Ultimamente dou comigo a pensar "Como podemos decorar o quarto da criança?", "Como é que ela vai reagir às nossas miúdas?", "Será que os avós ainda vão conhecer a criança?"...
E ainda nem sabemos se podemos adotar... Estão a imaginar se formos aceites para adoção?!
MEDO!!!!
Hoje, o dia seguinte a ter dado a novidade aos meus pais, meti conversa com a minha mãe para saber como estavam a digerir a coisa. Como já imaginava e sabia, a minha mãe é a melhor do mundo e sou verdadeiramente um sortudo por ter esta mulher na minha vida. Deixo a nossa conversa de hoje que me deixa de coração cheio:
Mãe - Olá! Tudo bem por aí?
Eu - Tudo e por aí?
Mãe - Tudo ok!
Eu - Contentes com a notícia ou ainda a digerir?
Mãe - Eu estou muito contente,tenho pena de não ser mais nova,para poder acompanhar por mais tempo,o pai apenas disse que talvez vão fazer uma asneira,mas ele nem sabe o que diz.
Eu - A decisão é nossa. Mas claro, vocês serão os únicos avós da criança e ficaremos muito felizes que ela possa ter-vos, o tempo que for!
Mãe - Á pois o tempo que será não se sabe,mas sim quando a Paula me falou nisso,eu disse e ela pode confirmar,que tinha tristeza de vocês não terem uma criança,uma vez que gostam tanto de crianças, o lindo não sei tão bem,mas tu sei que adoras crianças,e se isso vier a acontecer,e que tudo corra bem,a vossa vida mudará muito e que serão muito mais felizes, embora tenham que pensar no lado positivo e no negativo,e isso vocês sabem melhor que eu
Eu - Claro! Também acho que vai ter pontos negativos mas penso que os positivos serão sempre maiores!
Mãe - Espero do coração que sim,e dores de cabeça,e alguns problemas, haverá sempre, ou mais ou menos,como em todos os casais,e tudo se ultrapassa.
Foi hoje.
Os meus pais vieram a Lisboa e eu e o lindo consideramos que seria hoje o dia certo para lhes comunicar a nossa decisão. Não influencia a nossa decisão (que aliás já tomamos) mas é importante termos a família nuclear ao nosso lado, e eles têm sido um grande apoio para nós, e se a família crescer isso será mais importante ainda.
Vieram com o tempo muito apertado. Estava a ver que não conseguíamos nos sentar com eles para lhes contar. Mas um pouco antes de irem embora conseguimos ir a uma pastelaria ao lado do centro de saúde e falarmos. Estávamos os quatro.
E eu comecei: "Temos uma coisa para vos dizer... Penso que é boa... Nós decidimos adotar uma criança e já começamos o processo!".
(silêncio)
A minha mãe, que estava à minha frente, olhou-me nos olhos, mostrando-se pouco admirada, e disse com um sorriso ténue "Acho que fazem bem, se é isso que querem!".
Ao lado, estava o meu pai, em frente ao lindo que continuava a mastigar a sandes e não parou.
A minha mãe continuou a dizer que uma irmã dela, nossa tia, lhe tinha falado nessa possibilidade no ano passado e por isso não era total a surpresa. Reparando que o meu pai não tinha dito nada, olhou para ele e disse "Então, acabam de te dizer uma coisa tão importante e tu não dizes nada?!"... Ele olhou, riu meio envergonhado e "enconstado contra a parede" lá disse "Não há nada para dizer, para já!".
E pronto, sairam a correr para ir apanhar o comboio.
Eu e o lindo regressamos a casa, pouco surpresos. A reação era mais ou menos a esperada. O meu pai estará por agora a digerir a novidade.
Quem nunca sonhou ser pai?
Eu desde sempre disse , durante a minha infancia, adolescência e juventude, que queria casar-me, ter filhos, casa e carro!
Tudo isso era muito claro na minha cabeça, até ao dia em que assumi para mim próprio que sou homossexual. Na altura, penso que o facto de achar que já não seria pai, foi das coisas que mais me custou. Tenho muita auto estima e amor próprio, e isso provavelmente reforça a vontade de querer que alguém continue neste mundo com os meus genes (que considero bons!)! Mas bem, naquela altura abandonei a ideia e convenci-me que não valia a pena pensar mais nisso.
Entretanto o lindo surgiu na minha vida. Apaixonei-me. Começamos a viver juntos. Começamos a aproveitar a vida a fazer o que nos dava gozo, e concretizando projectos comuns. E há uns 10 anos pensámos na hipótese de ter filhos, já que também decidimos casar (após a aprovação da lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo). O passo seguinte (normal) seria o de sermos pais e pensámos muito sobre isso, mas achámos que na altura, tanto a nível de disponibilidade que tínhamos, como a vida e o que queríamos fazer, não eram compatíveis com a adoção. Decidimos prosseguir com a nossa vida a dois.
Este ano, e numa conversa informal com um dos meus colaboradores, ele dizia-me (ao ver-me com o filho da sua companheira ao colo) que eu deveria ser pai, que me achava boa pessoa e que deveria pensar em ser pai. Expliquei-lhe que não estava nos planos adotar. E ele disse que deveria ser um filho de sangue... Expliquei-lhe que não podia, e ele retorquiu dizendo que me arranjaria as condições para eu poder ser pai biológico. Noriundo da Nigéria, ele conhecia várias mulhers dispostas a ver para Portugal e "dar-me" um filho. Rejeitei a ideia peremptoriamente. Mas a verdade é que aquela conversa reacendeu em mim a vontade de ser pai. De tal forma que nesse dia não dormi bem. Falei com algumas pessoas que eram pais pela via da adoção e sem querer, estava a nascer em mim uma vontade imensa de ser pai. No dia seguinte comentei com o lindo sobre isso... E ele (ao contrário do que eu imaginara) disse "porque não?! Podemos pensar nisso". Fiquei estupefacto e com a cabeça a mil. A adoção surgiu logo como opção natural e que faz sentido. Neste momento eu trabalho a partir de casa, o lindo já não trabalha por turnos, temos casa própria no centro da cidade e uma estabilidade emocional e financeira. Temos uma vida tranquila, já viajámos muito (e queremos continuar a fazê-lo, talvez noutros moldes) e por isso estamos receptivos a incluir no nosso seio familiar uma criança para lhe darmos amor e educação. A nossa relação não depende disso, aliás, o principal medo do lindo é o impacto (que irá ter de certeza) na relação possa ser devastador ao ponto de nos separar. Mas não achando que isso possa acontecer, a verdade é que, não podemos adivinhar.
Certo é que, estamos a remar para o mesmo lado e empenhados agora em ser pais! E estamos felizes com essa ideia! :)
O nosso 2020 começa da melhor forma possível: decidimos dar o passo de aumentar a família. Iniciámos hoje o processo de adopção e como deverão imaginar estamos muito motivados e ansiosos!
Será um processo longo, e poderá não chegar a bom porto, já que há uma série de etapas, porém estamos confiantes e com muita vontade de dar a possibilidade de uma criança ter um lar e ser amada!
Agora já posso também contar que esta é a novidade que me fez regressar ao Blog. Para mim faz todo o sentido dar a conhecer e partilhar esta experiência que agora começa. Um passo natural para muitos casais hetero, menos (por enquanto) para casais gay e por isso acho importante poder partilhar convosco o que nos for acontecendo.
Adoptar é um acto de amor e coragem. Estamos felizes por darmos este passo.
Uma crónica que encontrei no jornal Público e que aproveito para partilhar... Leiam AQUI
Por estes dias não se fala de outra coisa senão dessa vergonha a que tivemos a infelicidade de assistir: a aprovação de um referendo à adopção e co-adopção de crianças por casais de pessoas do mesmo sexo. Os proponentes foram os meninos da JSD, e o partido PSD aprovou com a abstenção do CDS. Após a votação assistimos a um rol de declarações de voto de pessoas a dizer que tinham votado contra a sua consciência para obedecer á disciplina de voto imposta no PSD! Mas que raio de pessoas nos representam que votam contram a sua própria consciência?! O episódio é tão lamentável que chego a ficar envergonhado, tanto pelo conteúdo como pela forma como tudo decorreu! Já aqui falei tantas vezes sobre a adopção que não vale a pena repetir os argumentos, mas vale sempre a pena ressalvar o mais importante de tudo e que estes políticos teimam em querer esquecer: o que realmente importa são as crianças e o seu bem estar! Todas as crianças têm o direito a ser felizes, amadas e viverem em condições estáveis! Como se pode pensar em fazer um referendo sobre os direitos das crianças?
Muito triste...
:(
O assunto foi notícia há pouco mais que uma semana, e confesso que fui surpreendido pela notícia! Estava no restaurante a almoçar e recebo uma sms de uma amiga a dizer "Parabéns , já podem adotar!". Dei um pulo da cadeira, acedi à net e vi que a co-adoção tinha sido aprovada na generalidade pelo nosso Parlamento. Essa minha amiga não estava muito por dento do assunto, pois não se trata da adoção por casais homossexuais mas sim, um direito mais particular, que pretende (e muito bem!) regularizar as situações já existentes em que um dos membros de um casal homossexual sendo pai de uma criança (biológico ou adotado) poderá partilhar a paternidade ou maternidade com o seu companheiro. É uma meia vitória, mas sabendo-se que temos um governo de direita, é surpreendente que tenha sido aprovado. Obviamente que esta aprovação irá ter consequências, pois parece-me óbvio que se alguém acha que nestes casos que já existem podem ambos ser pai, como poderão achar que um casal (como eu e o lindo) não pode adotar? A lei começa a ficar ridícula e parece-me que mais brevemente do que possamos imaginar, a lei da adoção irá ser alterada no sentido de abrir a possibilidade de adotar aos casais de homossexuais. Sempre achei um absurdo não o ser (após a legalização do casamento) possível, mas agora ainda acho menos, e quem perde (sempre!) são as crianças que sonham em um dia ter um lar e poder ser amadas por alguém (penso que o menos importante será o sexo das pessoas!). Vai ser interessante ver como este assunto de desenrola, até porque tudo indica que poderá ser inconstitucional, e assim sendo, ou se regulariza para todos os casais (e aí não estou a ver os argumentos dos parlamentares para votarem de forma diferente da que votaram agora) ou então este projecto de alteração fica na gaveta!
A ver vamos!!!
:)
«Não há razões convincentes que mostrem que tal diferença de tratamento seja necessária para a proteção da família ou dos interesses da criança»
Foi esta a decisão há uma semana atrás do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem que abriu caminho à adopção de um casal de mulheres a adoptarem o filho de uma delas. A decisão foi acompanhada de valentes críticas a legislações europeias, como a de Portugal, que discriminam a adopção conforme os pais são hetero ou homossexuais.
O TEDH considerou que a decisão judicial da Áustria violou o artigo 14.º da Convenção Europeia dos Direitos Humanos (que proíbe a discriminação com base na orientação sexual), em conjunto com o artigo 8.º (que protege o direito à privacidade e à vida familiar), condenando o governo austríaco ao pagamento de uma indemnização de dez mil euros às queixosas, bem como de mais de 28 mil euros por custos judiciais.
Esta decisão, no meu entender, que não percebo muito de legislações e (i)legalidades, abre caminho a que casais portugueses de homossexuais possam recorrer para o mesmo tribunal para conseguir a adopção de um filho...
Pelo menos eu gostava que assim fosse, até porque, não sei explicar bem o porquê, talvez pelo facto de que a futura casa ter um infantário bem pertinho, e o ouvir das crianças a brincar, tenha despertado em mim um sonho adiado de ter um filho... :))
Para quem quer ler toda a notícia pode fazê-lo aqui: http://www.tvi24.iol.pt/internacional/adocao-criancas-homossexuais-gays-tvi24/1421449-4073.html
Vi hoje, agradavelmente surpreendido pela SIC, no seu Jornal da Noite, uma reportagem muito interessante sobre a decisão de uma Juíza que deu poder paternal ao conhecido casal Luis Borges e Eduardo Beauté sobre o menino Bernardo.
Pode-se dizer muita coisa - que se deve ao facto de terem dinheiro, que se deve ao facto de serem conhecidos, etc etc - mas a realidade é que o AMOR desta mãe e destes "novos" pais venceu, e principalmente o direito de o Bernardo ver assim os seus direitos protegidos: o direito a ser amado, a ter um lar, educação e uma melhor saúde.
Eu cá fiquei inspirado... Histórias como estas dão-nos ânimo e alegria! :))
Propostas do Bloco de Esquerda e Verdes pretendem acabar com uma discriminação, porque em seu entender não é a orientação sexual que determina se uma família tem condições para adotar uma criança.
Confesso que este assunto me deixa sempre um pouco irritado, pois é triste ver a maioria das pessoas (heterossexuais) a opinar sobre o assunto, a pensar em tudo menos no bem das crianças... E a história das discriminações na escola, da má influência dos pais na sexualidade da criança (ou em casos mais ridículos a ideia de contágio da "doença"), ou da falta de valores para saber educar as crianças são argumentos que me deixam fulo! Pergunto: Então e os milhares de casais heterossexuais que se separam anualmente deixando os filhos em situações de família disfuncional? E os inúmeros casos de maus tratos por pais dos casais "normais" para com as crianças? E hoje em dia não existe discriminação nas escolas? Só quando houver casais gays a ser pais é que essa discriminação vai existir??? E também não fico mais contente por ouvir aqueles que dizem "oh, mais vale estarem com homossexuais do que estarem nas instituições!" que me remete sempre para o ditado "do mal o menos"... Enfim, penso que a iniciativa de hoje no parlamento não vai dar em nada mas é sempre bom para se falar um pouco mais sobre o assunto e quiçá ir mudando consciências mais perversas e desfocadas...
Será no próximo dia 24 de Fevereiro que a discussão volta ao Parlamento, pela mão do Bloco de Esquerda. O objectivo é a alteração da actual lei que nos discrimina, vedando a adopção e a co-adopção ao casais do mesmo sexo! É talvez das maiores patetices, visto que eu como tipo solteiro posso adoptar, porém se me casar com um homem perco as minhas faculdades, deixando de poder ser pai. Não é ridículo?? Eu acho! E dá-me comichões quando ouço pessoas dizer que casamento tudo bem, mas adopção alto lá e pára o baile! Então que raio de igualdade desigual é esta? Somos normais e podemos casar, mas não somos normais o suficiente para ser pais?!
Louvo portanto a iniciativa do Bloco de Esquerda embora esteja convencido que não vai dar em nada, mas espero estar enganado. Podem assinar a petição em http://www.thepetitionsite.com/1/parentalidade-pma-e-adopcao/ e ler o projecto de lei do Bloco em http://www.esquerda.net/sites/default/files/PL_Adopcao_0.pdf .
Ontem lia num jornal que a adopção de crianças por casais homossexuais ia voltar à agenda do Parlamento, e hoje leio que o casal Eduardo Beauté e Luis Borges tencionam adoptar uma criança de 15 meses com a qual têm estado a manter uma relação de afectividade. Interessante como por vezes os assuntos se cruzam... O Bloco de Esquerda volta a pôr na agenda do próximo ano a possibilidade de um casal homossexual pode adoptar (visto que já podem casar). É difícil imaginar que esta iniciativa chegue a bom porto, até porque temos uma maioria de direita no parlamento e isso logo à partida é indicativo de insucesso no que toca a este assunto. Porém quero (ingenuamente) acreditar que a discussão faça mudar opiniões relativamente a este assunto, e que se acabem com as reticências quando se fala na adopção por casais homossexuais. No meu círculo pessoal tenho amigos que (embora nunca assumindo um NÃO frontal) dizem não saber bem... É que a criança pode vir a ser discriminada na escola por ter dois pais ou duas mães... Yeah, isso hoje poderia acontecer, mas o objectivo é olharmos para o futuro e achar que as novas gerações (os novos pais) ajudaram a que assim não seja. É assim com tantos outros assuntos porque não haveria de ser com este também? E vão ser gozados? Quem quer gozar goza, seja com o facto de ter dois pais, seja por ser a caixa de óculos, seja por ter o nariz grande, seja por ser gordo... Dahhh!! Cabe aos pais fortalecer o espírito e a personalidade dos seus filhos para estes terem auto estima e saberem lidar com isso. Quanto ao facto da educação, desafio um qualquer casal hetero a dizer que seriam melhores pais do que eu seria com o lindo! Isso eu não aceito! Mesmo!!! Há tanta criança para adoptar e esse é que é o problema, e o que se deveria discutir e agir era para qualquer casal com condições e vontade de adoptar o pudesse fazer de forma célere e respeitadora de ambas as partes envolvidas! Quanto ao Eduardo e o Luis acho muito bem que queiram adoptar, porém terão de esperar pela alteração da lei ou tornar-se uma família de acolhimento... Sim, porque os casais gay podem ser uma família de acolhimento, mas não podem adoptar... Enfim! Boa sorte!!! :))
Para os mais interessados podem ler as notícias AQUI(sobre o BE) e AQUI(sobre o Eduardo e o Luis)
A questão não é de agora, remonta já ao passado mês de Novembro de 2010, mês em que foi publicado o decreto lei que regulamenta o apadrinhamento civil. Entenda-se por apadrinhamento civil "pessoas com mais de 25 anos possam acolher uma criança ou jovem em risco, a título definitivo, desde que a criança mantenha laços com a família biológica e que os pais e os padrinhos estabelecem um compromisso." (podem ler mais pormenorizadamente em http://escritosdispersos.blogs.sapo.pt/124583.html). Os requisitos para o Apadrinhamento Civil podem ser lidos aqui. Este post surge agora porque já na altura queria ter falado nisto mas deixei passar, e porque nestas férias, dei a conhecer este facto ao lindo que ficou aparentemente bastante interessado no assunto. Mais uma vez para meu espanto, o lindo, volta a tocar no assunto da adopção. Esta questão do apadrinhamento ele desconhecia, e prontamente se foi por a procurar por informação. A questão é também polémica, porque como todos sabem o casamento civil que temos TODOS acesso inclui uma exclusão do direito de adopção as casais homossexuais... E este decreto lei aparentemente vem abrir a porta a um apadrinhamento, que acaba por ser uma adopção com outro nome (alguns chamam-lhe o simplex da adopção), e em que o contacto com os pais biológicos se deve manter. Resumindo e baralhando, nós, casais gays, não somos elegíveis para adopção porém podemos apadrinhar uma criança ou jovem em risco. É verdade que o Ministério da Segurança Social veio prontamente desmentir essa coisa horrorosa, "que os juristas estão a fazer uma interpretação incorrecta da lei". Mas não foram os únicos, o "Governo fala num «entendimento contrário ao previsto na lei»" e de uma forma ainda mais taxativa "Isilda Pegado, advogada e presidente da Federação Portuguesa pela Vida, pede a revisão da lei, para que fique claro que os casais homossexuais estão impedidos de aceder ao apadrinhamento civil". Raio de sociedade hipócrita que rouba, que é corrupta, que maltrata os seus doentes, que sobe tudo e mais um par de botas, que desce os ordenados, que manda milhares para o desemprego, que assiste impávida e serena à degradação do nível de vida, que é cada vez mais egoística e individualista, pode mesmo assim, negar o que há de mais belo, que são dois seres, independentemente do sexo, quererem mimar e dar um futuro melhor a uma criança? E reparem bem, até a Presidente da Federação Portuguesa PELA VIDA??? Rsrsrsrsrssr!
Bom, para quem quiser ler toda a notícia pode fazê-lo aqui: http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/apadrinhamento-homossexuais-gays-criancas-adopcao-tvi24/1206959-4071.html
Nós, gays, aqueles que têm a sorte de ter irmãos e amigões daqueles que também fazem parte da família, eventualmente terão muitos sobrinhos e "sobrinhos"... Será para muitos de nós o mais aproximado a ter filhos! :))
Desta vez foi a Mariana, que na passada Terça-feira decidiu vir cá pra fora! Filha de um casal lindo e que são amigos intimos, fizeram crescer a família. A Maria chegará também no próximo mês, filha também de uma das minhas melhores amigas! Felizmente está a correr tudo bem e espero que assim continue!
Mas - há sempre um "mas" - não vou negar que estes nascimentos me reacendem sempre a chama... A de ser pai... Não é um sonho completamente posto de parte, bem pelo contrário, tudo está em aberto, e eu e o lindo não pomos de parte virmos a decidir adoptar uma criança... No entanto - e esse é um dos meus grandes receios - não vou ser hipócrita a dizer que é a mesma coisa, porque para mim não é... Pelo menos por agora não é... Gostava de um filho de sangue... Que (quiçá!) tivesses alguns traços da minha personalidade, algumas feições, alguns valores que fazem parte do meu património genético! Esta foi sem dúvida aquilo que mais me custou, no meu processo de auto aceitação...
Ainda assim vou espalhando mimos para os sobrinhos que vão surgindo na minha vida...
Parabéns Susana & Hugo! Bem vinda Mariana! :))
O Partido Revolucionário Institucional (PRI) mexicano quer proibir a adopção de crianças por parte de casais homossexuais porque alguns «têm a tendência» a violar os filhos adoptados, refere o El País.
Ler a notícia em: http://diario.iol.pt/internacional/gays-homossexuais-adopcao-mexico-tvi24/1148175-4073.html
O casamento gay foi aprovado hoje no parlamento. Ao contrário do que muitos pensam, ainda a procissão vai no adro, e até ser legalizado o casamento entre pessoas do mesmo sexo ainda faltam alguns passos. Mas hoje, mais um foi dado, ou seja, o parlamento aprovou o texto final, texto ao qual o PS preferiu não por qualquer alteração à primeira versão. É portanto previsível que o Presidente da República envie a lei para o Tribunal Constitucional e que este confirme a inconstitucionalidade da lei, devido a se estarem a criar casamentos de 2ª, ou seja, casamentos onde o casal não se pode propôr a adopção de uma criança. E porquê? Porque se tratam de duas mulheres ou de dois homens... No entanto, como está a lei actualmente, se uma dessas pessoas quiser adoptar como singular pode fazê-lo, mas junto com outra pessoa é que não! Rsrsrsrsrsrsr! E a ser assim, o PR manda-a de volta ao Parlamento onde deverá ser alterada... E é aí que por enquanto residem todas as dúvidas:
O que fará José Sócrates perante isso?
Toda a notícia AQUI
Ontem, um colega (e amigo) de trabalho, levantou a questão da adopção por homossexuais. Dizia ele, que um amigo dele, proprietário de uma IPSS que abriga crianças vítimas de maus tratos e que sofrem outros tipos de vilolência em suas casas, não concorda com a adopção por homossexuais... O meu amigo não percebeu, pois a sua própria actividade é uma consequência e uma evidência que nem sempre (eu arriscaria um "nunca") o facto de uma criança viver com um pai e uma mãe é garante de coisa alguma. Mesmo assim, o amigo acha que não deve ser possível até porque (e vem sempre a velha história à baila) existe probabilidade de a criança se tornar também ela homossexual. Este argumento é aliás muitas vezes o escape ao referido "não", e percebe-se de imediato que não há nada a fazer, é não e não ponto final! Relembro mais uma vez que somos filhos de pais heterossexuais (nem todos é certo!), eu pelo menos sou, e não foi por isso que me tornei heterossexual... Enfim, mas recentrando na adopção, e o que de facto me leva a escrever este post, é o facto curioso que eu noto, em muitos casos, de amigos meus que acham muito bem que possamos casar mas, quando se fala na adopção, a reacção mais comum é o silêncio... Os mais ousados questionam... E eu ponho-me a pensar para mim próprio: "Mas será que acham que eu não seria um bom pai? Ou que o lindo não seria um bom pai?". Sim, porque a história de que nesta matéria existe uma terceira pessoa - a criança - e que não se pode decidir assim de qualquer maneira a sua vida é para mim óbvia. Mas não é a mesmíssima questão que se pôe nas adopções hoje em dia por casais heterossexuais e por indivíduos singulares? Porque o que se trata fundamentalmente é de os homossexuais, poderem - á semelhança dos casais heterossexuais - ser CANDIDATOS à adopção de uma criança. Alguém, como já acontece actualmente, irá avaliar a situação do casal e garantir que o casal tem as condições necessárias e suficientes para adoptar!
Mas a discussão pode chegar ao ridículo de eu, hoje, poder ser candidato a adopção, mas amanhã, quando casar com o lindo, já não poder... Será que perdi algum tipo de faculdade mental ou física?
É muito triste, ver que aqueles que hoje em dia albergam crianças que sofrem por mau tratos e outras atrocidades possam estar contra ao que fundamentalmente uma criança deve ter: um LAR, AMOR e CARINHO e EDUCAÇÃO.
Mas porque raio é tão difícil de ver e aceitar este facto?
Podem explicar-me....?
Bem sei que o assunto do momento são os casamentos gay e por arrasto as adopções por este casais... Soube-se ontem que a este respeito, Sócrates, o mesmo que vai dar possibilidade a todos os homossexuais poderem aceder ao casamento civil não deixará os deputados do PS terem liberdade de voto na hora de votação dos projectos do Bloco de Esquerda e de Os Verdes que prevêem a adopção por esses mesmos casais. Terão todos que votar contra, porque não prometeram isso - a adopção - na sua campanha. Mesmo com o líder da bancada parlamentar do PS a achar que deveria haver liberdade de voto, e outros deputados, Sócrates deu ordens no sentido contrário. Estamos portanto perante a ridícula situação semelhante de oferecer um carro, mas sem rodas, porque aquando da decisão da oferta do automóvel não se falou sobre as rodas...
Tretas! Enfim!
Fica a notícia: http://criasnoticias.wordpress.com/2009/12/21/socrates-impoe-voto-contra-a-adopcao-por-casais-gay/