Ontem saimos com duas amigas nossas de longa data, e elas acompanharam-nos até à discoteca Construction, onde, por engano meu, pensávamos estar a decorrer uma festa dos anos 80. Ao entrarmos apercebemo-nos que não mas isso não mudou o espírito da coisa e fomos dançar. Até aqui tudo normal, havia muita gente (muita gente mesmo!), mas houve um acontecimento que nunca me tinha acontecido e que acabou por acontecer ontem: deparei-me com um antigo amigalhaço da universidade, com quem partilhei muitas farras, e que estava a dançar na pista da discoteca (gay)?! "Estás aqui????", foi a minha primeira reação... Depois deste encontro reparei que ele foi de imediato embora, o que deixou a pensar se não teria sido uma situação terrível para ele?! Isto porque me recordo perfeitamente de ter algum receio de encontrar pessoas nestes locais noturnos quando eu não queria que se soubesse que eu era gay... Para os que por vezes saem com medo ou que decidem mesmo não saír, lembrem-se se sempre que o espaço é partilhado por ambos, ou seja, por ti e por quem te cruzas... Logo estão ambos do mesmo lado e não há que haver receios! ;)
Não acompanhei o programa "A tua cara não me é estranha" da TVI, que punha pessoas famosas a imitar cantores, mas obviamente fui acompanhando pelo youtube as actuações tanto da Luciana como do FF. A Luciana não tem nada a provar a ninguém, goste-se ou não tem um vozeirão de invejar e é uma artista feita, mas o FF, com o decorrer dos programas, espantou tudo e todos com as suas interpretações tanto de cantores masculinos como femininos. O programa segurou-se (suponho eu) pela qualidade destes dois artistas, e o público não ficou indiferente a esse "combate" de popularidade. Findo o programa, Luciana foi considerada a vencedora por decisão do porta-voz do júri (seu fã assumido). Penso que não foi mal entregue, mas penso que o FF pelo caracter do programa, esteve talvez ele sempre mais dentro do objectivo: imitar. Nestas coisas, as revistas cor de rosa, como sabemos não deixam escapar nada, e encontraram o "amigo especial" de FF, com quem supostamente este mantém uma relação. E fico contente por esse facto, porque é bom, para quem vê este tipo de programas mais populares, que vejam e apreciem as qualidades de alguém, votem em massa nessa pessoa, e que esta se venha a revelar (ou ser revelada) como sendo gay, não porque devemos saber, mas para cada vez mais a sexualidade ser apenas um pormenor... Bom, não sei se me faço entender, mas não importa!
Partilho por curiosidade, as duas últimas actuações dos finalistas (Luciana e FF) onde para mim pessoalmente, e mais uma vez, se confirma o que acabo de dizer! :)
É impossível não falar sobre este assunto... Ao que parece Cláudio Ramos já assumiu a sua homossexualidade e relação amorosa com o modelo Pedro Crispim. Todo o mundo sabia que Cláudio Ramos era homossexual menos ele... Ou então, se já sabia, porquê negar sempre? Um rapaz que vive do social e de comentar a vida dos outros, acaba por ter que assumir algo que sempre negou. Não tendo ele obrigação nenhuma de assumir seja o que for, mas sendo ele uma figura pública, das duas uma: ou não falava sobre o assunto ou assumia... Agora negar é bastante mais feio! Enfim, há tantos como ele...
Mas há uns que disfarçam melhor e outros, como o Cláudio, que não dá para não notar!
Mesmo assim, mais vale tarde que nunca!
Toda a notícia em http://dezanove.pt/346717.html
Um dos posts mais lido deste blog é o "Gostar de homens mais velhos", e talvez não seja por acaso. Para além do facto natural de na maioria dos casais haver diferença de idades, há muita gente que procura parceiros ou parceiras mais velhos(as) (substancialmente mais velha, de outra geração, mais de 10 ou 15 anos de diferença). Não há qualquer mal nisso, da minha perspectiva. Não existem regras nem idades para se gostar de alguém. O caso porém pode mudar de figura quando falamos de jovens adolescentes que procuram "homens maduros" e vice-versa, e onde por vezes chegamos a apelidar de pedofilia (mas que na realidade pode não ser!). Um homem de 30 gostar de um rapaz de 15 anos é repreensível? Bom, talvez não seja pedofilia porém é muito importante analisar como decorre a relação e se em algum momento o adulto não abusou física ou mentalmente de um jovem imaturo de forma a obter algum tipo de retribuição (normalmente de cariz sexual, quando mal intencionados). Portanto cada caso é um caso, e os pais, têm obrigatoriamente que estar atentos para prevenir alguma situação de abuso, e isso não se faz discriminando ou repeendendo o filho, mas sim conversando e ajudando a orientar o filho.
O retomar deste assunto não vem do acaso... Infelizmente acompanho há já uns anos a história de um adolescente - vou chamar-he João - que vivia com a mãe numa cidade do interior tendo o pai em Lisboa (pais separados portanto). Na altura em que decidiu saír do armário foi rejeitado pelo pai, e ouviu tudo da mãe, tudo aquilo que não precisamos de ouvir nestas alturas. O rapaz recorreu ao blog ser gay para conversar e obviamente acedi a ajudar como podia. Não pude fazer grande coisa, mas nestas ocasiões, saber ouvir e aconselhar é por vezes a maior ajuda possível. Enviei uns livros para ele ler, o que fez com agrado e devolveu. Depois, apareceu um namorado, bem mais velho, com o dobro da idade, por quem acabou por se apaixonar. Com pouco ou nenhum apoio em casa, não foi difícil de convencer a ir para outro país. Assim foi... E o que parecia fazer sentido, começa agora a revelar-se quiçá uma história com final infeliz. Ontem conversamos e o namorado conseguiu envolver e convencer um familiar, menor, homossexual, para fazerem sexo a três... E o João, forçado psicologicamente, indefeso e longe de qualquer apoio emocional, cedeu... E agora vem um pedido de continuar a relacionar-se com o tal familiar menor, e surgem vómitos de nervos e de não saber o que fazer... Espero estar redondamente enganado, e torço para que seja apenas uma má fase do João.
E isso era o que eu queria realçar, ver o que um lar desequilibrado pode levar um miudo que (embora inteligente e esperto) não resistiu a procurar outros portos de abrigo fora de casa (e do país), portos de abrigo que escondem mares revoltos e que em tempo de tempestade podem matar...
Força João, tudo de bom!
Disposto a desfazer rumores sobre a sua sexualidade, o jornalista da ABC, Dan Koeffler, decidiu revelar ser homossexual em directo.
“Zachary Quinto tem 34 anos, eu 35… finalmente posso talvez esquecer a minha norma de não sair com actores”
O lindo encontrou este vídeo... Um pequeno sketch teatral, onde se mostra de uma forma leve como muitos heterossexuais estão loucos à espera da primeira oportunidade para saír do armário. Fica o vídeo:
Podem ver todos os vídeos publicados no blog, AQUI
Ele há de tudo neste mundo, e pessoas com muita imaginação é o que não falta por aí. Dei com esta notícia e pelo ridículo da situação não pude deixar de partilhar... Basicamente, estava a circular no mercado de aplicativos para Android da Google, uma aplicação para as mães que queriam saber se o seu filho é gay, através da resposta a 20 perguntas. Nunca foi tão fácil... Tanta gente a dissertar sobre o assunto e eis que com 20 perguntinhas apenas se sabe se o filho é gay! Bom, a aplicação já foi removida pela Google, e os seus criadores defendem-se que a aplicação tinha como objectivo ser lúdica e não ser levada tão a sério... A verdade é que no final do teste, e caso fosse negativo o resultado, a mensagem mostrada seria “Não tem motivo para se preocupar, o seu filho não é gay, é possível que venha a ser uma avó com todas as alegrias que isso implica”... Ok,o mesmo melhor é não levar a sério! Ah, mas os criadores defendem-se com a resposta positiva ao teste: "Não precisa de pensar mais! Ele é gay! Aceite-o!".
Partilho também (porque sou um querido!) as 20 perguntas...
- Ele gosta de se vestir bem?
- Dá importância às roupas e às marcas?
- Ele gosta de futebol?
- Antes do seu filho nascer, desejou que fosse uma rapariga?
- Alguma vez participou numa luta?
- Lê revistas desportivas?
- Tem um melhor amigo?
- Gosta de desportos de equipa?
- Ele é modesto?
- Ele gosta de divas da música?
- Passa muito tempo na casa de banho?
- Ele tem piercings no nariz, língua ou orelha?
- Ele gasta muito tempo a preparar-se antes de ser visto em público?
- Alguma vez se questionou sobre a orientação sexual do seu filho?
- Você é divorciado?
- Ele gosta de comédias musicais?
- Alguma vez lhe apresentou uma namorada?
- É muito autoritário com o seu filho?
- Na família, o pai está ausente?
- Quando era criança, o seu filho era tímido?
- Ele tem uma relação próxima com o pai?
A petição online promete tornar-se um sucesso... Becas & Egas devem casar depois de tantos anos juntos e a dormirem no mesmo quarto, chegou a hora de saírem do armário. Eu acho muito bem, e portanto já assinei a petição online para o efeito. Podem fazer o mesmo AQUI! Depois de muitos rumores chegou a hora de também eles, mesmo sendo bonecos animados assumirem a relação e casarem! Querem melhor forma de abordar o assunto com as crianças?
Bom, para quem não leu, talvez seja melhor começar pelo início, ou seja por este post.
E agora continuando...
Na segunda visita ao meu avô, depois de ele já saber, o meu avô sai-se com esta, com o quarto cheio de família "Onde está a tua mulher...? Ou o teu homem, não sei como diga..!". A minha mãe tratou logo de lhe encher a boca com comida para ele parar a conversa, e eu também não percebi muito bem o propósito daquela pergunta... Na terceira e última visita que fiz, queria ficar a sós com ele, para caso ele quisesse dizer ou conversar sobre o assunto o podermos fazer à vontade. Assim foi, todos sairam... Ficou silêncio no quarto, e eu estava ao lado da cama dele, encostado à parede, e ele, ficou parado, imóvel, a olhar para mim, com muita tranquilidade no olhar... Depois esboçou um sorriso e perguntou: "Então sempre vais casar com ela...?", ao que respondi "Ela não avô, ele!". Ele parou um pouco para pensar e perguntou "Mas qual de vós é mulher? Ou foi mulher? Qual é que mudou de sexo?". Aquela pergunta era reveladora, na cabeça do meu avô, um de nós tinha que ter sido mulher para estarmos juntos. Tentei explicar "Nenhum de nós foi mulher. Somos dois homens. Eu e ele."... Silêncio novamente... "Ai é? Então qual é o nome dela, ou dele?". Respondi "_____, o nome dele é _______". De novo silêncio... E de novo uma pergunta "Então com que nome foi baptizado?", "Com o mesmo" disse eu. "Então diz-me lá de novo o nome dele!"... Pediu-me depois para escrever o nome de todos os netos e dos companheiros, para não se esquecer. Abraçamo-nos, e ele desejou-me toda a felicidade e sorte do mundo. Foi comovente... O meu avô com quase 90 anos de idade, estava ali a tentar perceber como é um relacionamento entre homens, tudo porque (acredito eu) gosta de mim... E ao fim e ao cabo, nada mais importa pois não?
:)
O desejo dos pais em ter uma filha ou um filho é natural e é obviamente condicionado por uma série de factores. Eu era para ter saído menina e saí rapaz. Fui, ao que parece, uma grande desilusão nesse sentido, pois a seguir ao filho mais velho (que é oito anos mais velho do que eu) a vontade de ter uma menina era assumida. Esse desejo tão grande poderá (quiçá) ter até influenciado a minha educação, no sentido em que a minha mãe supostamente nunca desconfiou que eu poderia ser "diferente", mesmo com aqueles sinais mais óbvios de que já falei aqui anteriormente... Talvez o facto de eu poder ser um pouco "feminino" fosse dentro da cabeça deles considerado normal devido a essa vontade enorme de ter uma menina. Enfim, o tempo passou, e na verdade o filho deles não saiu menina mas saiu homossexual o que viria a revelar-se uma desilusão ainda maior. Mas assim como assumiram que o seu filho não era menina mas sim um menino e conseguiram viver felizes com isso, também agora, depois da desilusão de saberem da minha orientação sexual, conseguem viver felizes acompanhando e apoiando a minha relação com o lindo. Agora, há uns meses atrás, num encontro de família, falei com uma irmã da minha avó materna, falecida quando eu tinha pouco mais que dois anos, e que - segundo o que me dizem - me criou e tinha um carinho especial por mim e eu (obviamente) acredito nisso e tenho muita pena de não me recordar dela. Faleceu com muita dor e sofrimento e mesmo não tendo qualquer recordação dela, visualizo-a muito na minha cabeça e penso que ela me acompanha sempre. Houve uma altura na minha vida em que tive a paranóia dos espíritos e tentei de tudo para comunicar com eles, e a pessoa que eu pedia sempre para comunicar comigo era ela... Fiz isso dias e dias seguidos até que obtive uma resposta! Bom, adiante... Dizia eu que falei com uma irmã dela, que me disse "Tenho ali uma carta que a tua avó escreveu pouco tempo depois de nasceres, queres lê-la?". Fiquei muito ansioso e obviamente que respondi que sim. Ela foi buscá-la... Foi uma grande emoção ver e ler aquela carta. Nela, a minha avó contava à irmã o que se passava com toda a família, e anunciava o meu nascimento. É esse pequeno trecho que hoje partilho aqui...
Aconselho vivamente este filme... Fomos vê-lo hoje (cinema, teatro e livros não têm abundado por estes lados, por falta de tempo!!!), a um dos dois sítios onde se encontra em exibição na zona de Lisboa: El Corte Inglês e Centro Comercial Fonte Nova. Um filme italiano, que conta a história de uma família típica, abastada, com negócio de família, e em que os dois descendentes machos não são bem aquilo que o pai (e mãe) esperavam deles. Com grandes momentos de humor e momentos tocantes, penso ser um filme que não se vão arrepender de ir ver!
Partilho o trailler... :)
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Ontem ouvi emocionado (não consigo bem explicar porquê) na rádio, que o conhecido "Homem do Adeus" tinha morrido... Para quem não sabe, este senhor, estava sempre numa conhecida avenida de Lisboa, pela noite dentro a fazer adeus a quem passava de carro e distribuindo sorrisos. Muita gente retribuia...
Eu lembro-me de há muito tempo, talvez desde que vim para a Capital de o ver, de quando em vez... Para além de achar aquilo caricato, pensamos (ou esta sociedade em que vivemos leva-nos a pensar) que era um maluquinho... Mas ao mesmo tempo pensava que mesmo sendo maluquinho, ainda bem que lhe tinha dado para fazer uma coisa tão bonita e desinteressada!
Hoje não resisti a ler uma crónica que saiu sobre ele, no DN, em 2003, e percebo que de maluquinho ele não tinha nada... Porém, como eu tinha também imaginado, era uma pessoa só, e aquele comunicação que ele adoptou por mero acaso (a partir de 2000) acabou por ser a sua fuga à solidão...
Segundo a crónica "João nasceu no seio de uma família muito rica.Até aos dez anos, viveu num enorme palacete daTomás Ribeiro", e constata que foi "criado numa redoma de vidro". Tudo começou "depois da morte da mãe". Enfim, lanço o repto para lerem a história dele... A história dele que àparte da coragem e "loucura" do adeus nas ruas de Lisboa, será com certeza uma história igual a muitas outras... As palavras dele, denotam até (na minha perspectiva) um saír do armário que nunca aconteceu... Diz a crónica:
Admite que o que faz "não é muito normal", mas não passa sem isso. É o remédio que lhe permite disfarçar a solidão que o consome e o faz olhar para o passado com arrependimento, por não ter ousado viver a sua vida em vez da dos outros. "Às vezes penso que foi tudo inútil..." No baú dos sonhos perdidos, jaz o curso que não tirou, o trabalho que nunca fez, os filhos que não teve e, pior, o grande amor que nunca conheceu. "Sinto-me só. Incompleto. Como se algo estivesse a falhar."
Penso que depois de ler a crónica percebi porque fiquei emocionado ontem ao ouvir a notícia da sua morte... Talvez porque mesmo não sabendo a história dele, pressentia que por detrás de um bonito adeus, poderia estar (e estava!) uma história com final triste...
Fica aqui o meu "adeus"...
A AMPLOS (Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual) pretende ser um ponto de encontro de pais com filhos LGBT, de forma a juntos discutirem e conversarem sobre a "novidade" com que muitos pais são brindados quando os seus filhos assumem a sua orientação sexual. Ontem o encontro foi em Lisboa, e como há muito que tinha curiosidade de presenciar um destes encontros, não perdi esta oportunidade. O tema da sessão aberta era sobre o Bullying. Gostei muito da simplicidade com que tudo decorreu. Sem formalismos, o Paulo e a Margarida - pais de filhas lésbicas, foram os impulsionadores da criação da AMPLOS, e são a cara da mesma - conduziram os participantes para a sala onde os convidados a falar foram tomando a palavra ao longo de duas horas. Uma psicóloga, a rede ex-aequo, a ILGA e a OPUS GAY estavam representados e todos deram algumas palavras ou depoimentos aos quase 15 pais presentes. Alguns pais intervieram também... A AMPLOS é sem dúvida uma excelente iniciativa, mas pelo que ouvi, estão com alguma dificuldade em chegar e fazer passar a sua mensagem junto de pais com filhos LGBT. Percebeu-se que o Paulo e a Margarida têm imensa vontade e gostaria de ter uma forma de encontrar os pais... Quanto ao bullying, foram adiantados alguns sintomas a que os pais devem estar atentos, e apresentados alguns casos concretos. Refiro um, que uma mãe presente deu eco: "O meu filho tem 16 anos. Assumiu a sua homossexualidade. Desde esse dia as aulas de educação física começaram a ser um problema, pois os colegas não querem que ele entre no balneário dos homens, é mandado para o das mulheres. Ele nunca tinha tido problemas em Educação Física e agora as notas estão a baixar. Contactei com o director de turma e a professora, e disseram que iam tratar do assunto...". Certo é que a situação não se alterou, e uma das conclusões que se tirou é que os próprios professores não sabem como lidar com este tipo de situações. Deveriam ter formação ou ter alguém a quem recorrer. Outro dos intervenientes, foi um agente da polícia representante da associação de polícias gay, que desafiou a rede ex-aequo a incorporar nas suas acções de formação pelas escolas do país a convidarem o Projecto Escola Segura a estar presente. Percebeu-se do testemunho do agente, que o bullying está também presente no trabalho, e que é muito complicado por vezes lidar com isso!
Bom, posto isto, desafio os leitores que informem os pais que existe esta Associação, a AMPLOS, e que se tiverem oportunidade devem entrar em contacto e participar.
Temos de apoiar as (boas) iniciativas que vão surgindo!
Associação AMPLOS: http://amplosbo.wordpress.com/
Partilho o trailer do filme que fomos ver no passado Sábado, no âmbito do Festival de Cinema da Rede ex-aequo, na Cooperativa Cultural em Lisboa. Para além de ter conhecido um espaço novo e bastante interessante, o filme acabou por fazer largar umas boas gargalhadas. Trata de forma leve a maoria dos preconceitos e estérotipos das lésbicas e gays (com maior incidência nas lésbicas). Fica-se bem disposto a ver o filme!
Recomendo!
Todos os vídeos do blog podem ser vistos AQUI
Nestes últimos dias tenho acompanhado de perto a vida do C., de 17 anos, filho de pais separados, e que acidentalmente a sua madraste descobriu que o C. tem um namorado, ou seja, descobriu que o C. é homossexual. Sendo filho de pais relativamente novos, pensei que o drama pudesse ser mais inventado nas nossas cabeças do que aquele que efectivamente iria acontecer... Pensei muito mal... Certo é que a madrasta tratou de contar ao pai que no próprio dia saíram para festejar (ou pelo menos beber um copo) e regressaram directos para o quarto sem o C. ter ouvido a reacção do pai. Mas no dia seguinte.... O pai tratou de lhe tirar o telemóvel, a internet e acompanhou as acções com frases do tipo "Tens de te curar!" ou "És um anormal". Sabemos - quem assume - que temos de estar preparados para ouvir este tipo de coisas, mas obviamente custa sempre muito. O C. ainda ficou baralhado e por momentos acredito que tenha achado que se calhar o pai tinha razão. Em conversa comigo, aconselhei-o a ter calma e paciência que estavam a reagir a quente e que mais tarde ou mais cedo tudo regressaria à normalidade. Visto que a mãe ainda não sabia, aconselhei-o a telefonar para a mãe a contar, antes que terceiros (pai e/ou madrasta) o fizessem. Tarde de mais, porque a mãe soube... Como a mãe também é nova pensei que fosse ela a salvar a honra do convento, apoiando (dentro do possível) o filho... Mas não, mais uma vez frases como "Eu não te criei para isto!", "És a minha vergonha!" ou coisas ainda piores foi o que ele recebeu. O C. mesmo assim manteve-se firme e hirto. As consultas foram sugeridas pelo pai e pela mãe, para tratar a "doença" do filho e o próprio médico de família disse que (espantem-se!!!!) "não é normal" e que deveria consultar pedo-psiquiatra. Aconselhei-o a aceitar ir a todas as consultas, desde que os pais o acompanhem (deve ser uma condição!) pois se for um profissional a sério que os atenda, o médico irá direccionar a consulta para os pais e não para o homossexual.
A consulta está marcada!
Força C., é uma fase complicada mas vais ver que tudo vai acabar bem!
Abraço
Ao fim de tantos anos de rumores, eis que Ricky Martin assume que é homossexual no seu blog pessoal.
Para quem tinha dúvidas...
Meninas, esqueçam o rapaz! Este é dos nossos! :P
If someone asked me today, "Ricky, what are you afraid of?" I would answer "the blood that runs through the streets of countries at war...child slavery, terrorism...the cynicism of some people in positions of power, the misinterpretation of faith." But fear of my truth? Not at all! On the contrary, It fills me with strength and courage.
To keep living as I did up until today would be to indirectly diminish the glow that my kids where born with. Enough is enough. This has to change.
Every word that I write in this letter is born out of love, acceptance, detachment and real contentment. Writing this is a solid step towards my inner peace and vital part of my evolution.
I am proud to say that I am a fortunate homosexual man. I am very blessed to be who I am.
Versão integral em: http://www.rickymartinmusic.com/portal/news/news.asp?item=114532
Terminei há algumas semanas atrás, de ler o livro "O Fruto Proibido" de autoria de Rita mae Brown. Retrata a história de uma lésbica que no decorrer da sua vida, no meio de muita aventura e desventura, encara a sua sexualidade de uma forma bastante normal. Com uma personalidade muito forte e com objectivos bem concretos, ela (quase) não olha a meios para alcançar os seus fins.
Foi a primeira vez que li um livro a retratar a homossexualidade de uma mulher, e tinha curiosidade nisso... Saber se os problemas com que nós homossexuais homens são idênticos aos que as mulheres lésbicas enfrentam. E a conclusão a que cheguei é que sim! O saír do armário é sempre complicado, seja homem ou mulher, mas fiquei com a sensação de que não existe tanto drama relativamente à orientação das mulheres.
É mais bem aceite...
Todos os posts sobre livros podem ser lidos AQUI
Ainda o mesmo assunto... Para partilhar uma reportagem que poderá ter sido a história de muitos jovens, mas que espero ser cada vez menos uma história actual... A religião por vezes (infelizmente, muitas vezes!) é a primeira a plantar o ódio, a discriminação, a desigualdade de quem não segue as suas normas... O caso do vídeo que agora partilho é fruto disso mesmo, e sabe Deus, e esta mãe, o quanto desejariam que o tempo voltasse para trás...
Todos os vídeos do blog e outros disponíveis no novo canal youtube do blog AQUI.
Há muito tempo que queria abordar com a minha sobrinha o assunto da homossexualidade... Já aqui trouxe o tema várias vezes... As dúvidas de quando a conversa deve ocorrer, qual a melhor altura, se deve ocorrer, etc são questões que surgiam na minha cabeça. Achei sempre que a conversa iria um dia surgir de forma natural, até porque com os 11 anitos que ela tem, já vai começando a perceber as coisas...
Hoje, numa conversa no messenger, ela segredou-me que estava a gostar de um rapaz... Tocado pelo desabafo e ao mesmo tempo super feliz por ver que ela me tem a mim também como confindente e como pessoa de confiança, aproveitei para lhe dizer: "Sabes de quem o padrinho gosta?".... Ehehehe! Bom, partilho - porque acho bonito e quero que fique registado aqui no blog - a conversa que tive com ela... :))
Sobrinha diz:
alô
Eu diz:
tudo bem???
Sobrinha diz:
estas bom
sim e tu
Eu diz:
também
que se faz?
Sobrinha diz:
trbalho de hgp
e tu padrinho
Eu diz:
eu nada
acabamos de jantar
Sobrinha diz:
eu também
Eu diz:
alguma novidade?
Sobrinha diz:
sim
Eu diz:
conta
Sobrinha diz:
nao podes contar a ninguem
a minha mae tambem sabe
e mais ninguem para alem dela
Eu diz:
entao?
eu nao conto
podes confiar
Sobrinha diz:
gosto de um rapaz
Eu diz:
hihihihi
a sério?
é da escola?
Sobrinha diz:
sim e da escola
Eu diz:
e ele sabe?
Sobrinha diz:
sabe
Eu diz:
namoram?
Sobrinha diz:
nao
Eu diz:
hihihi
parabéns então
é bom gostar de alguém
Sobrinha diz:
pois é
Eu diz:
eu também acho
sabes de quem o padrinho gosta?
Sobrinha diz:
acho que sei
Eu diz:
entao?
Sobrinha diz:
o _____
certo
Eu diz:
como é que adivinhaste?
Sobrinha diz:
eu ja desconfiava
desde do inicio
Eu diz:
sim?
Sobrinha diz:
sim
Eu diz:
e o que achas?
Sobrinha diz:
fixe
Eu diz:
LOL
Sobrinha diz:
nao tem nenhum mal
lol
Eu diz:
pois, sabes que nem toda a gente pensa assim
Sobrinha diz:
entao e porque as pessoas nao sabem o que dizem
Eu diz:
fico muito feliz por saber que não te importas... É muito importante para mim
Sobrinha diz:
pois
claro
e porque haveria de me importar
Eu diz:
sei lá... ouve-se tanta coisa... e tu podias não gostar ou ter vergonha de eu gostar de um homem...
Sobrinha diz:
nao^
Eu diz:
quando é que descobriste?
Sobrinha diz:
2 anos
1 ano
no ano passado
Eu diz:
como?
Sobrinha diz:
entao vi que
moravam na mesma
casa
dormiam no mesmo quarto
estavam juntos
e
mais
Eu diz:
ok ok
pois...
Sobrinha diz:
nao preocupes que eu nao tenho nenhum mal
Eu diz:
ok
quero estar a par dessa tua paixão...
quando precisares de falar já sabes
Sobrinha diz:
sim
ja sei
Esta semana a revista VISÃO traz na sua edição uma reportagem sobre a Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual, a AMPLOS que já referi aqui no blog. A partilha de experiências entre pais é muitas vezes a melhor forma de compreender, respeitar, aceitar a homossexualidade do filho. Obviamente que a maioria dos pais não está preparado para ter um filho gay, mas cada vez mais o assunto deixa de ser tabu, e mesmo estando nós (aidna) longe da não discriminação, do não preconceito, a verdade é que com o tema cada vez mais abordado na imprensa, o assunto vai perdendo a sua carga dramática e negativa...
Deixo-vos o relato na primeira pessoa, de uma mãe, a Margarida (Presidente da AMPLOS), que tem uma filha lésbica.
Adicionalmente, a mesma revista, dá a conhecer esta semana, as principais recomendações para os pais que descobrem que têm um filho homossexual. O terapeuta familiar Pedro Frazão, 33 anos, é o autor de um estudo sobre este tema, e partilho as conclusões a que ele chegou:
Manual: quando o seu filho lhe diz que é gay
O QUE NÃO DEVE FAZER:
*Transmitir ao adolescente/jovem adulto de que se trata apenas de uma fase e que com o tempo vai voltar a ser heterossexual, desvalorizando todo o trabalho de preparação que o jovem fez para partilhar com os pais o que sentia
*Criar um pacto de silêncio sobre as questões relacionadas com os afectos e sexualidade dos jovens
*Criar um clima de confrontação e hostilidade que faça o adolescente/jovem adulto sentir-se ainda mais isolado do que já se sentia antes do coming out ("sair do armário")
*Fazer ameaças de que ou o adolescente muda a sua orientação sexual ou é afastado da família ou expulso de casa
*Proibir o adolescente ou jovem adulto de se encontrar com os seus amigos ou namorados(as) que muitas vezes são apontados pelos pais mais intolerantes como responsáveis pela situação
*Fazer formulações culpabilizantes de que os filhos são gays ou lésbicas porque os pais falharam ou porque a orientação sexual dos filhos resulta de experiências infantis (ex: a mãe estava demasiado próxima e o pai era distante)
*Fazer comentários homofóbicos e que ridicularizam pessoas gays ou lésbicas
*Procurar psiquiatras e psicólogos com o objectivo de mudar a orientação sexual dos filhos
O QUE DEVE FAZER:
*Criar um contexto seguro para que o adolescente ou o jovem adulto fale abertamente sobre os seus sentimentos
*Assumir que, à semelhança do que foi vivido pelos filhos, os pais também necessitam de tempo para se adaptar à nova realidade
*Procurar informação especializada sobre questões relacionadas com a orientação sexual
*Se necessário, procurar um profissional de saúde mental especializado em questões de sexualidade
*Conhecer gays e lésbicas que lhe possam assegurar que uma orientação sexual minoritária não é um problema e que lhe mostrem que essas pessoas podem ter vidas completas como homens e mulheres a todos os níveis
*Procurar outros pais que têm filhos gays e lésbicas e que viveram situações semelhantes