Pergunto-me por que raio eu punha flores em tudo o que era sítio nos meus cadernos da primária!!!! :D
Ontem saimos com duas amigas nossas de longa data, e elas acompanharam-nos até à discoteca Construction, onde, por engano meu, pensávamos estar a decorrer uma festa dos anos 80. Ao entrarmos apercebemo-nos que não mas isso não mudou o espírito da coisa e fomos dançar. Até aqui tudo normal, havia muita gente (muita gente mesmo!), mas houve um acontecimento que nunca me tinha acontecido e que acabou por acontecer ontem: deparei-me com um antigo amigalhaço da universidade, com quem partilhei muitas farras, e que estava a dançar na pista da discoteca (gay)?! "Estás aqui????", foi a minha primeira reação... Depois deste encontro reparei que ele foi de imediato embora, o que deixou a pensar se não teria sido uma situação terrível para ele?! Isto porque me recordo perfeitamente de ter algum receio de encontrar pessoas nestes locais noturnos quando eu não queria que se soubesse que eu era gay... Para os que por vezes saem com medo ou que decidem mesmo não saír, lembrem-se se sempre que o espaço é partilhado por ambos, ou seja, por ti e por quem te cruzas... Logo estão ambos do mesmo lado e não há que haver receios! ;)
As últimas semanas já nos indicavam que poderia ser a qualquer momento, mas não por ter 96 anos, não por estar doente, não por estar debilitada, mas apenas porque foi para o lar onde não se conseguiu integrar. A sua energia e lucidez incomodava... Incomodava outros utentes e principalmente os donos do lar. Onde já se viu uma senhora querer ir fazer chichi ao seu quarto (e para isso ter de subir no elevador) em vez de fazer no WC onde todos os outros fazem? Onde já se viu a senhora querer ir a casa, à sua casa - de onde saiu há tão pouco tempo em resultado de uma queda que a deixou coxa - que ainda por cima fica a 5 min. de carro? Onde já se viu uma senhora ficar com a pancada do elevador e gostar de andar nele (se calhar um pouco mais do que devia)?
A Avó Pires era uma mulher fora de vulgar! Não era minha avó de sangue mas era-o afectivamente... "Ainda me chamas de avó Pires?" perguntava-me ela de vez em quando... "Claro avó, que outra coisa lhe podia chamar, você é a minha avó Pires!". E era-o de facto... Recebi muito carinho e apoio dela, que mesmo com 96 anos mostrava uma energia e lucidez impressionantes... Até aos seus 95 fez crochet e soube tratar de si, mas uma infeliz queda em casa forçou-a a saír de casa... Para sempre!
Já aqui falei dela no blog quando ela disse à minha mãe (há uns dois anos atrás): "Diga lá ao Cristóvão que quando ele vier cá à aldeia que me vá visitar, e pode trazer o amigo que eu não me importo nada com isso!". E assim foi, o lindo passou a acompanhar-me a ser recebido com o mesmo carinho com que ao longo da minha vida também eu recebi dela. Há algum tempo atrás deu-nos um jarrinho de água como lembrança e duas chávenas com pires do seu casamento. Disse-nos "Não é nada de jeito, mas gostava muito que ficassem com esta lembrança minha". Ficamos, obviamente, comovidos com o gesto e lá está guardadinho em casa, com muito carinho, as lembranças da Avó Pires.
Hoje é um dia triste para mim, não só pelo facto de ela se ter ido embora, mas também pela forma como foi... Ela, mais do que ninguém, merecia ter descansado em paz e ter vivido os últimos tempos da sua vida em paz, conforto e carinho. Temo que não tenha sido assim...
Até sempre Avó Pires e obrigado pelo carinho... Sempre...
Dou conta da notícia porque a música é mítica! Ahahaha! Quem se quiser juntar à homenagem a este artista que comemora 50 anos de carreira, e que entre outros, cantou a conhecida música popular "Mister Gay",poderá fazê-lo no próximo dia 3 de Novembro na SFAL- Sociedade Filarmónica Agrícola Lavradiense, no concelho do Barreiro.
Podem ler toda a notícia aqui:http://www.rostos.pt/inicio2.asp?cronica=97739&mostra=2
Já agora, para recordar mentes mais esquecidas, fica o vídeo da música Mister Gay:
Ontem assisti a mais um episódio da nova série documental da SIC, "Momentos de Mudança", que nos apresentava ontem a vida de uma rapariga, de seu nome Alexandra, que teve a infelicidade de ter sido contaminada com o HIV através da amamentação, ou seja, a Alexandra nasceu saudável mas a amamentação foi a via para ela ficar hospedeira do HIV. À data a sua mãe ainda não sabia que tinha HIV, e portanto foi uma série de infelicidades que abalaram os alicerces daquele lar. Actualmente, Alexandra tem 19 anos e quem olha para ela não dirá que é uma rapariga doente, pelo contrário, a sua força de vontade, personalidade e energia deixam-nos precisamente a pensar que é uma mulher fora de série. Esta família foi há 20 anos atrás vítima de discriminação, não só pela família, como também dos amigos, dos vizinhos e até da sua própria aldeia alentejana. Sofreram muito... Mas conseguiram dar a volta por cima, e a mãe (visivelmente mais afectada fisicamente) e o pai estão agora desempregados o que lhes tráz diariamente a necessidade de fazer ginástica para que os 300 euros que recebem diariamente cheguem para se manterem vivos. O país que temos borrifa-se para estes miseráveis que, doentes, têm que conseguir sobreviver com 300 euros...
Bom, é mais uma episódio que quero partilhar, porque gostei da abordagem ao tema, porque tem bastante qualidade a produção desta série, porque se tratam de pessoas reais e porque qualquer um de nós poderia ser a Alexandra ou um dos seus pais... E esta Alexandra que conhecemos nesta reportagem, é um exemplo de como se pode dar a volta por cima e de como devemos (nós, como sociedade) evitar que outras crianças sofram o que ela teve de sofrer...
Provavelmente muitos de vocês não saberão de quem se trata... Eu também não sabia até há pouco tempo...
O lindo não resiste à novela Gabriela (em exibição na SIC), pois viu a primeira versão e então cada episódio acaba por ser um regresso ao passado, e eu, como estou com ele, acabo por ver também... Há muito que não via qualquer novela, principalmente pelo facto de depois ter que ficar agarrado à televisão naquele horário... Mas os tempos agora são outros e com esta funcionalidade da ZON de poder ver os programas dos últimos 7 dias, torna tudo mais fácil e prático. E pronto, assumo que estou rendido... E depois da Gabriela passa a novela "Avenida Brasil" que também comecei a espreitar... Não só porque os spots publicitários me cativaram, e também porque fico encantado com a qualidade das representações dos actores brasileiros...
E é nesta novela que participa a Ana Karolina, que tens dois pais e que numa entrevista disse
“Acho que Deus faz as pessoas diferentes e este é um caso. Eles me dão muito amor e carinho, e isso é o que eu mais gosto de ter dois pais. Sendo gay, hétero, pai ou mãe, o mais importante é uma criação com muito amor. E posso dizer que o amor deles é igual ao de qualquer outra pessoa”...
Partilho o link com a reportagem: http://caras.uol.com.br/canal/nacionais/post/ana-karolina-comenta-relacao-com-pais-gays#image0
Muitas vezes as pessoas não entendem por que raio os gays ou lésbicas têm de omitir a sua vida privada e/ou os seus relacionamentos... O caso do Eduardo e do Luis, que "adoptaram" oficialmente o Bernardo, foi há alguns dias atrás conhecido na televisão e em algumas revistas... Conclusão: Os avós paternos, que nunca quiseram saber do neto (segundo versão do juíz), vieram agora por intermédio da televisão fazer saber que pretendem interpôr uma acçao em tribunal para reaver o neto (que lembre-se, tem trissemia 21) e que pretendem dar-lhe as mesmas condições que deram aos outros netos: ficar em casa e ir ajudar nas feiras... E isto porque os senhores são homofóbicos (e acham que mesmo um dos senhores fazendo de mulher não é a mesma coisa!!!!) e também, com certeza, devem ter visto uma oportunidade de extorquir algum dinheiro e fama.
Estamos num período bastante conturbado...
A "CRISE" está a tomar conta do país e da vida das pessoas...
Já fui a mais manifestações este ano do que fui em toda a minha vida... E não será por necessidade directa, porque embora seja afectado com as medidas propostas e já tomadas, considero-me um previligiado quando comparado com muito boa gente por este país fora. Mas o sentimento de injustiça invade-me todos os dias e não me permite que assista impávido e sereno ao que se está a tentar fazer ao país e ao seu povo. Vou para a rua, por mim, pelo lindo, pelas minhas sobrinhas, enfim, por um futuro melhor. Muitas vezes defendi que o povo também tinha (e tem de facto) muitas culpas no cartório, porém, o que se está agora a fazer não é devido aos xicos espertos que não passam factura, ou que não declaram alguns rendimentos... Isso são migalhas no oceano de milhões que ao longo dos últimos anos têm sido desviados para muitos bolsos daqueles que têm poder, entre políticos e empresários! E é isso que me indigna: eu trabalho há doze anos, sempre paguei os meus impostos, e cumpri com as minhas obrigações (aqui e ali utilizo a economia paralela, porque também acho injusto o que cobram de impostos e o (pouco ou nada) retorno que obtemos do estado), e eles, os que nos governaram e os que tomaram decisões danosas para o país têm como retributo subvenções vitalícias, altos cargos em empresas públicas e público-privadas, ou então cargos no estrangeiro de elevado reconhecimento... Como é que é possível que pessoas como o Durão Barroso, Vítor Constâncio, José Sócrates ou Guterres podem andar lá por fora a mandar postas de pescada cá para dentro quando eles são culpados desta situação?! Eles, os políticos,foram e são (muito bem) pagos para tomar decisões, procurar soluções e formas de defenderem o interesse público... E foram eles que não fizeram o seu papel... E sabem porquê? Porque se estão a cagar, porque independentemente do resultado das suas decisões sabem que nada lhes acontecerá e que daí a uns anos já estarão fora daqui a curtir todos os direitos então adquiridos com muito ou pouco tempo nos cargos públicos. A minha solução, se é que há solução (e sinceramente eu não sou pago para dar soluções, isso é da responsabilidade deles!), é simples: Responsabilizar os políticos pelas suas decisões. E como? Mudando a classe política! E como? Eles não se auto regeneram, portanto teremos de ser nós a fazer isso e a forçar uma alteração das leis de forma a que se deixe de usar o dinheiro e poder público para lesar o país...
Há minha volta, felizmente, nenhuma das pessoas que me são mais próximas vivem com dificuldades, e isso leva a que, caso andemos muito distraídos, a não perceber o quanto são gravosas estas medidas que estão prestes a ser aprovadas... E penso que é isso que acontece muito, as pessoas esquecem-se que hoje estão bem mas que não sabemos o dia de amanhã... É certo que se calhar a maioria tem situações em que dificilmente lhes permitirá ficar numa má situação, mas penso que isso não pode ser argumento para se alienar da luta e da contestação (seja lá de que forma estas forem feitas) por melhores condições para todos.
Continuarei a ir a manifestações em que acredite valer a pena, mesmo que vá sozinho, como ontem por exemplo. Vou lá, dou largas à minha indignação gritando palavras de ordem, e regresso para casa, com a sensação que estive a fazer algo pelo bem de todos!
O futuro o dirá se sim ou não!
BASTA!
Numa semana em que a SIC falou no seu Jornal da Noite sobre o facto de um casal de homossexuais ter "adoptado" uma criança, no dia seguinte, passou esta reportagem, que agora partilho, sobre casais de lésbicas que decidem ser mães. E elas, ao contrário de nós, têm forma de avançar com o processo que lhes pode dar filhos biológicos (hospedando óvulos fecundados da companheira) e partilharem todo o processo desde a gravidez... Que inveja!!! Rsrsrsrsrs! :))
Esta triste novela que já todos conhecem, começou há alguns dias atrás a ser apresentada em (géneroo de) episódios no julgamento do caso, por aqueles que presenciaram o casal em Nova Iorque, e por outros, que sendo amigos da vítima e do acusado podem trazer alguns factos para o julgamento. Surgem então as descrições do que aconteceu naquela noite que são de facto macabras... A defesa de Renato Seabra tenta a todo o custo provar que este na altura do crime perdeu o juízo e que portanto não soube bem o que fez ou não conseguiu controlar... Para mim são tretas! Esta novela, na minha opinião resume-se a isto: "Jovem aceita relacionar-se com figura púbica bastante mais velha, com o objectivo de alcançar o sucesso e reconhecimento. Um dia, o senhor chateou-se e o jovem, sob ameaça de acabar o relacionamento e todos os seus sonhos se desmoronarem, perdeu a cabeça e matou o companheiro.". Mas pronto, isto sou eu a falar... Para mim tem que ser condenado e tenho muita pena que um jovem deite fora a sua vida e acabe com a vida de um ser humano, coisa que não se pode perdoar...
Para quem quer acompanhar a novela (quase) diaramente pode consultar o seguinte link: http://www.vidas.xl.pt/pesquisa/?q=renato%20seabra
Vi hoje, agradavelmente surpreendido pela SIC, no seu Jornal da Noite, uma reportagem muito interessante sobre a decisão de uma Juíza que deu poder paternal ao conhecido casal Luis Borges e Eduardo Beauté sobre o menino Bernardo.
Pode-se dizer muita coisa - que se deve ao facto de terem dinheiro, que se deve ao facto de serem conhecidos, etc etc - mas a realidade é que o AMOR desta mãe e destes "novos" pais venceu, e principalmente o direito de o Bernardo ver assim os seus direitos protegidos: o direito a ser amado, a ter um lar, educação e uma melhor saúde.
Eu cá fiquei inspirado... Histórias como estas dão-nos ânimo e alegria! :))
Uma grande amiga minha, na última conversa que tivemos ao telefone, disse-me o seguinte, a propósito de uma conversa que teve com a filha dela (de quatro anos de idade), a Lara:
(...)
Mãe - Então como sabes, normalmente os meninos gostam das meninas, o pai gosta da mãe, o avô gosta da avó, a madrinha gosta do padrinho...
Lara (interrompe a mãe) - E os meninos também podem gostar de meninos... O [EU] e o [LINDO] também gostam um do outro, não é mamã?
Mãe - Sim filha, e as meninas também podem gostar de meninas!
:))
Tão bom de ouvir...
Na última semana visitei pela primeira vez a Pensão Amor (http://www.pensaoamor.pt/PT/), um antigo cabaré do Cais do Sodré convertido num bar muito particular, charmoso e muito original. Com várias salas (cada uma com o seu tema), uma livraria, uma sex shop e uma cartomante... É verdade, é um espaço realmente único e muito particular, decorado com muito gosto e atrevimento, onde a sala principal (com o bar) nos remete para o ambiente do bataclan tão bem retratado na novela "Gabriela"... Há também a sala do varão... Bom, o melhor mesmo é verem com os vossos próprios olhos!
O bar é gay friendly.