É o drama de muitos homens, que por um motivo ou outro não conseguiram assumir a sua homossexualidade ou apenas se deram conta desta depois do seu casamento... É fácil adivinhar que a revelação da homossexualidade ou a sua repressão podem tornar-se um verdadeiro drama para o homem, e indirectamente para a sua esposa e filhos (quando existem). Chegou ao email (blogsergay@hotmail.com) do blog, dirigida ao nosso PSIcológo (que não sou eu) precisamente um drama vivido por um leitor do Brasil. Fica o testemunho e a resposta do PSI. Mandem as vossas dúvidas/questões para o nosso PSI que ele prontamente vos responderá.O anonimato é garantido.
PERGUNTA:
Oi, estou passando por uma situação complicada, e gostaria de, alem de receber uma opinião, desabafar...
Tenho 27 anos, e desde de criança tinha atração por outros garotos, voz e jeito afeminado e etc., e quando fui crescendo isso me incomodou muito por que percebi que não era como os outros, fui motivo de zombaria e coisa e tal. Então eu queria ser o que eu achava ser normal, me policiava em falar com voz firme, elogiar as garotas, aprendi a jogar futebol, e fui crescendo ate me torna um adolescente triste por que todos achavam que era o garanhão, que pegava todas, o melhor amigo de todos, mas não estava bem, então entrei em crise e acabei entrando para uma igreja evangélica para Deus me curar, e esse desejo de aceitação era tão grande que acabei me relacionado com uma amiga e casei com ela aos 22 anos, e nesse mesmo ano fui trabalhar em outra cidade, e por ficar sozinho fui me descobrindo, pensei em suicídio algumas vezes, mas era um fato que não poderia mudar, eu era gay, por mais que eu lutasse contra isso.
Eu morava numa republica com outros funcionários, conheci um rapaz, me apaixonei por ele, (...), acabamos tendo um relacionamento que já dura um ano.
Meu casamento começou a desmanchar, (...), estava decidido a terminar com o casamento quando comecei a namorar meu amigo, foi a primeira vez que fiquei apaixonado por alguém, mas ele não sentia o mesmo por mim, me enganou, mentiu, e por gostar, me submeti a situações constrangedoras, mas enfim ... depois de 3 meses juntos meio tempo minha esposa viu que terminaríamos e engravidou.
(...)Hoje, meu filho nasceu tem 6 meses, contei a minha mulher que sou gay, ela diz que é coisa da minha cabeça, mas estou disposto a me separar de vez, só que fico muito triste pelo meu filho, fico tentado a negar minha vontade por ele, mas minha família vai ficar decepcionada comigo, meu relacionamento com meu namorado esta ruim porque não confio nele, ele não gosta de sexo, e eu estou descobrindo tudo agora, sei lá, estou confuso demais, choro muito, não tenho com quem conversar, quero terminar com ele mas tenho medo de ficar só . (...)
O PSI RESPONDE:
O teu caso é como muito que infelizmente tenho vindo a ajudar. Devido a toda uma sociedade castradora, assim como a uma familia algo moralista, existem pessoas que têm muitas dificuldades em aceitar-se como gay. No teu caso, levou mais tempo que outros. Mas parece-me que o mais importante é teres conseguido assumir para ti esse facto.
Parabens por isso. Pois meio caminho para ser feliz já foi percorrido. Mas os pormenores que conta, são apenas pormenores, que podem até dar alguma dor de cabeça, mas que devem ser tidos em conta. NO entanto, nenhum eles terá de ser definitivo nem coordenar as suas decisões. Se raciocinar um pouco: filho não é motivo para ninguem estar casado. Filho cresce e se houve amor na sua educação, ele vai fazer a vida dele e vocês a sua. E fará uma vida saudável e aquilibrada. Quanto ao seu namorado não gostar de sexo, é um sinal de algo não estar bem. Talvez conversar (é sempre o primiro passo e a melhor forma de encontrar a solução) possa ajudar em algo, pelo menos a perceber a situação.
Penso que o assumir para a sociedade não é o mais importante. Mas sim assumir para aqueles que ama. E com o tempo e o amor que supostamente sentem por si, vão acabar por aceitá-lo. Lembre-se que você não teve de fazer enhum percurso para os amar a eles. Porque tem de esperar para eles o amarem como é? Não é um problema seu, mas da cabeça deles, que está formada pelas normas e regras sociais e familiares.
Espero que seja muito feliz. Porque a felicidade não está dependente do sexo de uma pessoa, mas da pessoa em si.
Acabo de iniciar uma nova sondagem acerca da jovem e (já) conhecida revista com'OUT, para saber o sentimento comum acerca da "nossa" revista. Isto para quem já teve oportunidade de a comprar, porque soube de um amigo meu que numa cidade do interior tentou comprar a revista e não a encontrou em nenhum quiosque. Pediu-me e acedi a enviar-lhe a revista por correio! Mas fiquei curioso, porque pensei que ela (a com'OUT) estava à venda por todo o lado, mas com esta "novidade" do meu amigo decidi averiguar. Subi então a 5 de Outubro em Lisboa, que tem uma série de quiosques e à excepção do quiosque onde comprei a primeira com'OUT, esta não estava disponível em mais nenhum ponto naquela avenida.Houve um proprietário que me disse que tinha apenas recebido dois exemplares e que já estava esgotada, e outros disseram que não conheciam sequer a revista. Posto isto averiguei a tiragem da revista, e foram então distribuídos 12 000 exemplares... Das duas uma, ou há muita gente a comprar, ou a distribuição é de facto restrita...
A ver vamos!!!
Agora toca a votar na sondagem! ;)
A sondagem que agora termina pretendia perceber a percepção de cada um relativamente à comunidade LGBT. O objectivo era perceber quem achas que gays, lésbicas, transsexuais e bissexuais são iguais, ou seja, se se pode e deve meter todos no mesmo "saco", o que normalmente acontece nas associações, manifestações, e outras actividades. Na minha opinião une-nos a todos uma discriminação relativa à sexualidade, no entanto aquilo que quero para mim no que respeita a direitos será idêntico ao que um bissexual gostaria para si? Será que um transsexual pretende para si o mesmo que um bissexual deseja? Então o que nos une? A discriminação sexual... É issp?
Ficam as dúvidas e os resultados da sondagem, em que a opção mais votada é a de falta incluir os heterossexuais, a opção mais igualitária de todas, ou seja a que pretende por todos os indivíduos no mesmo saco independente da sua sexualidade. Eu também votei nesta opção, embora saiba que estamos muito longe de ser essa a realidade. Imediatamente a seguir vem a opção "Não, são todos diferentes!", com 15.57% dos votos. Aqui parece-me que se quer realçar a especificidade de cada indivíduo... Deixo-vos os resultados na imagem seguinte e cada um que tire as suas próprias conclusões.
Todas as sondagens do blog podem ser vistas AQUI
Pois... Há quem nos chame loucos... Há quem nos chame aventureiros...E de facto há motivos para isso tudo! Ehehehe! Eu e o lindo acabamos hoje de iniciar mais um projecto comum: compramos mais uma casita! Desta feita em Lisboa, Alfama, super bem localizada, mas tal como diz na caderneta predial, uma "barraca". Eheheh! Sim, compramos uma barraca!!!Obviamente que não é disso que se trata, até porque se o fosse então seria obrigado a concordar com os meus amigos, mas não, trata-se de uma casinha, muito pequena, onde esperamos criar um estúdio bem acolhedor para acolher turistas! Nunca pensamos que fosse tão rápido esta aquisição, mas há oportunidades que devemos agarrar se acreditarmos serem um boa oportunidade! Nós acreditamos que assim o é, e portanto aí vamos nós! Agora estamos novamente cheios de ideias e de vontade de (re)construír aquele cantinho, bem à nossa maneira e tendo sempre Lisboa como pano de fundo! E não, não somos capitalistas!!! Acreditem!!! Apenas estamos a arriscar um pouco.... Mas já diz o ditado: "Quem não arrisca, não petisca!".
Nós queremos petiscar!!!
:)))
Sou um tipo de impulsos muitas vezes... E este post é resultado de um impulso! Estava hoje de manhã a ler a "nossa" revista (a com'OUT) e estava a ler alguns casos a decorrer em tribunais por esse mundo fora, por vezes por coisas tão insignificantes... E eis que dou comigo a pensar no porquê, de quando fui vítima de discriminação devido única e exclusivamente à minha orientação sexual, não ter reagido em tribunal! Porra, fiquei a sentir-me tão mal com aquele caso, fiz o que na altura pensei ser correcto (apresentei queixa, e enviei emails a meio mundo!), mas hoje tive a sensação de que se calhar não fiz o que devia. Se calhar há matéria para levar o Instituto Português do Sangue a tribunal... Há algum advogado por aí interessado na causa? Dividimos a indeminização no caso de existir....
Se alguém estiver interessado em discutir este assunto comigo, envie um email para o blogsergay@hotmail.com e pode ler toda a história AQUI.
Fico à espera!
:)
Numa alusão ao partido Socialista e ao recente comício de Verão levado a cabo pela Juventude deste partido, na Ilha do Porto Santo (Madeira), onde o recente líder defendeu mais uma vez o casamento entre homossexuais, Alberto João Jardim, Presidente do Governo da região autónoma da Madeira há mais de 20 anos, conselheiro de Estado, qualifica assim o assunto:
"Querer o casamento de homossexuais e tudo isso que o Governo socialista prepara, essas não são causas, são deboche, são degradação, é pôr termo aos valores que nós portugueses, a nossa alma nacional, temos desde o berço e que os nossos pais nos ensinaram."
Por favor, madeirenses deste país, chega de ignorância! É hora de porem este senhor onde ele já devia estar há muito tempo: NA REFORMA!
(Ver notícia completa AQUI)
Acredito que todos os gays já se tenham perguntado - como eu também já fiz - se a sua homossexualidade não será algo genético... Há algum tempo atrás, em conversa com um amigo, ele (amante de genealogia) achava que nós, homossexuais, ao procurarmos as nossas raízes, poderia eventualmente ser a busca de uma justificação, de uma relação entre a nossa sexualidade e os nossos antepassados. Nunca tinha pensado sobre esse assunto, mas, como também eu tenho procurado criar a árvore genealógica da minha família, reflecti sobre se essa vontade não poderia de facto estar inerente à minha homossexualidade. É certo que (já o aqui disse) tenho na família dois ou três casos de homossexualidade (uns assumidos outros são conclusão minha, hehehe), e se admitirmos que poderá haver algo genético na questão da homossexualidade, e assumirmos também que muitos dos nossos antepassados (homens) poderão nunca ter assumido a sua homossexualidade, poder-se-ia dizer que de facto a genealogia e a homossexualidade poderão estar relacionadas! Claro que ao procurarmos os nossos antecedentes, nunca saberemos quais deles foram homossexuais e portanto dificilmente se poderá concluir alguma coisa...
Deixo a interrogação no ar... Cada um que queira, reflicta e diga alguma coisa!
Elas foram de facto tão mini mini mini que quase não dei por elas. Com a visita de uns familiares mudamos alguns planos, mas entre praia, museus, monserrate e casa passaram os dias a correr. Ficam algumas fotos! ;)
Hoje Portugal comemora a primeira medalha de Ouro ganha nos jogos Olímpicos na edição deste ano... Sabe a pouco, mas é melhor que nada... Também eu contente pelo sucesso, aproveito o post para uma apreciação mais ao promenor do menino d'Ouro, Nélson Évora, que para além da bandeira em braços, parece que mais alguma coisa daria para astear a bandeira! É ou não é?
Hoje, fui fazer um casting para um novo programa de televisão que vai começar em Setembro próximo (não vou dizer o nome do programa que acaba em "Sorte" e vai ser apresentado pelo Herman), e na entrevista pessoal a senhora, de um momento para o outro pergunta-me: "Vive com quem?". Não sei porquê (ou melhor, sei, nunca sabemos o que querem fazer com a resposta...) fiquei atrapalhado e respondi: "Vivo com um amigo, o ____". Fiquei tão parvo que até disse o nome do lindo, e a senhora, com certeza topando que eu tinha ficado atrapalhado,disse "Não é para nada de mais, é só para o conhecermos melhor e também não precisamos saber o nome!". Eheheh! Agora dá-me para rir mas naquele momento fiquei estupidamente parvo! Há muito que não me acontecia uma destas... Interessante como às vezes lidamos mal com a nossa homossexualidade... A vergonha, o medo, fazem-nos dizer/fazer disparates!
PS: Sim, fui seleccionado! ;)
Já está por aí o número 2 da revista com'OUT que ainda há bem pouco tempo falei aqui. Madonna, ela mesmo, faz a capa deste mês. Para além das histórias sobre a diva pode ler-se ainda:
- Sparkling Party, a festa do ano
- Fim de semana colorido no Algarve
- Fomos ao Labyrinto
- As melhores leituras de Verão
- Jovens saem do armário
- As revelações de Richard Zimler
Editorial N. 2_ “It’s the economy, stupid”
Chueca, dez anos atrás. O bairro madrileno não passava de um pardieiro, interdito a quem prezava pela sua segurança. Situado no coração da capital espanhola, começou a ganhar vida à medida que a comunidade LGBT ia mudando com armas e bagagens. Abriram lojas, cafés, bares e a zona revitalizou-se em poucos anos. Hoje, é um dos locais mais estimulantes da cidade, onde praticamente todos os madrilenos – e não só – se sentem à vontade. E assim renasceu das cinzas um bairro inteiro.
A indústria relacionada com o segmento LGBT em Espanha movimenta muitos milhões por ano. Simplesmente porque o mercado começou a perceber que o dinheiro vindo da comunidade tinha o mesmo valor do que o da “outra” comunidade. Os pruridos e os preconceitos desapareceram. Um grupo economicamente forte é sinónimo de voz forte. E o que os anos de manifestações não fizeram, fez a economia. O poder político vergou-se. E agora não há partido que não tenha o chamado candidato G.
Tudo isto para chegar aonde? Mesmo aqui ao cantinho da Península Ibérica: nós.
É inacreditável o atraso de certas mentes lusas. Não é fácil ouvir das empresas que obtêm grande parte dos seus lucros à custa da população LGBT a frase: “Lamentamos, mas a nossa política é não nos associarmos a revistas destinadas a gays e lésbicas”. Para não ficarem “conotados”. Como se um produto ou serviço que interessa a toda a sociedade perdesse o seu valor simplesmente por ser publicado num órgão de informação LGBT. Moral da história: Gostamos muito do vosso dinheiro, mas de vocês nem por isso. Bonito, não acham?
Vai já sendo altura de estes espíritos abrirem bem a pestana e olharem para o vizinho, onde por exemplo nesta gay pride não houve marca que não quisesse associar-se à parada. Sob o risco de qualquer dia ouvirem a frase: “It’s the economy, stupid”.
Agradeço ao E.M. pela disponibilização da informação
Como prometido há algum tempo atrás, aí está a (pequena) mudança de visual do blog, usando agora uma outra côr que também gosto muito: o azul! As mudanças nunca são muito radicais porque (infelizmente) o tempo não abunda para estas "mariquices" (eheheh)! Aceito sugestões e críticas à nova imagem, tendo-o também tornado um pouco mais pessoal usando uma foto nossa (as nossas mãos) tirada neste pequeno fim de semana!
Estas mini-férias ficam então marcadas aqui no blog pela mudança de visual!
:))
Este ano, temos tido dificuldade em ir à praia pelas mais variadas razões: falta de tempo,horários trocados, eventos, etc... Tirei dois diazinhos para aproveitar o feriado de dia 15, e assim poderiamos aproveitar para ir à praia por estes dias! Até aqui tudo bem não fosse o cabrão do jornalista (ele que me desculpe,pois sei que não tem culpa, mas nestas alturas temos que por as culpas em alguém!) anuncia chuva para o fim de semana, e mesmo as temperaturas dos próximos dias serão amenas e com vento qb. Perante isto que se pode fazer?! GRITAR!!! Mandar vir com meio mundo! Não é justo!!! Não é justo!!
Pronto, já disse!
O T., leitor e amigo do blog, enviou-me um email a alertar-me para o facto de existir no mercado uma nova revista dedicada à comunidade LGBT: COM'OUT. Fui de imediato procurar nas bancas e quando vi a revista, a primeira reacção foi "Já vi esta revista em algum lado..:". E de facto já a tinha visto e tinha ficado na altura com a dúvida de que as faces mostradas na capa eram de dois homens (tão perfeitas que eram!), e de facto eram mesmo. Lá comprei, e assim veio a minha segunda reacção: "Caramba, 4,5 euros?!?! Cara!!!". Mas comprei, claro! E li... Li de uma ponta à outra e adorei! Muita qualidade nos temas e textos apresentados e uma linguagem fácil de entender. Temas actuais, relatos na primeira pessoa, entrevistas, moda, viagens, experiências, na grande maioria relacionados com a comunidade conferem a esta uma dignidade e naturalidade que a sociedade precisa entender. Aqui em casa não resistimos e vamos fazer-nos assinantes, pesa embora o preço elevado da edição, mas... Será com toda a certeza o ponto de partida para muitos posts que irão surgir por aqui!
Fico grato pela iniciativa e é disto que precisamos: seriedade e naturalidade a falar para e da comunidade LGBT.
com'OUT??? Butes!
O fim de semana que passou tivemos o prazer de ir jantar a casa de uns amigos recentes, também eles gays e a viverem numa cidade do interior. Uma relação sólida, muitas vivências e um futuro sonhado a dois, numa relação que já dura há alguns anos, fazem deles um casal estável, com (como todos os outros) problemas que vão sendo ultrapassados. Interessante mesmo, para além da belíssima ementa preparada pelo amigo J., foi a conversa que se estendeu durante algumas horas... Dei por mim a determinada altura, a fazer minhas as palavras do J., mas isto recorrentemente. Problemas na gestão da limpeza da casa, onde um fica sempre mais sobrecarregado que o outro devido à menor capacidade de conviver com a desarrumação... Depois os filhos,a adopção... A vontade de um e a renitência do outro... E depois os animais em casa, a vontade de um e o desespero do outro... E depois o sexo, as fantasias e desejos... E depois a frequência de alguns locais gays, o entendimento diferente de cada um: um curioso a querer ver e conhecer tudo e o outro a achar que aqueles locais são a "ocasião que cria o ladrão", e que portanto são elementos que que podem causar instabilidade no casal e por isso devem ser evitados!
Enfim, pareciamos casais gémeos, tal a semelhança dos problemas e vivências partilhadas, em que as diferenças eram as excepções que confirmam a regra...
Foi um belo serão, e era isto mesmo que sentiamos falta, a partilha de experiências e vivências de outros casais gays...É assim que aprendemos, crescemos e podemos partilhar para melhoria de todos...
Obrigado J&J
Tive o imenso prazer de ir assistir a duas peças apresentadas pelas Companhia Teatral do Chiado, "As Vampiras Lésbicas de Sodoma" e "As Obras Completas de William Shakespeare em 97 minutos". Há muito que ouvia falar nas peças e há muito que tinhamos vontade de as ir ver, e a oportunidade surgiu agora. A primeira, as Vampiras, fiquei fascinado pela originalidade e pelo à vontade dos actores, s
em preconceitos, e sem vergonha de não aguentar um riso em plena cena... A interactividade com o pública é tónica dominante e resulta na perfeição, então as Obras Completas são uma verdadeira apoteose de situações pensadas e muitas outras improvisadas que obrigam o espectador mais "trombudo" a largar uma gargalhada. .Certo é que os já 11 anos de apresentação da peça, para além de serem a prova da imensa qualidade da peça/encenação, ajudam os actores a estarem mais libertos e espontâneos. Queria deixar a minha homenagem ao actor Simão Rubim, que integra o elenco desde o início e que sem qualquer dúvida é a estrela da companhia. Simpático, óptimo actor
e com um humor espontâneo e hilariante, mostra toda a sua capacidade no palco a representar, e também (como fez nas Obras Completas) a conversar com o público onde cada resposta dá origem a uma piada/crítica muito bem apanhadas. Eu adoro este tipo de humor, o espontâneo, é onde só quem tem a estrelinha consegue e sabe brilhar. Adorei o Simão, não desfazendo obviamente das outras também excelente interpretações. Agora falta ver a "Bíblia - Toda a Palavra de Deus (d'uma assentada)", e é muito provável que não a percamos, tão bem impressionados que ficamos.
Aconselho a quem como eu gosta de teatro, mas que desconfia das comédias, que vá ver uma destas peças e vão ver que vale a pena!
Este fim de semana, fomos até à terrinha, visitar os meus pais e os amigos daquelas bandas, e matar saudades da aldeia, da tranquilidade. Brindados com um calor a fazer lembrar tempos quentes de outros tempos, o fim de semana revelou-se bastante relaxante, e nós estavamos mesmo a precisar!
O post é para citar a minha mãe, que me transmitiu um recado de uma avó emprestada que tenho, que já conta 91 anos de idade mas que mantém uma excepcional qualidade de vida: "Diga-lhe para ele me ir visitar que tenho muita vontade de o ver... Já não o vejo há muito tempo... Diga-lhe que eu já sei de tudo e que não me importo, eu quero é que ele me vá visitar!!!".
Delicioso, não acham?
:)))