Um dos posts mais lido deste blog é o "Gostar de homens mais velhos", e talvez não seja por acaso. Para além do facto natural de na maioria dos casais haver diferença de idades, há muita gente que procura parceiros ou parceiras mais velhos(as) (substancialmente mais velha, de outra geração, mais de 10 ou 15 anos de diferença). Não há qualquer mal nisso, da minha perspectiva. Não existem regras nem idades para se gostar de alguém. O caso porém pode mudar de figura quando falamos de jovens adolescentes que procuram "homens maduros" e vice-versa, e onde por vezes chegamos a apelidar de pedofilia (mas que na realidade pode não ser!). Um homem de 30 gostar de um rapaz de 15 anos é repreensível? Bom, talvez não seja pedofilia porém é muito importante analisar como decorre a relação e se em algum momento o adulto não abusou física ou mentalmente de um jovem imaturo de forma a obter algum tipo de retribuição (normalmente de cariz sexual, quando mal intencionados). Portanto cada caso é um caso, e os pais, têm obrigatoriamente que estar atentos para prevenir alguma situação de abuso, e isso não se faz discriminando ou repeendendo o filho, mas sim conversando e ajudando a orientar o filho.
O retomar deste assunto não vem do acaso... Infelizmente acompanho há já uns anos a história de um adolescente - vou chamar-he João - que vivia com a mãe numa cidade do interior tendo o pai em Lisboa (pais separados portanto). Na altura em que decidiu saír do armário foi rejeitado pelo pai, e ouviu tudo da mãe, tudo aquilo que não precisamos de ouvir nestas alturas. O rapaz recorreu ao blog ser gay para conversar e obviamente acedi a ajudar como podia. Não pude fazer grande coisa, mas nestas ocasiões, saber ouvir e aconselhar é por vezes a maior ajuda possível. Enviei uns livros para ele ler, o que fez com agrado e devolveu. Depois, apareceu um namorado, bem mais velho, com o dobro da idade, por quem acabou por se apaixonar. Com pouco ou nenhum apoio em casa, não foi difícil de convencer a ir para outro país. Assim foi... E o que parecia fazer sentido, começa agora a revelar-se quiçá uma história com final infeliz. Ontem conversamos e o namorado conseguiu envolver e convencer um familiar, menor, homossexual, para fazerem sexo a três... E o João, forçado psicologicamente, indefeso e longe de qualquer apoio emocional, cedeu... E agora vem um pedido de continuar a relacionar-se com o tal familiar menor, e surgem vómitos de nervos e de não saber o que fazer... Espero estar redondamente enganado, e torço para que seja apenas uma má fase do João.
E isso era o que eu queria realçar, ver o que um lar desequilibrado pode levar um miudo que (embora inteligente e esperto) não resistiu a procurar outros portos de abrigo fora de casa (e do país), portos de abrigo que escondem mares revoltos e que em tempo de tempestade podem matar...
Força João, tudo de bom!