Muitas vezes falei por aqui do Carnaval e as "crenças" associadas a esta data, onde muitos homens aproveitam o pretexto para encarnarem uma figura feminina, com mais ou menos rigor. Também se diz (as más linguas) que muitos destes homens aproveitam estas festividades para exteriorizar uma identidade reprimida ou uma sexualidade escondida... Enfim! Seja lá o que for, e falando honestamente, eu próprio quando era mais novo achava sempre que se me mascarasse de mulher as pessoas poderiam achar que eu era gay ou querer ser mulher... Parvoíce é certo, mas era o que pensava! Este Carnaval eu e o lindo fomos à terra para estar com amigos, e não é que acabei por me mascarar?! E adivinhem de quê??.... Mulher! E gira! Ahahahaha! Há muito tempo que não o fazia e soube-me bem! E revelo aqui, já que não comentei isso com ninguém, que me senti livre para assumir uma personagem feminina, sem ter o mínimo de receio do que poderiam pensar. A minha mãe adorou (até porque me ajudou) e o meu pai ia passando e olhando e dando um ligeiro sorriso! Penso que também gostou! E depois juntámo-nos a uma série de amigos (uns 20) heteros e estava a borrifar-me para o que poderiam pensar, eles ou quem estivesse no restaurante onde fomos jantar! É tudo tão mais fácil quando temos tudo bem arranjadinho na nossa cabeça!....
Já por aqui disse mais do que uma vez que o meu relacionamento (que completará este ano 18 anos!) começou através do site de engates Gaydar e resultou! Continuo a acreditar, talvez cada vez mais pela força das circunstâncias, que os sites de encontros online são uma boa alternativa para os que (cada vez mais) não têm tempo ou possibilidade ou vontade de sair para a rua para locais de diversão para conhecer pessoas. Hoje em dia, na comunidade gay, um dos que mais ouço falar é no Grindr e como não tenho conta criada não sei dizer bem como funciona, porém não será muito diferente do que havia na altura, sendo que agora se usa mais no telemóvel (com apps) e usando a funcionalidade de GPS que nos diz exatamente, quem está ao nosso redor (registado no site). São algumas facilidades adicionais e que imagino que facilitem ainda mais que se trave conhecimento. Porém, e era aí que queria chegar, o Facebook, para mim, sempre foi e é uma rede social no verdadeiro sentido da palavra. Uso-o para partilhar com quem quero (amigos ou alguma selecção de pessoas) cenas pessoais, mensagens, ideias, desabafos e encontrar pessoas que por ventura eu tenha perdido o rasto e outras novas que me vão surgindo. E é neste ponto, que por estas últimas semanas tenho percebido que afinal o Facebook é também mais do que uma rede social "normal". Isto porque iniciei um pequeno projecto pessoal de decoração, o AzulejosPT, e fiz publicidade da página no Facebook deste negócio num grupo Queer, que por causa disso me deu alguma visibilidade nesse grupo que originou uma série de pedidos de amizade. Fui aceitando esses pedidos de amizade (com a tag de #conhecidos) com o interesse de os convidar a seguirem a página do AzulejosPT. Lá devo ter aceite alguém muito bem cotado, que comecei a receber pedidos em grande número, a chegar aos 100 por dia. Deu-me jeito confesso pois foram todos convidados para conhecerem o meu projecto pessoal. Porém (tudo isto para chegar aqui!), comecei a ser abordado de forma bastante regular por estas novas amizades, via Messenger, e de muitos olás, respondi a alguns, e em quase todos começava por receber piropos e com duas ou três frases, chegava-se logo à parte tão usada do "dd tc" e já sabia para onde ia evoluir a conversa. Obviamente que aos poucos que respondi disse que era casado, alguns resistiram mas a maioria (obviamente) foi-se! Não fazia ideia que o Facebook era tão usado para engates como me parece (agora) que é! A mesma coisa se deve passar com o Instagram embora eu não tenha essa experiência. Isto leva-me a crer que as coisas, nesta vertente, afinal não mudaram muito e (quiçá!) ainda bem! Sendo que, nada como ao vivo e a cores, o chat deve ser apenas o pontapé de saída. Um dia contarei uma história que tive conhecimento de grande burla online, relacionado com este tipo de chats de encontros...
Hoje, o dia seguinte a ter dado a novidade aos meus pais, meti conversa com a minha mãe para saber como estavam a digerir a coisa. Como já imaginava e sabia, a minha mãe é a melhor do mundo e sou verdadeiramente um sortudo por ter esta mulher na minha vida. Deixo a nossa conversa de hoje que me deixa de coração cheio:
Mãe - Olá! Tudo bem por aí?
Eu - Tudo e por aí?
Mãe - Tudo ok!
Eu - Contentes com a notícia ou ainda a digerir?
Mãe - Eu estou muito contente,tenho pena de não ser mais nova,para poder acompanhar por mais tempo,o pai apenas disse que talvez vão fazer uma asneira,mas ele nem sabe o que diz.
Eu - A decisão é nossa. Mas claro, vocês serão os únicos avós da criança e ficaremos muito felizes que ela possa ter-vos, o tempo que for!
Mãe - Á pois o tempo que será não se sabe,mas sim quando a Paula me falou nisso,eu disse e ela pode confirmar,que tinha tristeza de vocês não terem uma criança,uma vez que gostam tanto de crianças, o lindo não sei tão bem,mas tu sei que adoras crianças,e se isso vier a acontecer,e que tudo corra bem,a vossa vida mudará muito e que serão muito mais felizes, embora tenham que pensar no lado positivo e no negativo,e isso vocês sabem melhor que eu
Eu - Claro! Também acho que vai ter pontos negativos mas penso que os positivos serão sempre maiores!
Mãe - Espero do coração que sim,e dores de cabeça,e alguns problemas, haverá sempre, ou mais ou menos,como em todos os casais,e tudo se ultrapassa.
Foi hoje.
Os meus pais vieram a Lisboa e eu e o lindo consideramos que seria hoje o dia certo para lhes comunicar a nossa decisão. Não influencia a nossa decisão (que aliás já tomamos) mas é importante termos a família nuclear ao nosso lado, e eles têm sido um grande apoio para nós, e se a família crescer isso será mais importante ainda.
Vieram com o tempo muito apertado. Estava a ver que não conseguíamos nos sentar com eles para lhes contar. Mas um pouco antes de irem embora conseguimos ir a uma pastelaria ao lado do centro de saúde e falarmos. Estávamos os quatro.
E eu comecei: "Temos uma coisa para vos dizer... Penso que é boa... Nós decidimos adotar uma criança e já começamos o processo!".
(silêncio)
A minha mãe, que estava à minha frente, olhou-me nos olhos, mostrando-se pouco admirada, e disse com um sorriso ténue "Acho que fazem bem, se é isso que querem!".
Ao lado, estava o meu pai, em frente ao lindo que continuava a mastigar a sandes e não parou.
A minha mãe continuou a dizer que uma irmã dela, nossa tia, lhe tinha falado nessa possibilidade no ano passado e por isso não era total a surpresa. Reparando que o meu pai não tinha dito nada, olhou para ele e disse "Então, acabam de te dizer uma coisa tão importante e tu não dizes nada?!"... Ele olhou, riu meio envergonhado e "enconstado contra a parede" lá disse "Não há nada para dizer, para já!".
E pronto, sairam a correr para ir apanhar o comboio.
Eu e o lindo regressamos a casa, pouco surpresos. A reação era mais ou menos a esperada. O meu pai estará por agora a digerir a novidade.
Quem nunca sonhou ser pai?
Eu desde sempre disse , durante a minha infancia, adolescência e juventude, que queria casar-me, ter filhos, casa e carro!
Tudo isso era muito claro na minha cabeça, até ao dia em que assumi para mim próprio que sou homossexual. Na altura, penso que o facto de achar que já não seria pai, foi das coisas que mais me custou. Tenho muita auto estima e amor próprio, e isso provavelmente reforça a vontade de querer que alguém continue neste mundo com os meus genes (que considero bons!)! Mas bem, naquela altura abandonei a ideia e convenci-me que não valia a pena pensar mais nisso.
Entretanto o lindo surgiu na minha vida. Apaixonei-me. Começamos a viver juntos. Começamos a aproveitar a vida a fazer o que nos dava gozo, e concretizando projectos comuns. E há uns 10 anos pensámos na hipótese de ter filhos, já que também decidimos casar (após a aprovação da lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo). O passo seguinte (normal) seria o de sermos pais e pensámos muito sobre isso, mas achámos que na altura, tanto a nível de disponibilidade que tínhamos, como a vida e o que queríamos fazer, não eram compatíveis com a adoção. Decidimos prosseguir com a nossa vida a dois.
Este ano, e numa conversa informal com um dos meus colaboradores, ele dizia-me (ao ver-me com o filho da sua companheira ao colo) que eu deveria ser pai, que me achava boa pessoa e que deveria pensar em ser pai. Expliquei-lhe que não estava nos planos adotar. E ele disse que deveria ser um filho de sangue... Expliquei-lhe que não podia, e ele retorquiu dizendo que me arranjaria as condições para eu poder ser pai biológico. Noriundo da Nigéria, ele conhecia várias mulhers dispostas a ver para Portugal e "dar-me" um filho. Rejeitei a ideia peremptoriamente. Mas a verdade é que aquela conversa reacendeu em mim a vontade de ser pai. De tal forma que nesse dia não dormi bem. Falei com algumas pessoas que eram pais pela via da adoção e sem querer, estava a nascer em mim uma vontade imensa de ser pai. No dia seguinte comentei com o lindo sobre isso... E ele (ao contrário do que eu imaginara) disse "porque não?! Podemos pensar nisso". Fiquei estupefacto e com a cabeça a mil. A adoção surgiu logo como opção natural e que faz sentido. Neste momento eu trabalho a partir de casa, o lindo já não trabalha por turnos, temos casa própria no centro da cidade e uma estabilidade emocional e financeira. Temos uma vida tranquila, já viajámos muito (e queremos continuar a fazê-lo, talvez noutros moldes) e por isso estamos receptivos a incluir no nosso seio familiar uma criança para lhe darmos amor e educação. A nossa relação não depende disso, aliás, o principal medo do lindo é o impacto (que irá ter de certeza) na relação possa ser devastador ao ponto de nos separar. Mas não achando que isso possa acontecer, a verdade é que, não podemos adivinhar.
Certo é que, estamos a remar para o mesmo lado e empenhados agora em ser pais! E estamos felizes com essa ideia! :)
O nosso 2020 começa da melhor forma possível: decidimos dar o passo de aumentar a família. Iniciámos hoje o processo de adopção e como deverão imaginar estamos muito motivados e ansiosos!
Será um processo longo, e poderá não chegar a bom porto, já que há uma série de etapas, porém estamos confiantes e com muita vontade de dar a possibilidade de uma criança ter um lar e ser amada!
Agora já posso também contar que esta é a novidade que me fez regressar ao Blog. Para mim faz todo o sentido dar a conhecer e partilhar esta experiência que agora começa. Um passo natural para muitos casais hetero, menos (por enquanto) para casais gay e por isso acho importante poder partilhar convosco o que nos for acontecendo.
Adoptar é um acto de amor e coragem. Estamos felizes por darmos este passo.
Desde que este blog foi criado tanta coisa mudou em Portugal no que toca à comunidade gay!
Portanto desde 2004 passaram quase 20 anos. Lembro-me nessa altura estar acabadinho de saír do armário, apaixonado pelo lindo, e a descobrir um mundo novo para mim e a sentir o sabor da felicidade por completo. Criei o blog porque achava que podia ser um local de partilha e que pudesse ajudar outros como eu que, pelas mais diversas razões, precisassem de ajuda ou apenas desabafar. Naquela altura ainda não havia facebook... As redes sociais estavam longe de ser aquilo que são hoje e não se imaginava que pudessem ser o que são hoje. Eu conheci o lindo no Gaydar (a propósito fui agora ver se existe ainda, e existe, mas eu já não consigo fazer login) e era um dos sites de engates na altura mais populares. Ainda não havia smartphones! Cameras e etc só no PC, nada nos telemóveis. Havia saunas (mais do que há agora) e havia na zona do Príncipe Real mais bares gay do que há hoje. Havia menos gays visíveis na rua, e agora é frequente ver duas pessoas do mesmo sexo de mãos dadas. Não podíamos casar nem adoptar, e agora já podemos. Não podíamos dar sangue e agora... não sei! Raras eram as figuras públicas assumidas e agora felizmente há cada vez mais figuras públicas a assumirem a sua homossexualidade! A Madonna nunca tinha vindo a Portugal, e agora tem casa em Lisboa! O arraial pride tinha pouco mais que uma centena de pessoas e agora enche metade da Praça do Comércio! O turismo gay quase não se dava por ele e este ano "Portugal está no primeiro lugar de destinos mais hospitaleiros para a comunidade LGBTI em 2019, de acordo com o índice do Spartacus International Gay Guide.". A sigla LGBT evoluiu e tem agora mais umas quantas letras sendo agora LGBTQIAP+ para se tornar mais inclusiva dentro da comunidade Queer (hei-de voltar a este tema!). Não se falava de homossexualidade na escola e em 2009 o tema foi incluído na educação sexual escolar. Antes o conhecimento em lugares de diversão era o local previligiado para conhecer pessoas, hoje as redes sociais e as app's de engate são usadas diariamente dispensando muitas vezes a socialização. Raramente encontrava relacionamentos gays na altura que criei o blog, e este ano apercebi-me que existe um muita relação gay por aí e duradouras o que me deixa muito feliz!
E é isto! Estas deverá ser o que mudou nos últimos quase 20 anos, e tenho que dizer que acho que evoluiu no sentido positivo. Ainda existe discriminação? Sim! Ainda muita gente fechada dentro do armário com medo de assumir-se? Sim! Mas aos poucos a coisa vai mudando e isso é ótimo! :)
Criei este blog em 23 de Janeiro de 2004. Passaram quase 15 anos. Na altura já tinha o lindo comigo, e assim continuamos. Juntos. Casados. Felizes qb.
Nestes 15 anos tanta coisa se passou a nível pessoal, profissional, na relação, no país e no mundo!
Tenho para mim que hoje, para a comunidade gay, o mundo está melhor e em particular o nosso país, também está.
Eu estou mais velho. 43 anos. Só no corpo já que na cabeça a coisa parou há muito tempo. Continuo com os mesmos pensamentos e os mesmos impulsos que sempre tive, esquecendo-me da idade. Tenho mais experiência é certo, estou talvez mais maduro e continuando a fazer de cada dia um bom e novo dia, e tentar aproveitar como se fosse o último. Continuo feliz ao lado do lindo. Já mudamos de casa uma série de vezes, mas agora compramos e provavelmente iremos permanecer algum tempo por aqui, no centro de Lisboa, a cidade pela qual somos apaixonados e onde ambos desenvolvemos a nossa actividade profissional.
Passado todo este tempo, continuo a falar com algumas pessoas que conheci através do Blog e até, a encontrar pessoas que liam este blog e que de alguma forma se sentiram ajudadas na sua vida pessoal para encarar a realidade! Fico tão feliz quando isso acontece.
Hoje em dia, estou dedicado apenas ao Alojamento Local, e desenvolvo a nível pessoal um projecto de decoração tendo por base os azulejos. Pertenço a um grupo secreto do facebook, o Conversas Queer, onde mensalmente desenvolvo uma rubrica em jeito de live show para o grupo, onde abordamos temas que possam ser interessantes para a comunidade Queer.
Eu e o lindo continuamos a viajar sempre que possível, e felizmente, temos o previlégio de já ter visitado umas dezenas de países!
E agora aproximam-se talvez novos passos na relação, e é talvez por este facto que decidi voltar a escrever por aqui para ir contando o que se passa... :)
Este fim de semana teve na Sexta-feira o dia de S. Valentim conhecido pelo dia em que todos os namorados mostram a sua paixão pelos respectivos e se faz (quiçá!) um programa diferente.
Sinceramente não ligo muito a estas datas, elas são na sua essência mais viradas para o consumo do que qualquer outra coisa, e como tal, eu e o lindo não trocamos presentes... Ou melhor, eu pensava que não, mas o meu lindo desta vez surpreendeu-me com um presente, e muito especial!!!!
Para além de um livro que eu amei, deu-me um peça artesanal feita por ele para eu poder andar com um milhão de chaves comigo, como normalmente ando sempre! Sim porque o lindo costura e muito bem! Adorei, para além de ser único é muito prático! Mas o que mais gostei foi uma carta que ele me escreveu com palavras muito sentidas e que me emocionaram de tal forma que não consegui conter o choro e ficamos ali agarrados um bom tempo comigo quase a soluçar...
Passados quase 12 anos depois de nos conhecermos é difícil imaginar a minha sem ele ao meu lado... Não sei como seria... Somos muito cúmplices e amamo-nos muito... Somos também bons companheiros e amigos... Enfim estou feliz hoje como há doze anos, com um sentimento diferente, muito mais maduro, mas feliz e a querer que venham muitos e muitos mais! :)
Uma crónica que encontrei no jornal Público e que aproveito para partilhar... Leiam AQUI
Por estes dias não se fala de outra coisa senão dessa vergonha a que tivemos a infelicidade de assistir: a aprovação de um referendo à adopção e co-adopção de crianças por casais de pessoas do mesmo sexo. Os proponentes foram os meninos da JSD, e o partido PSD aprovou com a abstenção do CDS. Após a votação assistimos a um rol de declarações de voto de pessoas a dizer que tinham votado contra a sua consciência para obedecer á disciplina de voto imposta no PSD! Mas que raio de pessoas nos representam que votam contram a sua própria consciência?! O episódio é tão lamentável que chego a ficar envergonhado, tanto pelo conteúdo como pela forma como tudo decorreu! Já aqui falei tantas vezes sobre a adopção que não vale a pena repetir os argumentos, mas vale sempre a pena ressalvar o mais importante de tudo e que estes políticos teimam em querer esquecer: o que realmente importa são as crianças e o seu bem estar! Todas as crianças têm o direito a ser felizes, amadas e viverem em condições estáveis! Como se pode pensar em fazer um referendo sobre os direitos das crianças?
Muito triste...
:(
Precipitamente ou não, ontem fomos conhecer o novo bar/disco "The Cock - Cruising bar", que como o prório nome indica, é para quem canta de galo! :)
Situado na Rua do Noronha, não muito longe do conhecido Trumps, e aberto desde o passado dia 30 de Agosto, suscitou-nos a curiosidade e fomos conhecer... Antes da uma da madrugada (pois paga-se 5 euros com duas bebidas inclusas) para evitar termos de pagar mais caro para entrar (7,5€). À chegada a primeira novidade: trata-se de uma associação cultural, e por isso só entram associados, e por isto tivemos de nos tornar sócios... O processo é gratís e foi-nos entregue um cartão com o nosso número de associado... Depois entramos, e a decoração salta à vista... Ou melhor, a falta de decoração salta à vista, as paredes todas pretas, bar do lado esquerdo, e uma pista de dança ladeada de um grande sofá (também preto) e uma luz a colorir a pista (uma luz um pouco irritante, diga-se de passagem). Continuamos ao som de boa música (sem DJ), e ao lado da pista, por detrás de uma parede (preta!) encontramos uma série de cabines todas alinhadas... Demasiada luz digo eu, para um lugar de suposto engate... Desce-se as escadas e entramos no quarto escuro (preto), chamada a zona de cruising, e nada de especial... Tudo preto, amplo, uma parede de um dos lados a criar mais um outro espaço com cabines... Muita luz novamente, digo eu, para um lugar de engate... E a história deste local é isto: tudo preto! :)
A casa abriu à pouco tempo e isso poderá justificar estar praticamente vazia, mesmo assim foi chegando pessoas que, como nós, iam conhecer o local. Na minha opinião faltam várias coisas, dentro do conceito da coisa e do que vou conhecendo pela Europa: sitios para pousar copos, o quarto escuro mais escuro ainda e que devia ser subdividido em pequenas salas, tipo labirinto, penso que ficaria melhor... Falta decoração, o minimalismo tem limites e ali percebe-se que não se investiu nessa área... E obviamente faltam pessoas, pois são elas que fazem o ambiente. É uma alternativa e um local com características que vem complementar a oferta que existe em Lisboa... Sugiro aos sócios dirigentes que promovam espectáculos culturais, como o que aconteceu ontem na Construction Bar com Live Act que se encaxaria muito melhor neste espaço do que na Construction...
Visitem o espaço em Lisboa, ou então o sítio web em http://www.thecocklisbon.pt/
Na verdade estamos juntos há 11 anos, mas hoje comemoramos o segundo aniversário de casamento... É mais um pretexto de comemoração, mas no nosso caso, foi mesmo um dia muito especial... Não só por aquilo que todos os noivos sentem e vivenciam nesse dia, mas no nosso caso em concreto foi mais do que isso... Houve demonstrações de amor muito fortes, demonstrações de amor incondicional e que vence todas as barreiras, mesmo as do preconceito por vezes tão difícieis, nomeadamente para os menos novos... Não esqueço que estivemos rodeados de amigos, bons amigos, mas também de toda a família mais próxima e que sentimos o amor sincero e a felicidade por aquilo que estava a acontecer ali... Foi provavelmente o dia da minha vida em que mais chorei, mas foi um chorar tão bom... Abracei a maioria das pessoas sempre a chorar, pois senti-me de facto muito emocionado por termos chegado ali...
Hoje, passados dois anos, perguntarão "o que mudou?".... Nada! Já viviamos juntos... Penso que passamos a ser mais um casal para os que convivem connosco, e sentimos essa normalidade, principalmente da família...
E agora é sempre a somar!
O AMOR esse continua presente, e só assim faz sentido... Venham muitos mais anos (que valham a pena!) juntos!
Amo-te lindo!
Todos diferentes, todos iguais... Ou não! :)
Até eu que não acredito em Deus me deixo seduzir por este Papa Francisco, que mostra uma atitude bastante mais aberta, conciliadora e fraterna para com o seu rebanho... Para além dos constantes atropelos aos protocolos, tem mostrado uma forma diferente de estar e temo até que essa diferença possa vir a ter mau resultado para si próprio... Espero estar enganado, no entanto queria registar aqui esta notícia que se pode ler em http://visao.sapo.pt/papa-francisco-quem-sou-eu-para-julgar-os-gays=f743295 e que nos conta a forma aberta e conciliadora com que Papa Francisco se referiu aos gays no seu regresso depois da sua passagem pelo Brasil. Não é a primeira vez que o faz, mas mesmo não aceitando, respeita e tem um discurso não homofóbico! Queira Deus (ehehehe) que ele assim continue pois, pelo que vejo até este momento, ainda vamos ter muitas surpresas vindas deste Papa!
:)
O ano passado não tive oportunidade, mas este ano fui ao Arraial, até porque isto de morar na Capital facilita a mobilidade e dá-nos uma certa liberdade para bebermos o que nos apetecer!
Para quem foi, testemunhou de certeza o intenso calor que se fez sentir... No cais das colunas dava para refrescar um pouco, mas não muito! Quanto à festa, havia de facto muita gente, muitos bares, e muita música! Para mim a animação de DJ's não é algo que me faça estar em frente a um palco a curtir o som, preciso de ver uma banda ou então ter um artista que comunique connosco... Estranho até como não apostam em algum concerto com uma artista de qualidade? O arraial já merece! E pronto, como estava a ficar uma seca estar em pé, não ficamos até muito tarde e regressamos a casa "cedo". Ah, já me esquecia, desta vez não dei conta dos travestis que normalmente aproveitam esta oportunidade para dar um ar da sua graça (e a imprensa adoraaaa!!!!) como normalmente costuma acontecer!
Para o ano há mais! :)
Felizmente os últimos tempos têm sido frutuosos em encontros familiares, nomeadamente com a família do lindo, nem sempre pelas melhores razões. Mas os encontros familiares trazem sempre as apresentações a pessoas que não conhecemos... "Este é o amigo do ..." ou "Este é o ..." é o que mais ouço, não só na família dele mas também na minha... E nós já somos casados e a maioria terá ido ao nosso casamento... Mas custa sempre dizer que eu sou o companheiro ou marido. Não levo a mal, obviamente, mas gostava que fosse diferente!
Quiçá um dia... :)
A Susana acha que aquele empregado de mesa é gay. Eu acho que não. Ela acha que sendo ele tão simpático, tão falador e ter alguns tiques físicos que não há dúvida que é gay. Eu acho que não. Ela já o viu a beijar uma rapariga mas acha que ele ainda não saiu do armário. Eu acho que não. Ela diz que não tem dúvidas. Eu acho que não.
Que importa isso? Nada... :))