Após inúmeras especulações, o ator Matt Bomer, da série White Collar, decidiu sair do armário e dizer ao público que é gay. A confissão aconteceu nesse sábado (11), durante a cerimônia de gala Steve Chase Humanitarian Awards, onde foi premiado por seu ativismo contra a Aids.
No seu discurso, agradeceu ao companheiro, o publicitário Simon Halls, e aos três filhos. "Eu gostaria de agradecer especialmente à minha bela família: Simon, Kit, Walker e Henry. Obrigado por me ensinarem o que é o amor incondicional. Vocês sempre serão a maior realização da minha vida".
Apesar de não dar detalhes sobre sua vida pessoal, sabe-se que os gêmeos Walker e Henry, de três anos de idade, são filhos de Halls, enquanto Kit, de 5 anos, é fruto de uma relação anterior do ator.
Matt Bomer está no elenco do filme Magic Mike, de Steven Soderbergh, que conta a história de um grupo de strippers. Ele contracena com diversos galãs de Hollywood, como os atores Channing Tatum e Alex Pettyfer.
in http://diversao.terra.com.br/gente/noticias/0,,OI5612014-EI13419,00.html
Talvez devido (ainda) à questão dos casamentos gay, eis que a revista com'OUT, a revista portuguesa assumidamente virada para o público LGBT, que surgiu em 2008 e que viria a terminar em 2009, volta novamente às bancas. Se bem se recordam, na altura, a revista era - para além de um pouco cara - "discriminada" pelas bancas e até pelos distribuidores. Começou com 12 mil exemplares e rapidamente passou para metade tendo-se vendido 2000 exemplares por mês. Aos 150 assinantes (eu era um deles) foi restituído o dinheiro da assinatura pelos exemplares que acabaram por não saír. 2010 trouxe-nos os casamentos, e traz-nos de volta a com'OUT que segundo a directora Elisabeth Barnard, vem com energia renovada, com uma equipa mais reduzida, e a periocidade passa a trimestral ao invés de mensal como anteriormente. Ah, e o preço também vai passar para 3 euros! Esperemos então para ver que surpresas mais nos reserva 2010, por agora, a coisa não está a correr mal! :)
A AMPLOS (Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual) pretende ser um ponto de encontro de pais com filhos LGBT, de forma a juntos discutirem e conversarem sobre a "novidade" com que muitos pais são brindados quando os seus filhos assumem a sua orientação sexual. Ontem o encontro foi em Lisboa, e como há muito que tinha curiosidade de presenciar um destes encontros, não perdi esta oportunidade. O tema da sessão aberta era sobre o Bullying. Gostei muito da simplicidade com que tudo decorreu. Sem formalismos, o Paulo e a Margarida - pais de filhas lésbicas, foram os impulsionadores da criação da AMPLOS, e são a cara da mesma - conduziram os participantes para a sala onde os convidados a falar foram tomando a palavra ao longo de duas horas. Uma psicóloga, a rede ex-aequo, a ILGA e a OPUS GAY estavam representados e todos deram algumas palavras ou depoimentos aos quase 15 pais presentes. Alguns pais intervieram também... A AMPLOS é sem dúvida uma excelente iniciativa, mas pelo que ouvi, estão com alguma dificuldade em chegar e fazer passar a sua mensagem junto de pais com filhos LGBT. Percebeu-se que o Paulo e a Margarida têm imensa vontade e gostaria de ter uma forma de encontrar os pais... Quanto ao bullying, foram adiantados alguns sintomas a que os pais devem estar atentos, e apresentados alguns casos concretos. Refiro um, que uma mãe presente deu eco: "O meu filho tem 16 anos. Assumiu a sua homossexualidade. Desde esse dia as aulas de educação física começaram a ser um problema, pois os colegas não querem que ele entre no balneário dos homens, é mandado para o das mulheres. Ele nunca tinha tido problemas em Educação Física e agora as notas estão a baixar. Contactei com o director de turma e a professora, e disseram que iam tratar do assunto...". Certo é que a situação não se alterou, e uma das conclusões que se tirou é que os próprios professores não sabem como lidar com este tipo de situações. Deveriam ter formação ou ter alguém a quem recorrer. Outro dos intervenientes, foi um agente da polícia representante da associação de polícias gay, que desafiou a rede ex-aequo a incorporar nas suas acções de formação pelas escolas do país a convidarem o Projecto Escola Segura a estar presente. Percebeu-se do testemunho do agente, que o bullying está também presente no trabalho, e que é muito complicado por vezes lidar com isso!
Bom, posto isto, desafio os leitores que informem os pais que existe esta Associação, a AMPLOS, e que se tiverem oportunidade devem entrar em contacto e participar.
Temos de apoiar as (boas) iniciativas que vão surgindo!
Associação AMPLOS: http://amplosbo.wordpress.com/
Partilho o trailer do filme que fomos ver no passado Sábado, no âmbito do Festival de Cinema da Rede ex-aequo, na Cooperativa Cultural em Lisboa. Para além de ter conhecido um espaço novo e bastante interessante, o filme acabou por fazer largar umas boas gargalhadas. Trata de forma leve a maoria dos preconceitos e estérotipos das lésbicas e gays (com maior incidência nas lésbicas). Fica-se bem disposto a ver o filme!
Recomendo!
Todos os vídeos do blog podem ser vistos AQUI
Terminei há algumas semanas atrás, de ler o livro "O Fruto Proibido" de autoria de Rita mae Brown. Retrata a história de uma lésbica que no decorrer da sua vida, no meio de muita aventura e desventura, encara a sua sexualidade de uma forma bastante normal. Com uma personalidade muito forte e com objectivos bem concretos, ela (quase) não olha a meios para alcançar os seus fins.
Foi a primeira vez que li um livro a retratar a homossexualidade de uma mulher, e tinha curiosidade nisso... Saber se os problemas com que nós homossexuais homens são idênticos aos que as mulheres lésbicas enfrentam. E a conclusão a que cheguei é que sim! O saír do armário é sempre complicado, seja homem ou mulher, mas fiquei com a sensação de que não existe tanto drama relativamente à orientação das mulheres.
É mais bem aceite...
Todos os posts sobre livros podem ser lidos AQUI
Ainda o mesmo assunto... Para partilhar uma reportagem que poderá ter sido a história de muitos jovens, mas que espero ser cada vez menos uma história actual... A religião por vezes (infelizmente, muitas vezes!) é a primeira a plantar o ódio, a discriminação, a desigualdade de quem não segue as suas normas... O caso do vídeo que agora partilho é fruto disso mesmo, e sabe Deus, e esta mãe, o quanto desejariam que o tempo voltasse para trás...
Todos os vídeos do blog e outros disponíveis no novo canal youtube do blog AQUI.
Há muito tempo que queria abordar com a minha sobrinha o assunto da homossexualidade... Já aqui trouxe o tema várias vezes... As dúvidas de quando a conversa deve ocorrer, qual a melhor altura, se deve ocorrer, etc são questões que surgiam na minha cabeça. Achei sempre que a conversa iria um dia surgir de forma natural, até porque com os 11 anitos que ela tem, já vai começando a perceber as coisas...
Hoje, numa conversa no messenger, ela segredou-me que estava a gostar de um rapaz... Tocado pelo desabafo e ao mesmo tempo super feliz por ver que ela me tem a mim também como confindente e como pessoa de confiança, aproveitei para lhe dizer: "Sabes de quem o padrinho gosta?".... Ehehehe! Bom, partilho - porque acho bonito e quero que fique registado aqui no blog - a conversa que tive com ela... :))
Sobrinha diz:
alô
Eu diz:
tudo bem???
Sobrinha diz:
estas bom
sim e tu
Eu diz:
também
que se faz?
Sobrinha diz:
trbalho de hgp
e tu padrinho
Eu diz:
eu nada
acabamos de jantar
Sobrinha diz:
eu também
Eu diz:
alguma novidade?
Sobrinha diz:
sim
Eu diz:
conta
Sobrinha diz:
nao podes contar a ninguem
a minha mae tambem sabe
e mais ninguem para alem dela
Eu diz:
entao?
eu nao conto
podes confiar
Sobrinha diz:
gosto de um rapaz
Eu diz:
hihihihi
a sério?
é da escola?
Sobrinha diz:
sim e da escola
Eu diz:
e ele sabe?
Sobrinha diz:
sabe
Eu diz:
namoram?
Sobrinha diz:
nao
Eu diz:
hihihi
parabéns então
é bom gostar de alguém
Sobrinha diz:
pois é
Eu diz:
eu também acho
sabes de quem o padrinho gosta?
Sobrinha diz:
acho que sei
Eu diz:
entao?
Sobrinha diz:
o _____
certo
Eu diz:
como é que adivinhaste?
Sobrinha diz:
eu ja desconfiava
desde do inicio
Eu diz:
sim?
Sobrinha diz:
sim
Eu diz:
e o que achas?
Sobrinha diz:
fixe
Eu diz:
LOL
Sobrinha diz:
nao tem nenhum mal
lol
Eu diz:
pois, sabes que nem toda a gente pensa assim
Sobrinha diz:
entao e porque as pessoas nao sabem o que dizem
Eu diz:
fico muito feliz por saber que não te importas... É muito importante para mim
Sobrinha diz:
pois
claro
e porque haveria de me importar
Eu diz:
sei lá... ouve-se tanta coisa... e tu podias não gostar ou ter vergonha de eu gostar de um homem...
Sobrinha diz:
nao^
Eu diz:
quando é que descobriste?
Sobrinha diz:
2 anos
1 ano
no ano passado
Eu diz:
como?
Sobrinha diz:
entao vi que
moravam na mesma
casa
dormiam no mesmo quarto
estavam juntos
e
mais
Eu diz:
ok ok
pois...
Sobrinha diz:
nao preocupes que eu nao tenho nenhum mal
Eu diz:
ok
quero estar a par dessa tua paixão...
quando precisares de falar já sabes
Sobrinha diz:
sim
ja sei
Esta semana a revista VISÃO traz na sua edição uma reportagem sobre a Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual, a AMPLOS que já referi aqui no blog. A partilha de experiências entre pais é muitas vezes a melhor forma de compreender, respeitar, aceitar a homossexualidade do filho. Obviamente que a maioria dos pais não está preparado para ter um filho gay, mas cada vez mais o assunto deixa de ser tabu, e mesmo estando nós (aidna) longe da não discriminação, do não preconceito, a verdade é que com o tema cada vez mais abordado na imprensa, o assunto vai perdendo a sua carga dramática e negativa...
Deixo-vos o relato na primeira pessoa, de uma mãe, a Margarida (Presidente da AMPLOS), que tem uma filha lésbica.
Adicionalmente, a mesma revista, dá a conhecer esta semana, as principais recomendações para os pais que descobrem que têm um filho homossexual. O terapeuta familiar Pedro Frazão, 33 anos, é o autor de um estudo sobre este tema, e partilho as conclusões a que ele chegou:
Manual: quando o seu filho lhe diz que é gay
O QUE NÃO DEVE FAZER:
*Transmitir ao adolescente/jovem adulto de que se trata apenas de uma fase e que com o tempo vai voltar a ser heterossexual, desvalorizando todo o trabalho de preparação que o jovem fez para partilhar com os pais o que sentia
*Criar um pacto de silêncio sobre as questões relacionadas com os afectos e sexualidade dos jovens
*Criar um clima de confrontação e hostilidade que faça o adolescente/jovem adulto sentir-se ainda mais isolado do que já se sentia antes do coming out ("sair do armário")
*Fazer ameaças de que ou o adolescente muda a sua orientação sexual ou é afastado da família ou expulso de casa
*Proibir o adolescente ou jovem adulto de se encontrar com os seus amigos ou namorados(as) que muitas vezes são apontados pelos pais mais intolerantes como responsáveis pela situação
*Fazer formulações culpabilizantes de que os filhos são gays ou lésbicas porque os pais falharam ou porque a orientação sexual dos filhos resulta de experiências infantis (ex: a mãe estava demasiado próxima e o pai era distante)
*Fazer comentários homofóbicos e que ridicularizam pessoas gays ou lésbicas
*Procurar psiquiatras e psicólogos com o objectivo de mudar a orientação sexual dos filhos
O QUE DEVE FAZER:
*Criar um contexto seguro para que o adolescente ou o jovem adulto fale abertamente sobre os seus sentimentos
*Assumir que, à semelhança do que foi vivido pelos filhos, os pais também necessitam de tempo para se adaptar à nova realidade
*Procurar informação especializada sobre questões relacionadas com a orientação sexual
*Se necessário, procurar um profissional de saúde mental especializado em questões de sexualidade
*Conhecer gays e lésbicas que lhe possam assegurar que uma orientação sexual minoritária não é um problema e que lhe mostrem que essas pessoas podem ter vidas completas como homens e mulheres a todos os níveis
*Procurar outros pais que têm filhos gays e lésbicas e que viveram situações semelhantes
Foi assim que ontem recebemos a visita de um casal amigo, o L & L e a filha linda! O mesmo casal que me "obrigou" a fazer uma daquelas coisas que mais me arrependo até hoje, no meu relacionamento com o lindo... Eles na verdade não me obrigaram a nada, eu é que me senti na obrigação de... Enfim...
Começando....
Passou-se já há alguns anos, talvez uns cinco anos ou nem tanto, em que numa mesma oportunidade eles quiseram vir visitar-me... Na altura vivia com o lindo (na casa onde estivemos antes da actual... A casa era minha mas viviamos juntos por acordo comum, e como ainda não tinha assumido a minha homossexualidade para eles, julguei (mal!) que a única forma de os receber seria pedindo ao lindo para ir beber café e passar algum tempo fora de casa... Meu Deus... Não estava bom da cabeça, só pode! Ou estava... Mas aquele medo de assumir conjugado com a vontade de os receber levou-me a tomar a pior opção... O lindo na altura aceitou e fez isso, mas preferia (agora) que não o tivesse feito para não carregar esta culpa! Foi a primeira e a última vez que o fiz! Mas isso não impediu ontem de recordar esse momento que me deixa triste comigo próprio!
Enfim, coisas de Ser Gay...
:))
Eu, o lindo e alguns amigos discutimos frequentemente a questão: "As mães sabem sempre que somos gays! São as primeiras a saber!". Eu, baseando-me na minha história pessoal, e acreditando que não me mentiram, tanto o meu pai, a minha mãe e o meu irmão me disseram que nunca desconfiaram...Ok, é certo que há muita coisa escancarada diante dos nossos olhos e nós, por acharmos que é algo que não queremos ver, o subconsciente trata de "não deixar ver"... Já me aconteceu isso, e só me apercebi disso muito tempo depois de ter acontecido! Eu continuo a acreditar que a minha mãe não sabia que tinha um filho homossexual até lhe ter contado. Acredito que ela me achasse especial, diferente, mas penso que não lhe passaria que essa diferença passasse por gostar de homens! Lá na aldeia, a homossexualidade é tabu, e fala-se disso em surdina ou então nem sequer se fala... E muita gente, principalmente mulheres, nem sabem que "isso" pode existir por ali...
Partilho, à semelhança do que tenho vindo a fazer, mais uma história do livro Partilha-te. Tem a ver com este assunto, e a jovem que a escreve fá-la de uma forma muito ternurenta...
Como não contei à minha mãe
Tudo tinha acabado, tanto tempo a partilhar a minha vida com
alguém para acabar assim, era difícil de acreditar.
Estava sentada no chão a chorar quando a minha mãe entrou no
meu quarto e sentou-se do meu lado sem nada dizer, esperava que eu
lhe dissesse o que se estaria a passar.
- Eu ainda não estou pronta, eu não consigo contar-te. -
Lamentava a minha falta de coragem, afinal ela era a única pessoa que
receava que me rejeitasse.
- Mas eu já sei, querida.
- Já sabes? Como assim?
- Tu e a tua namorada acabaram.
Não fui capaz de dizer mais nada, encostei a minha cabeça no seu
ombro e deixei que dos meus olhos corressem todas as lágrimas que
teriam de cair, não valia a pena sequer secá-las, logo a seguir viriam
muitas mais, tinha acabado de libertar-me do meu maior medo.
Passaram vários minutos, talvez horas, ou talvez, nas melhores das
hipóteses, o tempo tinha mesmo acabado de parar e a minha Mãe
acabou por falar:
- És a minha filha e eu amo-te acima de tudo, eu sempre te disse
que a única coisa importante para alcançar nesta vida era a felicidade,
não foi?
Consenti e ela continuou:
- E eu só quero que sejas feliz, independentemente dos caminhos
que escolhas, orgulho-me tanto de ti e basta olhares em teu redor,
tantos homossexuais que se assumem e conseguem ser felizes. Tu não
serás diferente, és a minha pequena lutadora e conseguirás tudo aquilo
que quiseres. Sempre que falhares e caíres, eu estarei aqui para te
apoiar, sempre.
Não foram poucas as vezes que tentei falar, mas as palavras de
pura gratidão que brotavam do meu coração, acabaram todas por
morrer nos meus lábios, depois de ouvir da pessoa que mais amo, que
me aceita tal como sou, o que haveria ainda por dizer?
Isto que vos conto não é ficção, é somente a verdade, tenho
imensa sorte, mesmo sem nunca ter dito fosse o que fosse sobre o
facto de ser lésbica, a minha mãe sabia-o melhor do que ninguém.
Muito me escondi e repugnei tudo o que era natural em mim, o
Amor é um sentimento e pertence a todos, sejam quais forem as suas
características!
Aberração? A quem me chama isso só tenho uma coisa a dizer: "O
monstro que vês em mim não passa de um reflexo teu!"
Vivam, amem, sejam felizes que isso, na realidade das coisas, é a
única coisa que realmente interessa.
O conhecido artista da rádio e tv pirata e quiçá do mundo também, com o nome de Elton John, acaba de tornar público que perdeu a virgindade aos 23 anos de idade, e que foi nessa altura que percebeu quem era. Eu também gostaria de ter-me conhecido muito antes, mas felizmente, penso que cada vez mais as novas gerações têm condições para se assumir mais cedinho. Fica a notícia:
Sir Elton John não sabia quem era até fazer sexo pela primeira vez. É o próprio quem o diz, ao mesmo tempo que lamenta ter perdido apenas a virgindade aos 23 anos. A confissão surge depois da divulgação de uma carta que o cantor escreveu para si mesmo.
«Cometi o erro de só ter sexo aos 23 anos. Adorei estar com outro homem e percebi finalmente quem era», disse. Homossexual assumido, casado com David Furnish, Elton John. «O meu conselho é nunca procurar o amor. Ele encontra-te quando menos esperares», escreveu.
«Diverte-te, tem muito sexo seguro e disfruta a tua sexualidade. Orgulha-te de quem és», leu ainda Elton John da carta que escreveu para si próprio, com o intuito de a ler 16 anos depois, 14:44 - 22-10-2009
que integra o livro Dear me: A Letter to My Sixteen-Year-Old Self, de Joseph Galliano.
in http://www.abola.pt/mundos/ver.aspx?id=180276
Há alguns meses foi lançado o livro "Partilha-te" já por mim referido anteriormente aqui(disponível para download em www.partilhate.com). Basicamente trata-se de 149 histórias de homossexuais, amigos ou familiares que partilham a sua experiência nas mais variadas vertentes. Hoje publico uma dessas histórias, que ao lê-la me "transportou" para o momento em que - no dia que assumi a minha homossexualidade para o meu pai - o meu irmão me ligou depois de contactado pela minha mãe a contar o que se tinha passado. O meu irmão é militar e considero-o a minha antítese. Somos muitooooo diferentes, e dos vários traços da sua personalidade, salientam-se a sua virilidade e as milhentas aventuras que teve com mulheres. Por isso eu receava muito a sua reacção ao saber que o seu irmão era gay. Nesse dia ele ligou, conversamos normalmente (eu estava, aliás, ambos estavamos muito nervosos mas a tentar disfarçar) e na hora da despedida em que eu estava quase a pensar "Ufa, afinal ele não sabe de nada ainda!", eis que me pergunta "Não tens nada para me dizer?". Pronto, nesse momento caiu-me tudo!!! Para me tranquilizar ele quase não me deixou falar, e disse, emocionado: "Mano, já sabemos o que se passa e quero que saibas que eu e a tua cunhada estamos ao teu lado e te apoiaremos no que for necessário. Estamos um pouco chocados mas conta connosco.". Desde então, e (ainda) neste momento em que escrevo estas palavras, não consigo deixar de me emocionar. Foi dos momentos mais marcantes do meu com'out e ainda mexe muito comigo. A história do Partilha-me que transcrevo de seguida, retrata a situação de uma outra pessoa, o Ricardo (um dos principais impulsionadores do livro), e da forma como os seus irmãos receberam a notícia. Quem tiver curiosidade pode ler a história do meu com'out através do marcador "Contar aos pais".
Os meus irmãos
Durante muitos anos ouvi histórias de pessoas que tinham tido problemas em contar à família por isso sempre achei que eu não seria diferente. Mas chega uma altura da nossa vida em que não podemos continuar a fugir à realidade e a minha altura tinha chegado. Decidi então, no início do ano, contar aos meus irmãos. Cabia-me agora decidir se contar a todos ao mesmo tempo ou em separado. Por muitos conselhos que possamos pedir, no final de contas somos sempre nós a decidir.
Numa manhã em que estava a trabalhar fui invadido por uma onda de coragem e enviei uma mensagem aos meus irmãos a combinar um encontro pois precisava de falar com eles.
Começaram então chover as mensagens de resposta a perguntar se estava tudo bem e o que se passava. Foram dois ou três dias em que me preparei para todos os cenários possíveis menos para o cenário com que fui confrontado. Preparei também montes de coisas que queira dizer mas no momento da verdade nada desta preparação serviu.
Nada correu como eu planeei e não usei nenhum dos discursos que tinha preparado. No fim depois de alguma conversa de circunstância acabamos por nos sentar, eu de frente para eles e foi então que, estranhamente, fui invadido por uma calma enorme e lhes contei o
maior segredo da minha vida. As palavras que saíram da minha boca "sou homossexual"
provocaram diferentes reacções nos meus irmãos. No momento em que acabei de dizer a frase deu para ver as caras deles mudarem, mas o que aconteceu a seguir não era nada do que eu esperava. Reagiram muito bem, melhor do que qualquer dos cenários que eu tinha criado na minha mente, sendo que a única reacção "negativa" foi que eu já
devia ter contado há mais tempo.
Algo que me espantou também na reacção deles foi terem tentado perceber o quanto eu devo ter sofrido ao esconder durante tantos anos (17 para ser mais preciso) a minha verdadeira orientação sexual. No momento em que lhes contei a verdade pareceu que o tempo parou e tive tempo de observar cada uma das reacções que eles tiveram e decidi
então perguntar o que pensaram no momento em que contei.
As minhas irmãs disseram-me algo que eu já desconfiava, ou seja que já "sabiam" mas só esperavam por confirmação e o meu irmão que não imaginava e que sempre pensou que eu fosse tímido com as raparigas, mas que me apoiava a 100% e que só tinham pena que eu
tivesse demorado tanto tempo para contar.
No final da conversa senti-me livre, mas nos dias que se seguiram andei completamente perdido com uma confusão de sentimentos enorme. Tudo isso acabou por passar com o tempo e os meus irmãos têm-me dado muito apoio o que é muito importante pois mais à frente iria precisar do apoio deles para contar aos meus pais.
Ricardo M. Santos
27 Anos
Ao que parece, esta semana, temos notícia de mais um com'out de uma figura pública, desta feita o conhecido apresentador de televisão José Carlos Malato. Embora não tenha comprado a revista, e portanto cada um tire as suas próprias conclusões, a capa da TV 7 Dias é bastante elucidativa (ou não! Nunca se sabe até onde vai o sensacionalismo...) e juntando a isso os rumores de que eu tinha conhecimento, trata-se apenas da constatação de algo que eu já tinha (quase) como certo.
Segundo o que apanhei aqui na net, perguntaram-lhe porque motivo é que ele nao tem filhos, se gosta tanto dos sobrinhos e de crianças, ao que respondeu "Desde cedo percebi que nunca ia ser possivel ser pai....". E pronto, não dizendo bem directamente o que se passa, e pressupondo que não é estéril, e com as palavras da capa da TV 7 Dias, penso que deverá estar de facto a referir-se à sua orientação sexual.
Pressupondo que sim, que é disso mesmo que se trata, fico contente por mais uma figura pública (querida para muito boa gente!) da nossa televisão assumir, mesmo ninguém tendo nada a ver com a sua intimidade. Mas uma coisa é certa, desde os jovens aos adultos que sofrem com medo de assumir a sua orientação sexual, penso ser bastante positivo e encorajador virem cada vez mais figuras públicas quebrar o tabu assumindo a sua homossexualidade!
:)
Poucas vezes temos lançamentos de livros de autores portugueses de temática gay. O mês de Junho de 2009, ao que parece trouxe-nos ao mesmo tempo dois livros: "A CHAVE DO ARMÁRIO" de Miguel Vale de Almeida e PARTILHA-TE, resultado da partilha de histórias partilhadas por pessoas homossexuais.
É motivo de congratulação estas duas edições, mostra que algo está a mudar, mas por outro lado, achei estranho, bastante estranho, que os respectivos lançamentos coincidissem no dia e na hora! Pergunto eu: porquê?! Eu até gostaria de ter ido ao lançamento de ambos, mas como não me consegui dividir em dois (estranho não é?) optei por ir ao que me calhava mais em caminho... Já ouvi várias vezes falar da pouca união entre as várias associações LGBT mas nunca dei muita importância, mas esta coincidência de datas parece-me estranha, até porque o lançamento do PARTILHA-TE estava inicialmente programado para outro dia e acabou por ser alterado para o dia 24... Enfim, talvez possa ser apenas uma infeliz coincidência mas penso que no futuro poderiam e deveriam tentar fazer com que isto não se repetisse. Somos tão poucos a ter coragem e a dar voz e corpo, que só juntos, todos juntos, poderemos conseguir esse objectivo. Já agora, porque é que a OPUS GAY não participou nas festividades? Hein??
Relativamente aos livros, devido ao atraso da jornalista Fernanda Câncio (segundo ela "já é normal eu chegar atrasada!") não pude ficar até ao final do lançamento do A CHAVE DO ARMÁRIO e ouvir o autor falar... No entanto, com a intervenção da Fernanda pareceu-me que deve ser um livro interessante... Comprei e já está em fila de espera para leitura!
Quanto ao PARTILHA-TE que comecei hoje a ler, acho que qualquer homossexual gostará de ler as histórias partilhadas, tão diferentes, e ao mesmo tempo tão iguais... Um livro fruto da boa vontade dos leitores, na blogosfera, e que só por isso demonstra que algo está a mudar no nosso país...
Ficam as sugestões!
Boas leituras!!!
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PS: Queria partilhar que no lançamento do livro no Centro LGBT, foi muitooooo giro ver um casal de lésbicas e um outro casal de gays, cada um com o seu filhote... Que inveja que senti!!! :))
Mais uma sondagem que termina, esta que pretendia saber o que cada um acha de Sócrates, agora, passados pouco mais de 3 meses de ter recusado a alteração da lei, estar novamente a defender os casamentos civis gay.
Dos quase 350 votos recebidos, a maioria (27%) acha que mais vale tarde que nunca. Logo de seguida aparece a resposta "Hiprocrisia", com mais de 20% dos votos! Em terceiro lugar surge a resposta "Muito bem". Parece-me então que se deve concluir que a maioria acha bem, e que embora tarde, e embora possa ser considerado uma hiprocrisa, "mais vale tarde que nunca". Na minha opinião pessoal acho mal, embora obviamente fique satisfeito de pelo menos o actual partido no governo estar a discutir o assunto, revolta-me que esta classe política faça (ou tente fazer) de nós parvos, mostrando-se agora a favor de uma causa na qual há quatro meses estavam contra.Porquê isto? Obviamente oportunismo político.
Nos últimos lugares, ficaram "Dá-me vómitos", "Normal" e "Acho mal" com, respectivamente, 9%, 13% e 11%.
Cada um tire as suas próprias conclusões!
O fim desta sondagem dá lugar a uma nova, na qual DEVEM votar, e que pretende saber a opinião sobre a razão que poderá ter causado o fim da revista com'OUT. VOTEM!
Todas as sondagens do blog podem ser vistas AQUI
... A "nossa" revista com'OUT acabou! Pelo menos por agora! A notícia chegou-me hoje por email que transcrevo de seguida:
"Caro assinante,
A Joeli Publishing tomou a difícil decisão de suspender a revista Com’Out.
Analisados os oito números da revista e apesar da qualidade reconhecida e apreciada pelo mercado, o quantitativo de leitores e anunciantes revelam-se insuficientes para a viabilidade do projecto.
Os contactos com algumas das editoras europeias com revistas similares revelou que o contexto do mercado nacional não é um caso impar.
O enfoque e o esforço da Joeli Publishing estão no lançamento de mais títulos em 2009, mas a Com’Out reaparecerá assim que o mercado estiver mais saudável.
Assim, venho pedir que indique o seu NIB para que possamos proceder à devolução do valor correspondente às revistas não recepcionadas.
Enviamos o nosso sincero e profundo agradecimento por terem acreditado neste projecto da Com’Out."
Caramba, admito que fiquei triste...
Era um veículo importante, digno e de qualidade para a demonstração da "normalidade" da comunidade LGBT. Como dissera no último post dedicado à revista, tinha este último mês estranhado o facto de a tiragem ter sofrido uma quebra acentuada (de 10 000 para 6000 exemplares). Infelizmente as minhas piores expectativas tornaram-se realidade ainda mais cedo do que eu esperava!
A comunidade em geral, obviamente com especial enfoque na comunidade LGBT, perde assim mais uma batalha na luta contra a discriminação e a favor da igualdade de todos!
Esperemos que num futuro próximo a com'OUT volte a dar um ar da sua graça!
Enfim...
Ficam os meus agradecimentos pessoais para todos os profissionais envolvidos neste projecto corajoso, em que alcaçaram o respeito de todos e conseguiram tratar e mostrar um respeito pela comunidade LGBT que este país precisava.
Até já!
Mais um mês,mais uma com'Out... A registar a diminuição significativa na tiragem... Começo a ficar nervoso..!
Editorial:
À espera do século XXI
You want real political power? Let’s tell the truth for a change”. Esta é uma das muitas frases marcantes da admirável obra de Gus Van Sant, Milk. Com um Sean Penn arrebatador no papel do primeiro homossexual assumido eleito para um cargo público nos EUA, o filme é muito mais que um libelo gay. É uma denúncia ao sistema que faz com que uma maioria toldada por uma arrepiante moral consiga dominar através do medo e da opressão. E as vítimas aqui não se resumem aos homossexuais, mas a todas as minorias. Os direitos humanos ficam para trás, e a própria Igreja Católica lidera a pandilha. Conclui-se que o diabo afinal pode não vestir Prada, mas calça Prada...
A palavra que define o filme é Esperança. A história aconteceu há 30 anos – devem-se a Milk as primeiras grandes conquistas nos direitos gay -, mas é desconcertante como o discurso se aproxima do de Barack Obama. Os dois foram homens vulgares, que na sua caminhada se tornaram símbolos. Por assumirem a sua essência, por enfrentarem tudo e todos com coragem, pelo seu inegável carisma.
É por líderes destes que suspiram os portugueses. Porque aquilo que vemos é uma classe cinzenta, com os seus truques costumeiros. Dos seus sucessores nem vale a pena falar. São apenas fotocópias ainda mais deslustradas (veja-se a nova geração (?) no programa da RTP1 Corredor do Poder). O discurso de Harvey Milk continua a arrepiar pelo poder emocional e de inspiração. O discurso da nossa classe política também arrepia, mas pela mediocridade. Arregimentam as suas tropas pela cultura do medo, pela arrogância, pela prepotência.
O mundo está a mudar e nós precisamos de mudar com ele. Querem melhor simbolismo que as imagens de um George W. Bush derrotado a entrar no seu avião para ser devolvido ao seu rancho e um Dick Cheney em cadeira de rodas a sair pela porta pequena, por oposição à forma entusiástica como Obama foi recebido por milhões de pessoas?
Portugal precisa de um Harvey Milk. Portugal precisa de um Obama. Precisa, mais do que nunca, de líderes carismáticos. De pessoas que com a sua coragem ajudem a mudar a vida de outras. “Querem fazer política? Que tal dizerem a verdade para variar.”
A América entrou finalmente no século XXI. Nós ainda não.
Pois, tinha mesmo de terminar esta sondagem... Parece que ainda ontem 2009 começou mas a verdade é que já lá vai mais de um mês!!! A sondagem pretendia saber os desejos dos visitantes do blog, para 2009. Alguns já começam a tornar-se realidade, outros nem por isso. O desejo mais votado foi o de encontrar a cara metade (15%), seguido de "Os políticos alterarem a lei", "Mais figuras públicas assumirem", "Sócrates assuma" e "Possa casar com quem amo". Bom, nitidamente que a alteração da lei parece a tónica dominante para podermos casar com quem amamos, e assim Sócrates também o possa fazer! ;)
Ficam os resultados finais para cada um tirar as suas próprias conclusões e vou tentar não me esquecer de em Janeiro ver quais os desejos se tornaram realidade! :))
Nova sondagem, fresquinha, acabadinha de saír do forno! Vá, votem!
Pode ver todas as sondagens do blog AQUI
Será talvez das coisas mais complicadas na vida de um gay, contar à nossa Mãe que somos gays! Hoje, obtive um relato de alguém, que com 25 anos, chamado José Mendão, decidiu contar à sua Mãe. Como penso ser um dos momentos que mais pavor cria na cabeça de um gay, partilho agora com quem queira ler, a experiência deste amigo, que com uma coragem invejável serve de (bom)exemplo para todos nós, e para todas as famílias!
Parabéns rapaz! :))
"Olha só contei à minha Mãe na sexta passada
andamos a adiar por causa do trabalho do meu irmão
eu não consegui arrancar a conversa
fomos jantar fora os 3
é depois da refeição
o meu irmão fazia-me sinais
mas eu não conseguia
até que arrancou ele
e eu comecei a chorar
ele começou por dizer
que eu andava num grupo de amigos novos e que não sabia qual ia ser a reação dela
e eu disse esses amigos são homossexuais
e a Mãe desatou a rir
e o meu irmão disse
e o zé anda nesse grupo num processo de descoberta
e eu disse descoberta não, eu sou homossexual
e a minha Mãe ficou assim espantada
aceitou
eu disse-lhe que estes 3 anos de psicólogo tem servido para isso
que esse grupo onde estou inserido o meu psicologo concordava com ele
no dia a seguir havia reunião (na rede ex aequo)
a minha Mãe quis ir
foi ela e o meu mano
o tema era família e amigos
a minha Mãe pensava que eu era assexual
já lhe tinha passado pela cabeça ser homossexual, mas que não me via para aí
e que achava que eu era assexual
agora está num processo de adaptação à ideia
disse que só queria que eu fosse feliz
e pronto e chorei muito agarrado a ela, a Mãe não chora devido ao medicamento
e pronto
disse-me no dia seguinte que não ia passar a vida a falar disto
porque não é necessário
se ela tiver uma dúvida
me perguntará
e que eu não tome como desprezo apenas não acha necessário
e disse-me que está aqui para tudo o que eu precisar
e pronto
ontem ficou chocada por eu dizer que quero adoptar
mas eu disse-lhe que não devia estar já a pensar nisso
deve primeiro consolidar a ideia e não estar já pensar se eu quero ou não constituir familia
mas ela no fundo ainda queria que eu fosse assexual
e pronto!
fiquei muito contente por ela por iniciativa propria
ter ido à reunião"
"tenho 25 anos não sou uma criança, já fiz o meu coming out o resto que se lixe, a vida é minha e ninguém tem nada a a haver com isso"