Hoje a minha mãe faz anos... 66 anos mais precisamente! Hoje tenho a felicidade de a ter a meu lado, não pelas melhores razões, mas está! Os últimos tempos têm-me feito pensar muito sobre as distâncias físicas, as relações que mantemos com as pessoas, o que faz sentido, o que não faz sentido, até porque eu o lindo temos neste plano visões completamente distintas. Aceito com alguma facilidade que possamos manter relações fortes com pessoas que pouco vemos durante o decorrer da vida, mas que o laço criado entre ambos, nalgum período da nossa vida, tenha sido tão forte que permanecerá até ao final dos nossos dias. Pessoalmente tenho exemplos disso... Mas depois, há outras pessoas em que a distância física é um pouco angustiante, principalmente das pessoas com as quais queremos ser parte activa no crescimento, na sua vida pessoal, na participação das alegrias e das tristezas... Refugiarmo-nos em frases como "Nós sabemos o que sentimos um pelo outro e não precisamos de estar sempre em contacto" faz sentido para muita gente, e para mim em certos casos tenho de aceitar (até porque não há alternativa!), mas para outros casos recuso-me a aceitar isso, pois quero partilhar momentos... E se sinto isso com algumas pessoas, com a minha mãe sinto-o muito mais, pois queiramos ou não a idade vai avançando e não é difícil vislumbrar que o possível fim está cada vez mais perto! Falava a semana passada com ela e dizia-lhe que queria que ela tivesse mais perto de nós, e ela sorriu... Pela vontade do meu pai já cá estariam, mas por ela, e ao contrário do que aconteceu em outros tempos, está agora muito agarrada (e diga-se que legitimamente) à sua casinha e não pondera a hipótese de vir!
Posto isto, hoje, exijo que a minha mãe mude de ideias rapidamente, que dure muitos e bons anos, e que possamos partilhar muitos momentos que a vida ainda tem para nos oferecer!
Espero que alguém ouça o meu pedido e faça alguma coisa nesse sentido! :))
PARABÉNS MAMÃ!!!!
«Não há razões convincentes que mostrem que tal diferença de tratamento seja necessária para a proteção da família ou dos interesses da criança»
Foi esta a decisão há uma semana atrás do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem que abriu caminho à adopção de um casal de mulheres a adoptarem o filho de uma delas. A decisão foi acompanhada de valentes críticas a legislações europeias, como a de Portugal, que discriminam a adopção conforme os pais são hetero ou homossexuais.
O TEDH considerou que a decisão judicial da Áustria violou o artigo 14.º da Convenção Europeia dos Direitos Humanos (que proíbe a discriminação com base na orientação sexual), em conjunto com o artigo 8.º (que protege o direito à privacidade e à vida familiar), condenando o governo austríaco ao pagamento de uma indemnização de dez mil euros às queixosas, bem como de mais de 28 mil euros por custos judiciais.
Esta decisão, no meu entender, que não percebo muito de legislações e (i)legalidades, abre caminho a que casais portugueses de homossexuais possam recorrer para o mesmo tribunal para conseguir a adopção de um filho...
Pelo menos eu gostava que assim fosse, até porque, não sei explicar bem o porquê, talvez pelo facto de que a futura casa ter um infantário bem pertinho, e o ouvir das crianças a brincar, tenha despertado em mim um sonho adiado de ter um filho... :))
Para quem quer ler toda a notícia pode fazê-lo aqui: http://www.tvi24.iol.pt/internacional/adocao-criancas-homossexuais-gays-tvi24/1421449-4073.html
Quando eu e o lindo nos metemos em algum projecto em conjunto, neste caso a mudança de casa, o facto de nos apresentarmos como casal a potenciais clientes/porprietários deixa-nos sempre a dúvida, no caso de recusa, se não será pelo facto de sermos gays... Uma amiga minha perguntava-me isso mesmo há algum tempo atrás, quando, depois de termos acordado as condições para uma possível casa quer iríamos arrendar, e estas terem sido aceites pelo proprietário (por intermédio da agência), no dia em que nos ia conhecer, disse ao agente que a filha teria alugado a casa a uma amiga e portanto não haveria negócio. A dúvida fica sempre no ar: será que é por sermos gays?! Sinceramente penso que não foi o caso, e neste caso em concreto, o agente até demonstrou uma normalidade no trato connosco, tratando sempre o lindo por marido, essas coisas... Mas depois surgiu uma nova casa, e mais uma vez apresentamo-nos directamente à proprietária, como "companheiros"... A senhora com idade entre os 50/60 anos não demonstrou qualquer tipo de preconceito (pelo menos aparentemente), e temos consciência de que se calhamos com alguém preconceituoso podemos estar a por o negócio em causa, mas, penso que o caminho é este, apresentarmo-nos com a normalidade de um qualquer outro casal, e isso sim, faz a diferença... A senhora aceitou-nos como habitantes da sua (até agora) habitação, e penso que está muito feliz por sermos nós!
E pronto, sexta-feira próxima é dia de mudança de casa! :)
Já não haverá muitos cibernautas que não tenham visto ou pelo menos ouvir falar da recente moda de vídeos Harlem Shake... A "febre" começou há pouco mais de uma semana, e agora mais de 4 mil vídeos são carregados no youtube por dia de Harlem Shake! Será mais uma moda que contempla o absurdo e ridículo que tem um único propósito: fazer rir quem vê estes vídeos de 30 segundos! Confesso que já vi uma série deles hilariantes e que conseguiram o objectivo: rir! Partilho um apanhado de Harlem Shakes e também um ou dois vídeos de Harlem Shakes supostamente gaysificados! :)
Dizia há alguns dias um amigo meu: "O teu blog anda muito parado"... Respondi-lhe que a actividade do blog é inversamente proporcional à actividade da minha vida! O blog é e será sempre a primeira vítima dos momentos mais atarefados e agitados da minha vida, mas confesso, que por vezes, dou comigo com saudades de escrever no blog... Faz bem vir aqui partilhar um pouco da minha vida, e outras coisas com mais ou menos graça, com mais ou menos interesse.
Estas últimas semanas têm sido de uma agitação muito intensa, com boas e más notícias, e com picos de emoção tanto de felicidade como de tristeza...
Estivemos de férias em Istambul, quatro noites por lá, que deram para conhecer um pouco daquela cidade e cultura, até porque o nosso anfitrião (um amigo nosso que está lá a trabalho) nos proporcionou isso mesmo! Voltaremos com certeza, para ver algumas coisas que ainda não vimos e que ficamos curiosos, e também para fazer o circuito pela Turquia! Quanto à vida gay esqueçam! Nada! :)
Esta viagem foi feita na altura em que decidimos mudar-nos definitavemente para Lisboa, e deixar a "aldeia" onde de há cinco anos para cá temos habitado. A casa é óptima, e sabemos que faremos um downgrade no que respeita a conforto, mas estamos certos que teremos níveis de satisfação e conforto noutras áreas que compensarão essa suposta perda. Escolhemos um bairro histórico, no caso, o Bairro Alto, e tudo indica que no início de Março nos mudaremos para lá...
Para além disto, a minha mãe pregou-me um valente susto na semana passada, quando desmaiou ao meu lado e do lindo, o que me deixou em pânico. Valeu o lindo para segurar as pontas, e tudo acabou em bem, mas fez-me pensar muito, e chorar muito... Por segundos pensei que estava a perder a minha mãe e isso deixou-me fora de mim. Felizmente já está tudo ok com ela, mas...Há sempre um "mas"... Ontem fomos surpreendidos por notícias menos boas sobre a saúde do meu pai que nos deixou um pouco abatidos e confusos... Mas a vida continua e aproximam-se tempos de mudança (no sentido figurado e no sentido literal da coisa)!