Quinta-feira, 16 de Janeiro de 2020

Engates online. Ontem, hoje e amanhã.

Já por aqui disse mais do que uma vez que o meu relacionamento (que completará este ano 18 anos!) começou através do site de engates Gaydar e resultou! Continuo a acreditar, talvez cada vez mais pela força das circunstâncias, que os sites de encontros online são uma boa alternativa para os que (cada vez mais) não têm tempo ou possibilidade ou vontade de sair para a rua para locais de diversão para conhecer pessoas. Hoje em dia, na comunidade gay, um dos que mais ouço falar é no Grindr e como não tenho conta criada não sei dizer bem como funciona, porém não será muito diferente do que havia na altura, sendo que agora se usa mais no telemóvel (com apps) e usando a funcionalidade de GPS que nos diz exatamente, quem está ao nosso redor (registado no site). São algumas facilidades adicionais e que imagino que facilitem ainda mais que se trave conhecimento. Porém, e era aí que queria chegar, o Facebook, para mim, sempre foi e é uma rede social no verdadeiro sentido da palavra. Uso-o para partilhar com quem quero (amigos ou alguma selecção de pessoas) cenas pessoais, mensagens, ideias, desabafos e encontrar pessoas que por ventura eu tenha perdido o rasto e outras novas que me vão surgindo. E é neste ponto, que por estas últimas semanas tenho percebido que afinal o Facebook é também mais do que uma rede social "normal". Isto porque iniciei um pequeno projecto pessoal de decoração, o AzulejosPT, e fiz publicidade da página no Facebook deste negócio num grupo Queer, que por causa disso me deu alguma visibilidade nesse grupo que originou uma série de pedidos de amizade. Fui aceitando esses pedidos de amizade (com a tag de #conhecidos) com o interesse de os convidar a seguirem a página do AzulejosPT. Lá devo ter aceite alguém muito bem cotado, que comecei a receber pedidos em grande número, a chegar aos 100 por dia. Deu-me jeito confesso pois foram todos convidados para conhecerem o meu projecto pessoal. Porém (tudo isto para chegar aqui!), comecei a ser abordado de forma bastante regular por estas novas amizades, via Messenger, e de muitos olás, respondi a alguns, e em quase todos começava por receber piropos e com duas ou três frases, chegava-se logo à parte tão usada do "dd tc" e já sabia para onde ia evoluir a conversa. Obviamente que aos poucos que respondi disse que era casado, alguns resistiram mas a maioria (obviamente) foi-se! Não fazia ideia que o Facebook era tão usado para engates como me parece (agora) que é! A mesma coisa se deve passar com o Instagram embora eu não tenha essa experiência. Isto leva-me a crer que as coisas, nesta vertente, afinal não mudaram muito e (quiçá!) ainda bem! Sendo que, nada como ao vivo e a cores, o chat deve ser apenas o pontapé de saída. Um dia contarei uma história que tive conhecimento de grande burla online, relacionado com este tipo de chats de encontros...

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publicado por cristms às 22:38
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Terça-feira, 14 de Janeiro de 2020

Day after!

Hoje, o dia seguinte a ter dado a novidade aos meus pais, meti conversa com a minha mãe para saber como estavam a digerir a coisa. Como já imaginava e sabia, a minha mãe é a melhor do mundo e sou verdadeiramente um sortudo por ter esta mulher na minha vida. Deixo a nossa conversa de hoje que me deixa de coração cheio:

Mãe - Olá! Tudo bem por aí?

Eu - Tudo e por aí?

Mãe - Tudo ok!

Eu - Contentes com a notícia ou ainda a digerir?

Mãe - Eu estou muito contente,tenho pena de não ser mais nova,para poder acompanhar por mais tempo,o pai apenas disse que talvez vão fazer uma asneira,mas ele nem sabe o que diz.

Eu - A decisão é nossa. Mas claro, vocês serão os únicos avós da criança e ficaremos muito felizes que ela possa ter-vos, o tempo que for!

Mãe - Á pois o tempo que será não se sabe,mas sim quando a Paula me falou nisso,eu disse e ela pode confirmar,que tinha tristeza de vocês não terem uma criança,uma vez que gostam tanto de crianças, o lindo não sei tão bem,mas tu sei que adoras crianças,e se isso vier a acontecer,e que tudo corra bem,a vossa vida mudará muito e que serão muito mais felizes, embora tenham que pensar no lado positivo e no negativo,e isso vocês sabem melhor que eu

Eu - Claro! Também acho que vai ter pontos negativos mas penso que os positivos serão sempre maiores!

Mãe - Espero do coração que sim,e dores de cabeça,e alguns problemas, haverá sempre, ou mais ou menos,como em todos os casais,e tudo se ultrapassa.

publicado por cristms às 22:12
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"Decidimos adotar uma criança."

Foi hoje.

Os meus pais vieram a Lisboa e eu e o lindo consideramos que seria hoje o dia certo para lhes comunicar a nossa decisão. Não influencia a nossa decisão (que aliás já tomamos) mas é importante termos a família nuclear ao nosso lado, e eles têm sido um grande apoio para nós, e se a família crescer isso será mais importante ainda.

Vieram com o tempo muito apertado. Estava a ver que não conseguíamos nos sentar com eles para lhes contar. Mas um pouco antes de irem embora conseguimos ir a uma pastelaria ao lado do centro de saúde e falarmos. Estávamos os quatro.

E eu comecei: "Temos uma coisa para vos dizer... Penso que é boa... Nós decidimos adotar uma criança e já começamos o processo!".

(silêncio)

A minha mãe, que estava à minha frente, olhou-me nos olhos, mostrando-se pouco admirada, e disse com um sorriso ténue "Acho que fazem bem, se é isso que querem!".

Ao lado, estava o meu pai, em frente ao lindo que continuava a mastigar a sandes e não parou.

A minha mãe continuou a dizer que uma irmã dela, nossa tia, lhe tinha falado nessa possibilidade no ano passado e por isso não era total a surpresa. Reparando que o meu pai não tinha dito nada, olhou para ele e disse "Então, acabam de te dizer uma coisa tão importante e tu não dizes nada?!"... Ele olhou, riu meio envergonhado e "enconstado contra a parede" lá disse "Não há nada para dizer, para já!".

E pronto, sairam a correr para ir apanhar o comboio.

Eu e o lindo regressamos a casa, pouco surpresos. A reação era mais ou menos a esperada. O meu pai estará por agora a digerir a novidade. 

 

publicado por cristms às 00:34
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Quinta-feira, 2 de Janeiro de 2020

Papás. Dia 0.

O nosso 2020 começa da melhor forma possível: decidimos dar o passo de aumentar a família. Iniciámos hoje o processo de adopção e como deverão imaginar estamos muito motivados e ansiosos!

Será um processo longo, e poderá não chegar a bom porto, já que há uma série de etapas, porém estamos confiantes e com muita vontade de dar a possibilidade de uma criança ter um lar e ser amada!

Agora já posso também contar que esta é a novidade que me fez regressar ao Blog. Para mim faz todo o sentido dar a conhecer e partilhar esta experiência que agora começa. Um passo natural para muitos casais hetero, menos (por enquanto) para casais gay e por isso acho importante poder partilhar convosco o que nos for acontecendo.

Adoptar é um acto de amor e coragem. Estamos felizes por darmos este passo.

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publicado por cristms às 23:42
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Sábado, 14 de Dezembro de 2019

Recapitulando...

Criei este blog em 23 de Janeiro de 2004. Passaram quase 15 anos. Na altura já tinha o lindo comigo, e assim continuamos. Juntos. Casados. Felizes qb. 

Nestes 15 anos tanta coisa se passou a nível pessoal, profissional, na relação, no país e no mundo!

Tenho para mim que hoje, para a comunidade gay, o mundo está melhor e em particular o nosso país, também está. 

Eu estou mais velho. 43 anos. Só no corpo já que na cabeça a coisa parou há muito tempo. Continuo com os mesmos pensamentos e os mesmos impulsos que sempre tive, esquecendo-me da idade. Tenho mais experiência é certo, estou talvez mais maduro e continuando a fazer de cada dia um bom e novo dia, e tentar aproveitar como se fosse o último. Continuo feliz ao lado do lindo. Já mudamos de casa uma série de vezes, mas agora compramos e provavelmente iremos permanecer algum tempo por aqui, no centro de Lisboa, a cidade pela qual somos apaixonados e onde ambos desenvolvemos a nossa actividade profissional. 

Passado todo este tempo, continuo a falar com algumas pessoas que conheci através do Blog e até, a encontrar pessoas que liam este blog e que de alguma forma se sentiram ajudadas na sua vida pessoal para encarar a realidade! Fico tão feliz quando isso acontece.

Hoje em dia, estou dedicado apenas ao Alojamento Local, e desenvolvo a nível pessoal um projecto de decoração tendo por base os azulejos. Pertenço a um grupo secreto do facebook, o Conversas Queer, onde mensalmente desenvolvo uma rubrica em jeito de live show para o grupo, onde abordamos temas que possam ser interessantes para a comunidade Queer. 

Eu e o lindo continuamos a viajar sempre que possível, e felizmente, temos o previlégio de já ter visitado umas dezenas de países!

E agora aproximam-se talvez novos passos na relação, e é talvez por este facto que decidi voltar a escrever por aqui para ir contando o que se passa... :)

 

 

publicado por cristms às 22:06
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Segunda-feira, 19 de Dezembro de 2011

Gostar (e deixar-se levar) por homens mais velhos...

Um dos posts mais lido deste blog é o "Gostar de homens mais velhos", e talvez não seja por acaso. Para além do facto natural de na maioria dos casais haver diferença de idades, há muita gente que procura parceiros ou parceiras mais velhos(as) (substancialmente mais velha, de outra geração, mais de 10 ou 15 anos de diferença). Não há qualquer mal nisso, da minha perspectiva. Não existem regras nem idades para se gostar de alguém. O caso porém pode mudar de figura quando falamos de jovens adolescentes que procuram "homens maduros" e vice-versa, e onde por vezes chegamos a apelidar de pedofilia (mas que na realidade pode não ser!). Um homem de 30 gostar de um rapaz de 15 anos é repreensível? Bom, talvez não seja pedofilia porém é muito importante analisar como decorre a relação e se em algum momento o adulto não abusou física ou mentalmente de um jovem imaturo de forma a obter algum tipo de retribuição (normalmente de cariz sexual, quando mal intencionados). Portanto cada caso é um caso, e os pais, têm obrigatoriamente que estar atentos para prevenir alguma situação de abuso, e isso não se faz discriminando ou repeendendo o filho, mas sim conversando e ajudando a orientar o filho.

O retomar deste assunto não vem do acaso... Infelizmente acompanho há já uns anos a história de um adolescente - vou chamar-he João - que vivia com a mãe numa cidade do interior tendo o pai em Lisboa (pais separados portanto). Na altura em que decidiu saír do armário foi rejeitado pelo pai, e ouviu tudo da mãe, tudo aquilo que não precisamos de ouvir nestas alturas. O rapaz recorreu ao blog ser gay para conversar e obviamente acedi a ajudar como podia. Não pude fazer grande coisa, mas nestas ocasiões, saber ouvir e aconselhar é por vezes a maior ajuda possível. Enviei uns livros para ele ler, o que fez com agrado e devolveu. Depois, apareceu um namorado, bem mais velho, com o dobro da idade, por quem acabou por se apaixonar. Com pouco ou nenhum apoio em casa, não foi difícil de convencer a ir para outro país. Assim foi... E o que parecia fazer sentido, começa agora a revelar-se quiçá uma história com final infeliz. Ontem conversamos e o namorado conseguiu envolver e convencer um familiar, menor, homossexual, para fazerem sexo a três... E o João, forçado psicologicamente, indefeso e longe de qualquer apoio emocional, cedeu... E agora vem um pedido de continuar a relacionar-se com o tal familiar menor, e surgem vómitos de nervos e de não saber o que fazer... Espero estar redondamente enganado, e torço para que seja apenas uma má fase do João.

E isso era o que eu queria realçar, ver o que um lar desequilibrado pode levar um miudo que (embora inteligente e esperto) não resistiu a procurar outros portos de abrigo fora de casa (e do país), portos de abrigo que escondem mares revoltos e que em tempo de tempestade podem matar...

 

Força João, tudo de bom!

 

publicado por cristms às 23:43
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Quarta-feira, 10 de Agosto de 2011

Becas & Egas vão casar?

 

A petição online promete tornar-se um sucesso... Becas & Egas devem casar depois de tantos anos juntos e a dormirem no mesmo quarto, chegou a hora de saírem do armário. Eu acho muito bem, e portanto já assinei a petição online para o efeito. Podem fazer o mesmo AQUI! Depois de muitos rumores chegou a hora de também eles, mesmo sendo bonecos animados assumirem a relação e casarem! Querem melhor forma de abordar o assunto com as crianças? 

 

 

publicado por cristms às 22:21
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Domingo, 29 de Maio de 2011

Despedida de solteiro(s)?!

Correndo o risco de falar por estas bandas demasiado sobre o nosso casamento, mesmo assim, vou novamente voltar ao assunto... Aliás suponho que até dia 10 de Setembro muitos mais posts sobre o assunto, mas penso ser compreensível...

 

No outro dia, numa entrega de convites a um grupo de amigos, o assunto "Despedida de Solteiro" veio à baila pela boca de um amigo nosso, que se tudo correr bem, também casará este ano com o seu companheiro. À pergunta "Posso organizar a vossa despedida de solteiro?" eu mostrei-me reticente... Fui apanhado de surpresa, e ainda não tinhamos pensado sobre o assunto... Respondi "Penso que a despedida de solteiro vai ser em conjunto com o lindo..." ao que ouvi um quase coral "Uhhhhhh". Ele prosseguiu dizendo que "organizo separadas, é o que faz sentido". Abandonei o assunto naquele momento, porém fiquei a pensar naquilo... Pus a questão a mim próprio: "Que queres para a tua despedida de solteiro?"... Tenho dúvidas relativamente a muita coisa, mas sei que gostaria e é obrigatório ter aqueles que têm estado sempre ao meu lado passarem uma noite memorável comigo (e eu com eles). E pouco mais sei que isso... Fará sentido fazer sem o lindo? Quase todos os amigos são comuns... Como vamos fazer separados? E o que faria sem ele que não faria estando ele?! Nós já fizemos o que poderá ser considerado mais ousado (penso eu) e portanto não seria por aí... E então seria por onde? Não sei... O lindo também tem dúvidas de como devemos fazer... Mas aceitam-se sugestões...!

 

:))

publicado por cristms às 00:33
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Segunda-feira, 20 de Dezembro de 2010

Afinal saiu um rapaz

O desejo dos pais em ter uma filha ou um filho é natural e é obviamente condicionado por uma série de factores. Eu era para ter saído menina e saí rapaz. Fui, ao que parece, uma grande desilusão nesse sentido, pois a seguir ao filho mais velho (que é oito anos mais velho do que eu) a vontade de ter uma menina era assumida. Esse desejo tão grande poderá (quiçá) ter até influenciado a minha educação, no sentido em que a minha mãe supostamente nunca desconfiou que eu poderia ser "diferente", mesmo com aqueles sinais mais óbvios de que já falei aqui anteriormente... Talvez o facto de eu poder ser um pouco "feminino" fosse dentro da cabeça deles considerado normal devido a essa vontade enorme de ter uma menina. Enfim, o tempo passou, e na verdade o filho deles não saiu menina mas saiu homossexual o que viria a revelar-se uma desilusão ainda maior. Mas assim como assumiram que o seu filho não era menina mas sim um menino e conseguiram viver felizes com isso, também agora, depois da desilusão de saberem da minha orientação sexual, conseguem viver felizes acompanhando e apoiando a minha relação com o lindo. Agora, há uns meses atrás, num encontro de família, falei com uma irmã da minha avó materna, falecida quando eu tinha pouco mais que dois anos, e que - segundo o que me dizem - me criou e tinha um carinho especial por mim e eu (obviamente) acredito nisso e tenho muita pena de não me recordar dela. Faleceu com muita dor e sofrimento e mesmo não tendo qualquer recordação dela, visualizo-a muito na minha cabeça e penso que ela me acompanha sempre. Houve uma altura na minha vida em que tive a paranóia dos espíritos e tentei de tudo para comunicar com eles, e a pessoa que eu pedia sempre para comunicar comigo era ela... Fiz isso dias e dias seguidos até que obtive uma resposta! Bom, adiante... Dizia eu que falei com uma irmã dela, que me disse "Tenho ali uma carta que a tua avó escreveu pouco tempo depois de nasceres, queres lê-la?". Fiquei muito ansioso e obviamente que respondi que sim. Ela foi buscá-la... Foi uma grande emoção ver e ler aquela carta. Nela, a minha avó contava à irmã o que se passava com toda a família, e anunciava o meu nascimento. É esse pequeno trecho que hoje partilho aqui...

 

 

publicado por cristms às 23:35
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Quinta-feira, 18 de Novembro de 2010

"Ser gay é..". Como dirão os homens heterossexuais?!

Ok, muitos ao lerem o título do post pensarão de imediato nos nomes feios que nos habituamos (ou não!) a ouvir desde crianças... Mas não é esse tipo de consideração baixo nível que trago a este post... Encontrei por mero acaso, na blogosfera, um heterossexual que fala sobre os gays. O post está muito bem escrito e retrata (na minha perspectiva) muito bem aquilo que eu acredito ser como a maioria dos heterossexuais homens pensa.

Diz no post "Tive uma educação católica e balizada com valores, (...) foi-me sempre dito que era errado e "contra-natura" um relacionamento entre duas pessoas do mesmo sexo. É normal que tal pensamento tenha perpetuado durante vários anos". Penso que reflecte a realidade da maioria dos homens... Continua, "Com o avançar da idade e consequentemente com uma constante necessidade de afirmação masculina (assim como estar inserido num grupo em que eram partilhadas as mesmas ideias relativamente aos gays), assumi um ideal vincado e assumidamente homofóbico." São muitos assim, suponho! Continuando, "De há alguns anos para cá o pensamento mudou um pouco (...) consigo aceitar que cada um escolha a sua sexualidade conquanto não interfira com a minha". Estamos de acordo! Mas agora a coisa descamba "E embora ambas as figuras["gay" e "bicha"] me façam ficar indisposto (não há volta a dar), sou capaz de "dar um bacalhau" a um gay. E até falar com ele durante 2 minutos. Com uma bicha não. Nem conheço nenhuma." Esta dava pano para mangas... Como é que a minha sexualidade pode pôr alguém indisposto ao ponto de não me conseguir "dar um bacalhau" ou conversar dois minutos? Vindo de uma pessoa que me parece formada (mas mesmo não o sendo!) intriga-me como é que alguém pode ter esta percepção de outro ser humano ao ponto de não lhe poder tocar?!  Já quase a terminar diz "o facto de aceitar que exista pessoas que gostem de outras pessoas do mesmo sexo não faz com que aceite que pessoas do mesmo sexo adoptem crianças. (...) no topo da instituição Família está o pai e está a mãe. Não estão dois pais ou duas mães". Por curiosidade fui ler o conceito de Família descrito pelo mesmo autor num outro post que diz "Tenho um ideal de Família muito concreto. Penso sempre em almoçaradas e jantares com muita gente e barulho. Por altura da Páscoa e por altura do Natal". É um ideal muito redutor, na minha opinião, mas para esse tipo de coisas não me venham dizer que faz diferença quem é pai, quem é mãe, quantos pais, quantas mães.... é Família, ponto final!  O autor tem uma vasta família, onde as gerações mais antigas de dividiram entre o ensino, a medicina, e a engenharia... Este foi outro factor que me deixa intrigado, pois penso sempre nestas famílias que tiveram a sorte de se poderem cultivar, tenho ensinado às novas gerações esta coisa horrível da homofobia. Sim, porque homossexuais sempre houve e sempre haverá, não é coisa de tempos modernos. Também não pude de deixar de pensar que se um dos 14 primos direitos tem o azar de seguir o blog do autor e de ser homossexual, o quão triste se sentirá e o quão inibido se sentirá de revelar a sua orientação sexual... Prezo muito, muito mesmo, a liberdade de cada indivíduo e a sua unicidade. Somos todos diferentes, mas na verdade (real e concreta) somos todos a mesma coisa. E se a nossa liberdade não interfere com a liberdade dos outros e a respeita, porquê olhar para alguém que gosta de alguém do mesmo sexo como um ser menor, incapaz de educar uma criança, constituir família, trabalhar, realizar sonhos? Porquê? Enfim, adiante... Por último diz a propósito do casamento entre pessoas do mesmo sexo: "Confesso que me diverte imaginar quem será o "marido" ou quem será a "mulher". Ou se é algo que se troque ao longo das semanas. Uma semana é um e outra semana é outro. Quem faz as tarefas tipicamente masculinas e quem faz as tarefas tipicamente femininas?". Esta para mim, que vivo com o lindo há oito anos (o autor do post ao que parece ainda não vive com uma companheira) faz-me rir! É mesmo de rir! É absurdo como se pode imaginar que nós cá em casa tomamos o papel de mulher ou de homem... Mas isso vai de encontro à visão machista que o autor suponho ter perante as mulheres, pois só isso pode explicar esta divisão tão acentuada entre homem e mulher, e as tarefas tipicamente femininas... Aconselho a quem se juntar com este senhor, que veja bem onde se vai meter! :))

publicado por cristms às 01:10
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Terça-feira, 2 de Novembro de 2010

O AMOR (GAY) SEM PALAVRAS

E por o amor é lindo, mesmo sem palavras, partilho...

 

Todos os vídeos do blog podem ser vistos AQUI

publicado por cristms às 23:57
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Quarta-feira, 20 de Outubro de 2010

Peça "Linha de Água" em reposição!

Não só porque puxo a brasa à minha sardinha mas também porque o tema da peça aborda a homossexualidade, e as (por vezes) deifíceis relações entre filhos gays com os seus pais que em muitos casos levam ao suicídio ou à sua tentativa, convido a estarem presentes numa (ou ambas!) das próximas sessões de Linha de Água, uma peça interpretada por mim e pelo Manel. A próxima é sábado dia 23 na Abódoda, perto de Tires (Concelho de Cascais, ao lado da A5) e dia 29 (Sexta-feira) em Sintra, no Teatro Reflexo.

 

Todas as informações em: http://www.projecto-magnolia.com/espetaculos/linha_de_agua.htm

 

APAREÇAM!

 

:)

publicado por cristms às 01:03
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Sexta-feira, 15 de Outubro de 2010

Conversas complicadas entre um pai hetero e um filho gay que quer casar

Antes de ir de férias, numa conversa já tardia com o meu pai no msn, e saído do nada disse-lhe que tinha um assunto para falar com ele, um assunto que também já tinha falado com a mãe. A pergunta foi curta e grossa: "Como já sabes para o ano vai haver festa, e gostava de saber se vocês querem participar financeiramente como fizeram com o mano". Ok, muitos estarão a pensar que sou interesseiro, mas a verdade é que o meu pai sempre defendeu a igualdade entre os filhos e sempre teve orgulho de dizer que deu tanto a um como a outro. POrtanto, para além do dinheiro está o simbolismo, a tal igualdade que será interessante verificar se é de facto efectiva. O meu pai, ao contrário do que poderia esperar, acedeu a conversar sobre o assunto e até de uma forma tranquila (se assim se pode dizer). A primeira coisa que disse foi "Tens de compreender e não levar a mal, mas eu não vou estar presente". Nada que me tenha espantado - nesta fase - até poruqe a minha mãe já me tinha dito qual era a ideia dele. Continuou: "E se queres saber, acho muito bem que façam a festa aí com os vossos amigos, mas não precisam de dizer nada à família". A vergonha daquilo que os outros possam pensar é - sempre foi - o que mais o angustia. A conversa durou mais algum tempo mas sempre a bater na mesma tecla, ao que respondi "A nossa festa de casamento é para ser um motivo de alegria, e nunca será - porque não o vamos deixar - motivo para discussão. Vamos andando sem stresses!". E pronto, a conversa ficou por ali, e imaginei que do outro lado o meu pai tenha ficado a pensar no assunto. Era esse o meu objectivo, é aliás a minha táctica desde sempre: ser paciente mas ir dando umas "ferradelas" de forma a não deixar que os assuntos fiquem esquecidos. E acredito piamente, que pouco a pouco a ideia dele irá mudar, e isso depende dele, mas também depende de nós e de quem nos rodeia. Nestes processos de mudança de mentalidades a paciência vale ouro e mais tarde ou mais cedo dá - na maioria dos casos - os seus (bons) frutos!
:))

publicado por cristms às 09:55
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Sexta-feira, 19 de Março de 2010

Gays não podem doar sangue! A saga continua!!! :(

Sou particularmente sensível a esta notícia, até porque eu também já fui vítima de discriminação por parte do  Instituto Português de Sangue. É tornada pública agora a história de André Correia, estudante de medicina, que durante 10 anos foi dador regular de sangue, até ter assumido que é homossexual. A partir desse momento, o sangue dele passou a ser dispensável. Lamentável! Na altura recorri ao livro de reclamações, ao Provedor de Justiça e aos deputados da Assembleia da República. COnclusão: É aceitável, diz o IPS, porque há estudos europeus que indicam nesse sentido! É para mim repugnante que ao dizer que mantenho uma relação com um homem seja desrespeitado, supondo eles que tenho uma vida sexual de risco, mas se dizer que vivo com uma mulher, o sangue ganha outra qualidade! SHAME ON YOU!!! :((

Toda a notícia em http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1521823

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Sexta-feira, 5 de Fevereiro de 2010

"Tu eras diferente"

A propósito de um post antigo (ver AQUI) em que relatava o facto de a minha professora da primária por na maioria das fichas de avaliação a frase "(...)No recreio continua a preferir a companhia das meninas", e em virtude de mais um almoço com ela na semana passada, tomei a iniciativa de levar o dossier da primária para esclarecer as dúvidas. Ela, impressionada pelo facto de ter o dossier, ao ler as suas próprias palavras disse que embora não se recorde do real motivo porque escreveu as palavras, tem consciência de que na altura ela olhava para mim e achava que eu tinha algo de diferente. Mesmo não associando à homossexualidade, havia algumas atitudes minhas que lhe davam a entender que relativamente aos outros colegas, eu tinha alguma diferença. Fica assim desvendado o mistério, e embora as tais palavras não fossem (ao contrário do que eu imaginei) uma achega para os meus pais, confirma-se que havia algo diferente em mim... Mas pronto, isso eu já sabia na altura!
:))

publicado por cristms às 09:42
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Quinta-feira, 10 de Dezembro de 2009

Mãe... Pai... E filho...GAY!!!

Esta semana a revista VISÃO traz na sua edição uma reportagem sobre a Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual, a AMPLOS que já referi aqui no blog. A partilha de experiências entre pais é muitas vezes a melhor forma de compreender, respeitar, aceitar a homossexualidade do filho. Obviamente que a maioria dos pais não está preparado para ter um filho gay, mas cada vez mais o assunto deixa de ser tabu, e mesmo estando nós (aidna) longe da não discriminação, do não preconceito, a verdade é que com o tema cada vez mais abordado na imprensa, o assunto vai perdendo a sua carga dramática e negativa...

Deixo-vos o relato na primeira pessoa, de uma mãe, a Margarida (Presidente da AMPLOS), que tem uma filha lésbica.

Adicionalmente, a mesma revista, dá a conhecer esta semana, as principais recomendações para os pais que descobrem que têm um filho homossexual. O terapeuta familiar Pedro Frazão, 33 anos, é o autor de um estudo sobre este tema, e partilho as conclusões  a que ele chegou:

 

Manual: quando o seu filho lhe diz que é gay 

 

O QUE NÃO DEVE FAZER:

 

*Transmitir ao adolescente/jovem adulto de que se trata apenas de uma fase e que com o tempo vai voltar a ser heterossexual, desvalorizando todo o trabalho de preparação que o jovem fez para partilhar com os pais o que sentia 

*Criar um pacto de silêncio sobre as questões relacionadas com os afectos e sexualidade dos jovens

*Criar um clima de confrontação e hostilidade que faça o adolescente/jovem adulto sentir-se ainda mais isolado do que já se sentia antes do coming out ("sair do armário")

*Fazer ameaças de que ou o adolescente muda a sua orientação sexual ou é afastado da família ou expulso de casa

*Proibir o adolescente ou jovem adulto de se encontrar com os seus amigos ou namorados(as) que muitas vezes são apontados pelos pais mais intolerantes como responsáveis pela situação

*Fazer formulações culpabilizantes de que os filhos são gays ou lésbicas porque os pais falharam ou porque a orientação sexual dos filhos resulta de experiências infantis (ex: a mãe estava demasiado próxima e o pai era distante)

*Fazer comentários homofóbicos e que ridicularizam pessoas gays ou lésbicas

*Procurar psiquiatras e psicólogos com o objectivo de mudar a orientação sexual dos filhos

 

O QUE DEVE FAZER:

 

*Criar um contexto seguro para que o adolescente ou o jovem adulto fale abertamente sobre os seus sentimentos 

*Assumir que, à semelhança do que foi vivido pelos filhos, os pais também necessitam de tempo para se adaptar à nova realidade

*Procurar informação especializada sobre questões relacionadas com a orientação sexual 

*Se necessário, procurar um profissional de saúde mental especializado em questões de sexualidade

*Conhecer gays e lésbicas que lhe possam assegurar que uma orientação sexual minoritária não é um problema e que lhe mostrem que essas pessoas podem ter vidas completas como homens e mulheres a todos os níveis

*Procurar outros pais que têm filhos gays e lésbicas e que viveram situações semelhantes

 

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Terça-feira, 8 de Dezembro de 2009

Uma mão cheia de côr!

Para quem não reparou, mudou o cabeçalho do blog mais uma vez! Uma mão cheia de côr, pode ser o mote da coisa! E côr para quê? Porque côr é "gay", e nada melhor que a côr para combater os dias cinzentos de inverno!

 

;)

sinto-me: uma mão cheia de cor

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