quem eu ia falando era uma mulher... Disse-lhe que a outra pessoa era cliente da instituição... Voltei, mais tarde, acompanhado do lindo, e a senhora encaminhou-nos para um colega de trabalho visto estar de saída para a sua hora de almoço. Por nós tudo bem... Mas a senhora quis passar a situação ao seu colega, na nossa presença.Disse ela então que eu não era cliente, mas que a outra pessoa era... Eu disse então que ele, o meu lindo que estava ao meu lado, era cliente sim senhor. A senhora parou, olhou para nós assimilando a informação que eu acabara de transmitir, e no fim de compilar a informação disse "Ah sim?... Ah, mas assim não sei se dá..." olhando para nós espantada... O seu colega tratou perguntou de imediato "Não pode o quê?", ao que ela respondeu "Eles...", e o colega percebendo o que ela queria dizer (só um parvo não perceberia) disse "Por serem duas pessoas? Claro que podem, não há qualquer problema!" e avançou na conversa de uma forma muito simpática, atenciosa e correcta. No entanto, fiquei a pensar que teria sido engraçado eu dizer algo do género "Sim, de facto somos duas pessoas, não somos animais...". Mas bem, quero acreditar, ao contrário do meu lindo, que não estamos a ser prejudicados por sermos um casal de homens... Será????
Quarta-feira, 15 de Fevereiro de 2006
Acho que nunca o disse aqui, e portanto, não vou perder a oportunidade deste dia de namorados, para dizer que amo o meu lindo... Neste dia relembro os dias de insegurança que passei nos anos antecedentes ao que conheci o meu lindo, pensando que nunca iria ser verdadeiramente feliz, nem amado por alguém, enfim, que nunca iria saber o verdadeiro sentido do verdadeiro AMOR. Hoje acho que sei, que amo e sou amado... Hoje sei que este sentimento é único... Hoje sei o que é o AMOR... E devo-o ao meu lindo, que embora hoje não tenhamos tido oportunidade de estarmos juntos, sabemos termos pela frente muitos milhares de dias para nos absorvermos um ao outro... Para nos curtirmos um ao outro... Para sermos felizes!!!
Lindo, hoje e sempre, apenas te quero dizer:
AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE AMO-TE
Sábado, 11 de Fevereiro de 2006
Eu e o lindo temos estado num processo de compra que nos obriga a falar com diversas instituições bancárias (os tais, que em tempo de crise, conseguem lucros acima dos 100%), e tem sido de facto uma experiência interessante... Existe um natural receio, quanto ao tratamento que iremos ter, quando quem está por detrás do balcão souber que o casal interessado,é um casal de homens. Quero anotar com muita satisfação, que mesmo nalguns contactos iniciais em que o lindo não estava comigo, houve sempre um cuidado por parte das pessoas em nunca assumir que a outra pessoa de quem falava era uma mulher. No entanto, e porque a excepção confirma a regra, ontem tive uma experiência diferente, ou seja, a rapariga que estava atrás do balcão, assumiu, durante a nossa conversa, que a outra pessoa de quem eu falava era uma "ela". Passou então a fazer uma série de perguntas sobre "ela". Fiquei na dúvida se devia emendá-la, até porque não fazia qualquer mal ela ter assumido isso, mas achei por bem, que seria bom eu alertá-la para que "ela" é um "ele"... De imediato a rapariga pediu desculpa e eu, sorrindo, disse-lhe que não fazia mal... Acho que com estes pequenos pormenores se faz a diferença e se muda a forma de abordarem as outras pessoas!
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Sexta-feira, 10 de Fevereiro de 2006
Pois, como não poderia deixar de ser, ontem fomos à estreia do filme do ano, que ainda por cima tem um pouco mais a ver connosco, visto abordar a homossexualidade de dois cowboys... Mesmo depois de andar há já largos meses a ouvir falar do filme, consegui ser mesmo assim surpreendido positivamente. A história de amor retratada no filme, é sem qualquer dúvida a história de muitas pessoas e casais por esse mundo fora. As interpretações são excelentes, nomeadamente a de Heath Ledger. Não foi difícil chegar às lágrimas e os actores, mesmo não sendo gays (acho eu...) fizeram um papelão que merece destaque. Enfim, resumindo e baralhando, vale mesmo a pena ver o filme e esperemos que arrebate a maioria dos Óscares para os quais está nomeado.
Quinta-feira, 9 de Fevereiro de 2006
Esta pergunta foi-me obviamente feita pela minha mãe hoje, via telefone, quando o meu pai não estava por perto... Entre sorrisos e um ar feliz, a minha mãe quis saber o que o genro tinha pensado deles... eheheh! É engraçado ver a evolução que houve nestas últimas semanas. Agora surgem já planos de férias em conjunto, e quiçá um Natal também diferente?!...
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Quarta-feira, 8 de Fevereiro de 2006

Não é preciso vasculhar muitos sites ou blogs gay para descobrir gente nova procurando parceiros mais velhos ou vice-versa. Já há bastante tempo atrás falei aqui da minha dificuldade em não estranhar ver um casal gay de idosos trocando mimos, mas como disse na altura, sei bem, que não passa de um preconceito meu e que tento sempre ultrapassar. Mas de facto também se vê muitos rapazinhos novos a andar com senhores bem mais velhos... É certo e sabido que o amor não tem idade, mas desculpem-me, eu não consigo evitar pensar, quando vejo um casal assim, que o mais velho anda a "aproveitar-se" do mais novo. Acho que todos pensamos o mesmo ao ver um casal hetero nas mesmas circunstâncias... A mim de facto nunca me atrairam pessoas bem mais velhas que eu, pois, embora possam ter mais experiência (e isso é bom) imagino sempre um confronto de gerações, mentalidades... Preconceitos, é o que é...Bem sei que não devia pensar assim mas ninguém é perfeito... Na realidade o mais importante é ser-se feliz!!!
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Segunda-feira, 6 de Fevereiro de 2006
... Já existe um vídeo da semana no blog. Esta semana podem ver as entrevistas aos principais intervenientes do filme de que se fala "Brokeback mountain", a estrear quinta-feira em Portugal... Vale a pena ver!
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Domingo, 5 de Fevereiro de 2006

Na sequência dos acontecimentos dos últimos dias, esta sondagem vem mesmo a propósito... De facto 80% das 126 pessoas que responderam a esta sondagem acreditam que 2006 poderá trazer novidades para a comunidade homossexual portuguesa, embora 57% afirmem com clareza essa esperança. Já 18% acha que 2006 não trará quaiquer novidades... Bom, pela minha experiência, 2006 já me trouxe imensas novidades, e espero que ainda mais surjam durante este ano. O assunto está de facto na moda, e não há semana que não surja uma notícia tendo a homossexualidade como assunto.
CONCLUSÃO: A sondagem confirma o meu sentimento de esperança que 2006 vai trazer novidades para nós. Esperemos que não esteja errado...
Já agora, votem na nova sondagem!!!
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Foram as palavras da minha mãe ontem, quando por breves instantes ficamos a sós, com um sorriso rasgado no rosto, depois do primeiro (de muitos, espero) almoço em família, com o lindo presente... Como devem imaginar, este foi de facto o passo mais importante no processo de aceitação da minha homossexualidade pela minha família... Quem me tem lido sabe que este caminho não tem sido fácil, mas como sempre disse, o segredo está em respeitarmos as diferenças de crenças, mentalidades, culturas, educação. O que para mim é lógico e óbvio poderá não o ser para o outro, e o meu pai, que ontem deu um passo que concerteza ele nunca pensou que o viesse um dia a dar, que tem apenas a 4ª classe e que teve uma educação onde a homossexualidade nunca fora abordada, e que vive numa aldeia onde este assunto é ainda um tabu, acabou por fazê-lo, sem pressões e por livre e espontânea vontade. Pergunto-me como foi possível tão rápido? Não sei... Acredito que uma série de situações tenham ajudado a que ele desse este importante passo, entre essas coisas, estarão a novela que recentemente a TVI exibiu, as minhas tias (irmãs do meu pai) que conversaram com ele, o primeiro Natal que passamos separados e por fim a tristeza que a minha mãe lhe demonstrava com as suas infindáveis lágrimas que lhe correram no rosto durantes estes dois anos. O facto de nunca ter deixado radicalizar esta "luta" com chantagens ou fortes pressões para aceitarem a minha homossexualidade, deu ontem os seus frutos, tendo o almoço ter corrido de forma muito animada e descontraída, não obstante do momento tenso em que tive de apresentar o meu pai ao lindo... Mas tudo acabou em bem, e agora, os passos que ainda faltam, serão com toda a certeza, bem mais pequenos que aquele que foi dado ontem. Gostaria muito de saber que este meu exemplo serve a todos, como eu, homossexuais ou não, que em circunstâncias adversas deixam de acreditar que o (verdadeiro) amor entre as pessoas pode não ser suficiente para ultrapassar certas barreiras. O que eu achava há quatro anos atrás impossível, tornou-se ontem realidade e isso dá-me uma felicidade imensa...
Sejam felizes e acreditem no amor!
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Sábado, 4 de Fevereiro de 2006
Daqui a algumas horas, vou ter em casa um almoço de família... E adivinhem quem vai estar presente.... Sim, o lindo, claro, e.......... os meus pais, depois de o meu pai ter concordado em vir, mesmo com o lindo cá... Como devem imaginar estamos ansiosíssimos, mas acredito que tudo vá correr bem! Brevemente darei novidades!!!
Sexta-feira, 3 de Fevereiro de 2006
Pois, como já todos sabiamos hoje foi oficialmente recusado pelo Conservador da 7ª Conservatória de Lisboa o pedido de casamento civil feito ontem pela Helena e Teresa, numa cerimónia muito mediática. Parece-me que um dos principais objectivos foi alcançado, ou seja, o assunto saltou de novo para a televisão e para os jornais... Falar do assunto é sempre bom, e elas (a Helena e Teresa) parece-me que não estiveram mal nas suas inúmeras entrevistas dadas durante estes dias. Já a nossa classe política, reagiu de forma diferente... Os maiores partidos concordam que não é um assunto na ordem do dia e importante para o país, no entanto não me pareceu fechada a porta ao debate sobre o assunto. Já o PP, disse que o assunto não deve ser abordado, até porque se tem convivido bem até agora e portanto não vale pena mudar uma lei, ou por outras palavras, estamos a borrifar-nos para o milhão de portugueses homossexuais. O PCP e o BE estão naturalmente de acordo em que a lei deve ser alterada, o mais rapidamente possível. Intriga-me esta gente que acha que não temos direito a casar, mas porquê esta renitência??? Acredito que a maioria quando pensa em casamentos entre homossexuais imaginam dois homens ou mulheres, um vestido de mulher e outro de homem, a entrar numa igreja para dar o laço abençoados pelo Padre da paróquia... Obviamente que não queremos isso, queremos apenas poder casar pelo civil, como qualquer outro casal, e beneficiar dos direitos inerentes a qualquer outro casal heterossexual. Se na hora de pagar somos todos iguais, então porque não poderemos todos usufruir dos mesmos direitos? Se não querem mudar a lei, então borrifem-se para os nossos impostos, que pagamos todos os meses como qualquer outro cidadão... Ou será que neste aspecto, afinal somos todos iguais?!?!