Esta semana a revista VISÃO traz na sua edição uma reportagem sobre a Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual, a AMPLOS que já referi aqui no blog. A partilha de experiências entre pais é muitas vezes a melhor forma de compreender, respeitar, aceitar a homossexualidade do filho. Obviamente que a maioria dos pais não está preparado para ter um filho gay, mas cada vez mais o assunto deixa de ser tabu, e mesmo estando nós (aidna) longe da não discriminação, do não preconceito, a verdade é que com o tema cada vez mais abordado na imprensa, o assunto vai perdendo a sua carga dramática e negativa...
Deixo-vos o relato na primeira pessoa, de uma mãe, a Margarida (Presidente da AMPLOS), que tem uma filha lésbica.
Adicionalmente, a mesma revista, dá a conhecer esta semana, as principais recomendações para os pais que descobrem que têm um filho homossexual. O terapeuta familiar Pedro Frazão, 33 anos, é o autor de um estudo sobre este tema, e partilho as conclusões a que ele chegou:
Manual: quando o seu filho lhe diz que é gay
O QUE NÃO DEVE FAZER:
*Transmitir ao adolescente/jovem adulto de que se trata apenas de uma fase e que com o tempo vai voltar a ser heterossexual, desvalorizando todo o trabalho de preparação que o jovem fez para partilhar com os pais o que sentia
*Criar um pacto de silêncio sobre as questões relacionadas com os afectos e sexualidade dos jovens
*Criar um clima de confrontação e hostilidade que faça o adolescente/jovem adulto sentir-se ainda mais isolado do que já se sentia antes do coming out ("sair do armário")
*Fazer ameaças de que ou o adolescente muda a sua orientação sexual ou é afastado da família ou expulso de casa
*Proibir o adolescente ou jovem adulto de se encontrar com os seus amigos ou namorados(as) que muitas vezes são apontados pelos pais mais intolerantes como responsáveis pela situação
*Fazer formulações culpabilizantes de que os filhos são gays ou lésbicas porque os pais falharam ou porque a orientação sexual dos filhos resulta de experiências infantis (ex: a mãe estava demasiado próxima e o pai era distante)
*Fazer comentários homofóbicos e que ridicularizam pessoas gays ou lésbicas
*Procurar psiquiatras e psicólogos com o objectivo de mudar a orientação sexual dos filhos
O QUE DEVE FAZER:
*Criar um contexto seguro para que o adolescente ou o jovem adulto fale abertamente sobre os seus sentimentos
*Assumir que, à semelhança do que foi vivido pelos filhos, os pais também necessitam de tempo para se adaptar à nova realidade
*Procurar informação especializada sobre questões relacionadas com a orientação sexual
*Se necessário, procurar um profissional de saúde mental especializado em questões de sexualidade
*Conhecer gays e lésbicas que lhe possam assegurar que uma orientação sexual minoritária não é um problema e que lhe mostrem que essas pessoas podem ter vidas completas como homens e mulheres a todos os níveis
*Procurar outros pais que têm filhos gays e lésbicas e que viveram situações semelhantes